Impactos da eliminação da consolidação proporcional nas demonstrações contábeis da Itaúsa

Autores

  • Raquel Wille Sarquis Universidade de São Paulo; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Departamento de Contabilidade e Atuária
  • Ariovaldo dos Santos Universidade de São Paulo; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Departamento de Contabilidade e Atuária

DOI:

https://doi.org/10.1590/1808-057x201804470

Palavras-chave:

consolidação proporcional, equivalência patrimonial, joint ventures, Itaúsa

Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar os impactos da eliminação do método de consolidação proporcional (CP) para reconhecimento dos investimentos em joint ventures, com a adoção do Pronunciamento Técnico CPC 19 (R2) nos valores reportados pela Itaúsa - Investimentos Itaú S.A., bem como identificar quais ajustes contábeis são necessários para explicar as diferenças nos valores reportados. Até 31 de dezembro de 2012, eram permitidos dois métodos para reconhecimento desses investimentos: CP e equivalência patrimonial (MEP). A adoção do CPC 19 (R2), a partir de 1º de janeiro de 2013, trouxe importantes alterações e a eliminação da CP foi a mais polêmica. São muitos os usuários e pesquisadores que defendem esse método, sustentando que ele produz informações mais relevantes. Os efeitos dessa alteração, com impactos relevantes nos valores reportados pela investidora, foram bastante evidentes no Brasil, pois quase a totalidade das empresas utilizava a CP. Escolheu-se o caso da Itaúsa e, consequentemente, do Itaú Unibanco Holding, por ser esse o maior grupo privado do Brasil e representar um investimento relevante para sua investidora. As análises indicaram que o valor do ativo reportado pela Itaúsa usando a CP foi 832% maior do que o valor obtido pelo MEP. Para as dívidas e as receitas, esse percentual foi ainda muito maior: 5.096% e 17.771%, respectivamente. Tal impacto afeta indicadores financeiros, rankings setoriais e demais análises financeiras. Por exemplo, o indicador de endividamento passou de 91% para 16%, quando da alteração para o MEP. As análises também identificaram um conjunto de ajustes contábeis que explicam as diferenças nos valores reportados pela Itaúsa, e esses ajustes vão além do simples reconhecimento dos valores proporcionais das joint ventures, incluindo goodwill, resultados não realizados, entre outros. Acredita-se que a principal contribuição deste trabalho é permitir um melhor entendimento sobre a relevância do CP C19 (R2) para o mercado brasileiro, bem como suas consequências para o maior grupo privado brasileiro.

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Publicado

2018-05-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Sarquis, R. W., & Santos, A. dos. (2018). Impactos da eliminação da consolidação proporcional nas demonstrações contábeis da Itaúsa. Revista Contabilidade & Finanças, 29(77), 213-228. https://doi.org/10.1590/1808-057x201804470