Qualidade da auditoria e vieses do sentimento em opiniões going-concern
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x20241965.enPalavras-chave:
sentimento, qualidade da auditoria, opinião going-concernResumo
Esta pesquisa analisou se a qualidade da auditoria diminui os vieses do sentimento presentes na opinião do auditor. Considerando que medidas baseadas em dados oriundos de pesquisa de opinião têm limitações quanto à interpretação, e que medidas agregadas utilizando dados de mercado variam apenas em série de tempo e não em cross-section, os resultados observados neste trabalho preenchem uma lacuna importante, ao evidenciar não apenas que o sentimento influencia a opinião do auditor, mas também que uma proxy de sentimento em nível de firma é mais adequada do que medidas agregadas. O sentimento pode influenciar a opinião do auditor independente sobre a continuidade operacional da empresa cliente e a qualidade da auditoria pode diminuir os vieses do sentimento presentes na opinião do auditor. Em momentos otimistas, auditores objeto do sentimento podem se mostrar menos propensos a emitir opiniões negativas sobre a continuidade operacional das empresas auditadas em dificuldades financeiras. Considerando a qualidade da auditoria como característica das firmas de auditoria estabelecidas a priori e baseando-se nas premissas de que a maior qualidade da auditoria está ligada a maior expertise, experiência e independência dos auditores, esperava-se que uma maior qualidade conseguisse reduzir os vieses do sentimento presentes na opinião do auditor. Para testar essa hipótese foram analisadas, por meio de regressão logística, 251 empresas não financeiras listadas na B3, durante o período de 2010 a 2018. O sentimento em nível de firma apresentou uma associação negativa com a probabilidade de emissão de opiniões going-concern, indicando que auditores emitem menos opiniões negativas sobre a continuidade operacional das empresas auditadas, quando o sentimento da firma é otimista. Dessa maneira, as evidências sugerem a não rejeição da hipótese da pesquisa, ao considerar que auditores mais independentes conseguem mitigar o viés desse tipo de sentimento sobre sua opinião quanto à continuidade operacional das empresas.
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