Abordagem direta para avaliar o ajuste de risco de acordo com a IFRS 17

Autores

  • Thiago Signorelli 1 Ministério da Economia, Secretaria de Política Econômica, Brasília, DF, Brasil / 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto COPPEAD de Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / 3 Superintendência de Seguros Privados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7160-2629
  • Carlos Heitor Campani Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto COPPEAD de Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1896-7837
  • César Neves 3 Superintendência de Seguros Privados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / 4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Estatística e Atuária, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / 5 Escola de Negócios e Seguros, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2818-3948

DOI:

https://doi.org/10.1590/1808-057x20221646.en

Palavras-chave:

ajuste de risco, IFRS 17, provisões técnicas de seguros, teoria do risco coletivo, simulação de Monte Carlo

Resumo

Este estudo tem por objetivo desenvolver um método que possa ser adotado por seguradoras para avaliar o ajuste de risco para os riscos não financeiros (AR) exigido pela Norma Internacional de Contabilidade 17 (IFRS 17). Diferentemente de outros métodos, o método aqui proposto retorna diretamente o AR para cada passivo relacionado com um grupo de contratos de seguro: cobertura remanescente e sinistros ocorridos. Além disso, cada parte do AR é alocada corretamente ao passivo atuarial correspondente, o que constitui uma vantagem diante dos demais métodos. O método segue as diretrizes da IFRS 17 e contribui com a padronização das práticas contábeis das seguradoras no mundo inteiro, aumentando assim o grau de comparabilidade entre as demonstrações financeiras nas diferentes jurisdições. Este estudo deve ser considerado relevante pelas companhias de seguros, pelos supervisores e reguladores do mercado de seguros e pela maioria dos profissionais envolvidos. O método se vale da teoria do risco coletivo e da técnica de simulação de Monte Carlo para ajustar as distribuições probabilísticas adotadas para calcular dois diferentes fatores de carregamento que, quando aplicados ao valor contábil dos prêmios não ganhos e ao valor presente esperado dos sinistros ocorridos, resultam diretamente no AR para cada passivo relacionado com um grupo de contratos de seguro: coberturas remanescentes e sinistros ocorridos. Nossos resultados mostram que, para carteiras de grande porte, vale o teorema do limite central e as distribuições usadas para avaliar os fatores de carregamento podem ser bem aproximadas pela distribuição normal. Adicionalmente, os valores obtidos para cada fator de carregamento são baixos, o que significa que o AR é relativamente baixo quando comparado ao valor contábil dos prêmios não ganhos e ao valor presente esperado dos sinistros ocorridos. Esse resultado se alinha à lei dos grandes números, que estabelece que, para carteiras de grande porte, o risco assumido pela seguradora se torna consideravelmente menor, pois é mais fácil prever o comportamento dos sinistros futuros agregados.

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Publicado

2022-11-24

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Signorelli, T., Campani, C. H., & Neves, C. (2022). Abordagem direta para avaliar o ajuste de risco de acordo com a IFRS 17. Revista Contabilidade & Finanças, 33(90), e1646. https://doi.org/10.1590/1808-057x20221646.en