Evidências internacionais sobre a previsibilidade dos retornos e do crescimento de dividendos utilizando o dividend yield

Autores

  • Ana Monteiro Universidade de Coimbra, Faculdade de Economia, Coimbra, Portugal / Universidade de Coimbra, Centre for Business and Economics Research, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-0663-5336
  • Helder Sebastião Universidade de Coimbra, Faculdade de Economia, Coimbra, Portugal / Universidade de Coimbra, Centre for Business and Economics Research, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-1743-6869
  • Nuno Silva Universidade de Coimbra, Faculdade de Economia, Coimbra, Portugal / Universidade de Coimbra, Centre for Business and Economics Research, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5687-3818

DOI:

https://doi.org/10.1590/1808-057x202009690

Palavras-chave:

retorno de ações, crescimento de dividendos, dividend yield, suavização de dividendos, previsibilidade de longo prazo

Resumo

Este artigo examina a previsibilidade dos retornos e do crescimento de dividendos utilizando dividend yields em sete mercados desenvolvidos: EUA, Reino Unido, Japão, França, Alemanha, Itália e Espanha. No total, esses países representam cerca de 85% do índice Morgan Stanley Capital International (MSCI) World Index. O uso de séries temporais longas com dados atualizados permite a comparação não apenas entre países, mas também entre períodos, colocando em perspectiva a existência ou não de mudanças perceptíveis desde a década de 1980. A maior parte da literatura sobre esse tópico está focada nos EUA. Essa ênfase nos EUA é ainda mais pronunciada quando se trata de examinar a relação entre imprevisibilidade de dividendos e suavização de dividendos. Há também a necessidade de saber se as relações já documentadas para o período pós-Segunda Guerra Mundial ainda se mantêm durante as últimas três décadas, quando as bolsas de valores foram submetidas a um alto nível de turbulência em todo o mundo. A relação entre dividend yield, retornos e crescimento de dividendos é central para se compreender o funcionamento dos mercados de capitais e tem implicações consideráveis na precificação de ativos de capital e nas estratégias de investimento. No geral, os resultados mostram que, mesmo para os mercados de capitais desenvolvidos, não existe um padrão claro sobre a capacidade preditiva dos dividend yields sobre os retornos de ações e o crescimento de dividendos; ao contrário, essas relações parecem ser dependentes do tempo e específicas de cada país. Para cada país, a capacidade preditiva do dividend yield é examinada em um modelo VAR estrutural de primeira ordem, aplicando testes de significância bootstrap, e o grau de suavização de dividendos é avaliado utilizando quatro modelos de ajuste parcial para o comportamento dos dividendos. Além disso, realizou-se uma análise fora da amostra, utilizando pseudo-R2 e uma estatística ajustada de erro quadrático médio de previsão (EQMP) normal. Para o período pós-Segunda Guerra Mundial, os retornos são previsíveis, mas os dividendos são imprevisíveis nos EUA e no Reino Unido, enquanto o padrão oposto é observado na Espanha e na Itália. Na Alemanha, há evidências de previsibilidade no curto prazo para retornos e dividendos, enquanto na França apenas os retornos são previsíveis. No Japão, nenhuma das variáveis pode ser prevista. Os resultados da suavização de dividendos mostram que os dividendos são mais persistentes nos EUA e no Reino Unido; entretanto, não há uma conexão clara entre suavização de dividendos e previsibilidade para os outros países. Uma conclusão importante a se reter da análise fora da amostra é que a previsibilidade dos retornos após a Segunda Guerra Mundial, especialmente presente nos EUA, pareceu estar ausente nas últimas três décadas, provavelmente devido à turbulência sofrida pelos mercados de ações durante este último período.

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Publicado

2020-09-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Evidências internacionais sobre a previsibilidade dos retornos e do crescimento de dividendos utilizando o dividend yield. (2020). Revista Contabilidade & Finanças, 31(84), 473-489. https://doi.org/10.1590/1808-057x202009690