Perfil do controller e suas escolhas estratégicas: uma análise sobre controllers brasileiros e portugueses
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2021.186510Palavras-chave:
Escolhas estratégicas, Alto escalão, Controller, Valores, Base cognitivaResumo
O presente artigo tem como objetivo compreender como os valores e a base cognitiva propostos pela Teoria dos Altos Escalões são percebidos nas escolhas estratégicas de controllers que atuam em empresas do Brasil e de Portugal. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados entre os anos de 2018 a 2020 a partir de entrevistas realizadas com controllers e ex-controllers vinculados a empresas de diferentes segmentos dos dois países. No total, foram realizadas vinte e três entrevistas, tendo sido os dados analisados por meio da análise de conteúdo. Os resultados revelaram que a experiência profissional prévia e a formação acadêmica dos profissionais, assim como o perfil do indivíduo, a estrutura hierárquica, a cultura organizacional e o nível de autonomia que é dado aos controllers, interferem em suas escolhas estratégicas em ambos os países. Coletivismo, racionalidade, dever e inovação foram os valores mais destacados pelos entrevistados como sendo essenciais para o cargo de controller.
Downloads
Referências
Amran, N. A.; Yusof, M. A. M.; Ishak, R.; & Aripin, N. (2014). Do characteristics of CEO and chairman influence government-linked companies performance? Procedia-Social and Behavioral Sciences, 109(2), p. 799-803.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
Barney, J. B. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, 17 (1), p. 99-120. https://doi.org/10.1177/014920639101700108
Borinelli, M. L. (2006). Estrutura conceitual básica de controladoria: sistematização à luz da teoria e da práxis. 2006. 352 f. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Bortoluzzi, D. A.; Zakaria, J.; Santos, E. A.; & Lunkes, R. J. (2016). A influência das características dos executivos de alto escalão sobre a estrutura de capital: um estudo em empresas listadas na BM&FBOVESPA. Revista Espacios, 37(37), p. 29-42.
Burns, J.; & Baldvinsdottir, G. (2005). An institutional perspective of accountants' new roles - the interplay of contradictions and praxis. European Accounting Review, 14(4), p. 725-757. https://doi.org/10.1080/09638180500194171
Chin, M. K.; Hambrick, D. C.; & Treviño, L. K. (2013). Political ideologies of CEOs: the influence of executives’ values on corporate social responsibility. Administrative Science Quarterly, 58(2), p. 197-232. https://doi.org/10.1177/0001839213486984
Crossland, C.; Zyung, J.; Hiller, N. J.; & Hambrick, D. C. (2014). CEO Career Variety: effects on firm-level strategic and social novelty. Academy of Management Journal, 57(3), p. 652-674. https://doi.org/10.5465/amj.2012.0469
Fiirst, C.; Pamplona, E.; Lavarda, C. E. F.; & Zonatto, V. C. S. (2018). Perfil do controller e a evolução histórica da profissão no contexto brasileiro. Enfoque: Reflexão Contábil, 37(2), p. 1-20.
Finkelstein, S.; Hambrick, D. C.; & Cannella, A. A. (2009). Strategic leadership: theory and research on executives, top management teams, and boards. New York: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780195162073.003.0005
Garrison, R. H.; & Noreen, E. W. (2001). Contabilidade gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC.
Goll, I.; Sambharya, R. B.; & Tucci, L. A. (2001). Top management team composition, corporate ideology, and firm performance. Management International Review, 41(2), p. 109-129.
Goretzki, L.; Strauss, E.; & Weber, J. (2013). An institutional perspective on the changes in management accountants’ professional role. Management Accounting Research, 24(1), p. 41-63. https://doi.org/10.1016/j.mar.2012.11.002
Hambrick, D. C. (2007). Upper echelons theory: an update. Academy of Management Review, 32(2), p. 334-343. https://doi.org/10.5465/amr.2007.24345254
Hambrick, D. C.; & Brandon, G. (1988). Executive values. In: Hambrick, D. C. The executive effect: concepts and methods for studying top managers. Greenwich, CT: JAI Press, p. 3-34.
Hambrick, D. C.; & Mason, P. A. (1984). Upper echelons: the organization as a reflection of its top managers. Academy of Management Review, 9(2), p. 193-206. https://doi.org/10.5465/amr.1984.4277628
Hopper, T. (1980). Role conflicts of management accountants and their positions within organisation structures. Accounting, Organizations and Society, 16(4), p. 401–411. https://doi.org/10.1016/0361-3682(80)90039-2
Kanitz, S. C. (1976). Controladoria: teoria e estudos de casos. São Paulo: Pioneira.
King, N. (2004). Using interviews in qualitative research. In: Cassel, C.; Symon, G. (Orgs). Essential guide to qualitative methods in organizational research. London: Sage Publications, p. 11-22. https://doi.org/10.4135/9781446280119.n2
Lavarda, R.; Scussel, F.; & Schafer, J. D. (2020). The role of the controller in the perspective of strategy as practice: a theoretical essay. Journal of Accounting Management and Governance, 23(3), p. 364-382. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2020v23n3a5
Lunkes, R. J.; & Schnorrenberger, D. (2009). Controladoria: na coordenação dos sistemas de gestão. São Paulo: Atlas.
Miles, R. E.; & Snow, C. C. (1978). Organizational strategy, structure and process. New York: McGaraw-Hill.
Nielsen, B. B., & Nielsen, S. (2013). Top management team nationality diversity and firm performance: A multilevel study. Strategic Management Journal, 34(3), 373–382. doi:10.1002/smj.2021
Pipkin, A. (1989). The controller’s role on route to the 21st century. CMA Management, 3(63), p. 10-18.
Robalo, R.; & Ribeiro, J. (2017). Os múltiplos papéis dos controllers nas organizações. In: Major, Maria João; Vieira, Rui. Contabilidade e Controlo de Gestão: Teoria, Metodologia e Prática. Lisboa/ Portugal: Escolar Editora, p. 281-295.
Rouwelaar, H.; Bots, J.; & Loo, I. D. (2018). The influence of management accountants on managerial decisions. Journal of Applied Accounting Research, 19(4), p. 442-464. https://doi.org/10.1108/JAAR-10-2016-0101
Santos, E. A.; Lunkes, R. J.; Bortoluzzi, D. A. & Schafer, J. D. (2017). Características do conselho de administração e sua relação com as estratégias de aplicação de recursos em empresas listadas na BM&FBovespa. Revista de Ensino e Pesquisa em Administração e Engenharia, 3(2), p. 276-294.
Santos, H. G.; Schafer, J. D.; & Lunkes, R. J. (2020). Reflexos das relações interpessoais na participação do controller em decisões organizacionais. Revista Contabilidade e Controladoria, 12(2). https://doi.org/10.5380/rcc.v12i2.75842
Serra, B. P. C.; Tomei, P. A.; & Serra, F. A. R. (2014). A pesquisa em tomada de decisão estratégica no alto escalão: evolução e base intelectual do tema. Revista de Ciências da Administração (RCA), 16(40), p. 11-28. https://doi.org/10.5007/2175- 8077.2014v16n40p11
Simon, H. A.; Guetzkow, H.; Kozmetsky, G.; & Tyndall, G. (1954). Centralization vs. decentralization in organizing the controller's department: A research study and report. New York/N.Y.: Controllership Foundation.
Souza, G. H. C.; Wanderley, C. de A.; & Horton, K. (2020). Perfis dos controllers: autonomia e envolvimento dos profissionais de controladoria. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(1), 003–022. https://doi.org/10.14392/asaa.2020130301
Troy, C.; Smith, K. G.; Domino, M. A. CEO demographics and accounting fraud: who is more likely to rationalize illegal acts?. (2011). Strategic Organization, 9(4), p. 259-282. https://doi.org/10.1177/1476127011421534
Vicente, C. S.; Major, M. J.; Pinto, J. C.; & Sardinha, J. (2009). Estudo do papel dos controllers de gestão em Portugal. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, 8(3), p. 65-79.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Mônica Aparecida Ferreira, Edvalda Araújo Leal, Ana Maria Dias Simões da Costa Ferreira, Layne Vitória Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A RCO adota a política de Acesso Livre (Libre Open Access), sob o acordo padrão Creative Commons (CC BY-NC-ND 4.0). O acordo prevê que:
- A submissão de texto autoriza sua publicação e implica compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico. O original é considerado definitivo;
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com necessário reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);
- A revista não paga direitos autorais aos autores dos textos publicados;
- O detentor dos direitos autorais da revista, exceto os já acordados no acordo de Libre Open Access (CC BY-NC-ND 4.0), é o Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Não são cobradas taxas de submissão ou de publicação.
São aceitos até 4 autores por artigo. Casos excepcionais devidamente justificados poderão ser analisados pelo Comitê Executivo da RCO. São considerados casos excepcionais: projetos multi-institucionais; manuscritos resultantes da colaboração de grupos de pesquisa; ou que envolvam grandes equipes para coleta de evidências, construção de dados primários e experimentos comparados.
É recomendada a ordem de autoria por contribuição, de cada um dos indivíduos listados como autores, especialmente no desenho e planejamento do projeto de pesquisa, na obtenção ou análise e interpretação de dados e redação. Os autores devem declarar as efetivas contribuições de cada autor, preenchendo a carta ao editor, logo no início da submissão, responsabilizando-se pelas informações dadas.
É permitida a troca de autores durante todo o processo de avaliação e, antes da publicação do manuscrito. Os autores devem indicar a composição e ordem final de autoria no documento assinado por todos os envolvidos no aceite para publicação. Caso a composição e ordem de autoria seja diferente da informada anteriormente no sistema, todos autores anteriormente listados deverão se manifestar favoráveis.
No caso de identificação de autoria sem mérito ou contribuição (ghost, guest or gift authorship), a RCO segue o procedimento recomendado pela COPE.