As artes marciais no discurso de professores de Educação Física Escolar: “nem sempre o currículo dá certo”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2022e36185601Palavras-chave:
Educação, Currículo, Ensino, LutasResumo
O Currículo do Estado de São Paulo impele professores de Educação Física Escolar (EFE) a abordarem a temática das artes marciais (AM) em suas aulas. Este estudo teve por objetivo delinear o lugar que as AM ocupam no discurso de professores de EFE da cidade de São Paulo. Foram entrevistados professores que trabalhavam na região da cidade cujo regime de implantação do novo Currículo estava mais consolidado. A partir de uma análise institucional do discurso dos entrevistados, verificou-se que há um desconhecimento da possibilidade de aproximação entre as AM e a EFE. A temática das AM ocupa no discurso dos entrevistados um lugar privilegiado no circuito da teoria, e isso gera insatisfação. O potencial do trabalho com as AM é visto como uma possibilidade apenas para além dos muros da escola. O Currículo que promove o resgate das AM na EFE ascende também como um currículo deslocado da realidade escolar.
Downloads
Referências
Braunstein F. Penser les arts martiaux. Paris: Presses Universitaires de France, 1999.
Min-Ho K. L’origine et le développement des arts martiaux: pour une anthropologie des techniques du corps. Paris: L’Harmattan, 1999.
Barreira CRA. Combate, uma arqueologia fenomenológica: da arte marcial ao mma sob uma nova perspectiva em psicologia do esporte [tese de livre-docência]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física e Esporte; 2014.
Vasques DG. As artes marciais mistas (MMA) como esporte moderno: entre a busca da excitação e a tolerância à violência. Esporte Soc. 2013;22-8.
Diniz R, Del Vecchio FB. Projeto "quem luta não Briga": impressões de responsáveis e professores quanto aos efeitos da prática do TAEKWONDO em variáveis comportamentais. Rev Didática Sistêmica. 2013;19-30.
Monteiro ER, Mocarzel RCS, Moreira JFF. Artes marciais na comunidade de Parada de Lucas: um estudo observacional sobre as lutas e artes marciais nos projetos sociais da região. Corpus Scientia. 2018;12(1):13-19.
Soares CL, Taffarel CNZ, Varjal E, Filho LC, Escobar MO, Bracht V. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez; 1992.
Kunz E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí; 1994.
Neira MG. Educação física cultural. São Paulo: Blucher; 2018.
Kunz E. Educação fisica: ensino e mudanças. Ijuí: Unijuí; 1991.
Betti M. Educação física escolar: ensino e pesquisa-ação. Ijuí: Unijuí; 2009.
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília, DF: Secretaria de Educação Fundamental, 1998 [citado 22 nov 2020]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf.
Brasil. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, DF: Secretaria de Educação; 2000 [citado 22 nov 2020]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf.
Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC; 2017 [citado 22 nov 2020]. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Alves N. Sobre a possibilidade e a necessidade curricular de uma base nacional comum. Revi E-curriculum. 2014;12(3):1464-79.
Limaverde P. Base Nacional Comum: desconstrução de discursos hegemônicos sobre currículo mínimo. Revi Terceiro Incluído. 2015;5(1):78-97.
Neira MG. Terceira versão da BNCC: Retrocesso político e pedagógico. XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII Congresso Internacional de Ciências do Esporte; 17 set-21 2017; Goiânia (GO). Porto Alegre: CBCE; 2017.
Sacristán JG. O Currículo: Uma Reflexão sobre a Prática. Porto Alegre: Artmed; 2000.
So MR, Betti M. Sentido, mobilização e aprendizagem: as relações dos alunos com os saberes das lutas nas aulas de educação física. Movimento. 2018;24(2):555-68.
Farias MJA, Wiggers ID. “Tio, eu gosto é de treta!”: brincando e brigando na escola. Movimento. 2019; 25:25041, 2019.
Oliveira LR, Correia WR. Cenas do ensino: as artes marciais e as (re) configurações do lugar do aluno no discurso de professores de Educação Física Escolar. Rev Bras Educ Fís Escolar. 2019;10(1):71-84.
Nascimento PRB, Almeida L. A tematização das lutas na Educação Física Escolar: restrições e possibilidades. Movimento. 2007;13(3):91-110.
Correia WR. Educação Física Escolar e Artes Marciais: entre o combate e o debate. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2015;29(2):337-44.
Rufino LGB, Darido SC. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física. Porto Alegre: Penso Editora; 2015.
Correia WR, Franchini E. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes de combate. Motriz. 2010;16(1):1-9.
Gasparotto GS, Santos SLC. Produção científica nacional sobre o ensino de lutas no ambiente escolar: estado da arte. Conexões. 2013;11(4):112-124.
Santos MAR, Brandão PPS. Produção do conhecimento em lutas no currículo da educação física escolar. Movimento. 2019;25:25024.
São Paulo (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do estado de São Paulo: linguagens, códigos e suas tecnologias. São Paulo: Secretaria da Educação; 2012. [citado 22 nov 2020]. Disponível em: https://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf.
Guirado M. A análise institucional do discurso como analítica da subjetividade. São Paulo: Annablume; 2010.
Guilhon Albuquerque JA. Metáforas da desordem. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1978.
Foucault M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Editora Forense; 1995.
Foucault M. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola; 1996.
Maingueneau D. Novas tendências em análise do discurso. Campinas: Pontes; 1997.
Guirado M. Psicanálise e análise do discurso: matrizes institucionais do sujeito psíquico. São Paulo: Summus; 1995.
Guirado M, Lerner R. Psicologia, pesquisa e clínica: por uma análise
institucional do discurso. São Paulo: Annablume; 2007.
São Paulo (Estado). Secretaria de Educação. Diretrizes do Programa de Ensino Integral. São Paulo: Secretaria da Educação; 2014 [citado 22 nov 2020]. Disponível em: http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf.
Peralta DA. O histórico de implantação curricular no estado de São Paulo: uma análise habermasiana dos últimos vinte anos. Encontro Nacional de Educação Matemática. 2016;12:1-12.
São Paulo (Estado). Proposta curricular do estado de São Paulo: Educação Física. São Paulo: SEE; 2008.
Sanfelice JL. A política educacional do estado de São Paulo: apontamentos. Nuances Estudos Educ. 2010;17(18):146-59.
Cação MI. Proposta curricular do Estado de São Paulo: retorno do discurso regulativo da tylerização na educação pública. Espaço Currículo. 2010;13(1):380-94.
Gomes MSP, Morato MP, Duarte E, Almeida JJG. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Movimento. 2010;16(2):207-27.
Rufino LGB, Darido SC. Pedagogia do esporte e das lutas: em busca de aproximações. Rev Bras Educ Física Esporte. 2012;26(2):283-300.
Jullien F. Tratado da eficácia. Lisboa: Instituto Piaget; 1998.
Tokitsu K. Budô: le ki et le sens du combat. Paris: Desiris; 2000.
Shahar M. The Shaolin monastery: history, religion, and the chinese martial arts. Honolulu: University of Hawaii Press; 2008.
Reverdito RS, Scaglia AJ, Paes RR. Pedagogia do esporte: panorama e análise conceitual das principais abordagens. Motriz. 2009;15(3):600-10.
Demarco M. Asian martial arts: constructive thoughts & practical application. North Clarendon: Tuttle Publishing; 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (CC-BY)
