Entendendo os fatores de combate à corrupção: proposta de um constructo de dissuasão à corrupção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158516

Palavras-chave:

Corrupção, Causas da corrupção, Proteção à corrupção, Organizações públicas, Governança

Resumo

O objetivo do artigo é a identificação das dimensões para criação de um constructo de dissuasão à corrupção que possa explicar a variação da corrupção em diferentes países. Este constructo, chamado de DECIDE, teve como base quatro indicadores: nível de desburocratização; nível de democracia; nível de qualidade institucional, e o nível de dados abertos, os quais foram mensuradas por meio de dados secundários obtidos por meio dos indicadores Ease of doing Business Raking, Democracy Index, Institutional Quality Index, e o Global Open Data Index. Esses indicadores foram relacionados com a variável Percepção de Corrupção, medida neste estudo por meio do Corruption Perception Index (CPI). Em posse dessas informações, foi criada uma base de dados, os quais foram analisados seguindo todos os requisitos da técnica de modelagem Partial Least Squares (PLS). O principal resultado foi a criação do constructo DECIDE, que está diretamente relacionado ao CPI e explica 50% da percepção da corrupção demonstrada pelo indicador para os 175 países analisados. As quatro variáveis supracitadas, em conjunto, permitem criar os alicerces para criação de um constructo de dissuasão à corrupção (DECIDE), indicando o contexto nacional menos favorável à corrupção, ao mesmo tempo em que ampliam o conhecimento para definição de estratégias e mecanismos de proteção contra a corrupção. Em termos práticos, o estudo permite identificar que um país menos burocrático, mais democrático, mais transparente e onde as instituições funcionam melhor está mais protegido da ocorrência de corrupção, considerando que estas quatro variáveis agem como um dissuasor da corrupção.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Aidt, T. S. (2003). Economic analysis of corruption: a survey. The Economic Journal, 113(491), 632-652.
DOI:10.1046/j.0013-0133.2003.00171.x.

Aladwani, A. M. (2016). Corruption as a source of e-Government projects failure in developing countries: A
theoretical exposition. International Journal of Information Management, 36(1), 105-112. DOI: http://dx.doi.
org/10.1016/j.ijinfomgt.2015.10.005.

Andvig, J. C., Fjeldstad, O. H., Amundsen, I., & Søreide, T. (2000). Research on Corruption A policy oriented
survey. Commissioned by Norad, 158p.

Brei, Z. A. (1996). Corruption, ethics and administration, corruption and morality in administration public, political
corruption, administrative corruption. Revista de Administração Pública, 30(1), 64.

Brol, M. (2016). Institutional determinants of corruption. Ekonomia i Prawo. Economics and Law, 15(1), 21-32.
DOI: http://dx.doi.org/10.12775/eip.2016.002.

Burrell, G. (8). Morgan, G.(1979). Sociological Paradigms and Organizational Analysis. Elements of the Sociology
of Corporate Life. Ashgale Publishing Company: Burlington, USA.

Cohen, J. Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences. 2nd ed. New York: Psychology Press, 1988.
Del Monte, A., & Papagni, E. (2001). Public expenditure, corruption, and economic growth: the case of Italy.
European Journal of Political Economy, 17(1), 1-16. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/s0176-2680(00)00025-
2.

Dias, J., & Bento, F. (2011). Corrupção e teoria econômica. Economia & Tecnologia, 7(26), 1-8. DOI: http://
dx.doi.org/10.5380/ret.v7i3.26615.

Ferraz, C., & Finan, F. (2008). Exposing corrupt politicians: the effects of Brazil's publicly released audits on
electoral outcomes. The Quarterly journal of economics, 123(2), 703-745. DOI: http://dx.doi.org/10.1162/
qjec.2008.123.2.703.

Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement
error. Algebra and statistics. DOI: http://dx.doi.org/10.2307/3150980.

Gouvea, R., Montoya, M., & Walsh, S. (2013). How the corruption Quadruple Helix affects BRIC: A case study of
corruption in big emerging economies. J. Pol. & L., 6(1). DOI: http://dx.doi.org/10.5539/jpl.v6n2p1.

Habib, M., & Zurawicki, L. (2002). Corruption and foreign direct investment. Journal of International Business
Studies, 33(2), 291-307. DOI: http://dx.doi.org/0.1057/palgrave.jibs.8491017.

Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2016). A primer on partial least squares structural equation
modeling (PLS-SEM). Sage publications. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/1743727x.2015.1005806.

Hui, A. K., Armstrong, B. H., & Wray, A. A. (1978). Rapid computation of the Voigt and complex error
functions. Journal of Quantitative Spectroscopy and Radiative Transfer, 19(5), 509-516. DOI: http://dx.doi.
org/10.1016/0022-4073(78)90019-5.

Index, C. P. (2017). Transparency international. Disponível em: https://www.transparency.org/cpi2018.

Kaufmann, D., Kraay, A., & Mastruzzi, M. (2006). Measuring Corruption: Myths and Realities. The World Bank,
8(2), 37-41. Disponível em: http://documents.worldbank.org/curated/en/573111468314083144/pdf/436210N
EWS0BOX0327375B01PUBLIC1.pdf#page=39.

Klitgaard, R. (1988). Controlling corruption. University of California Press, 230p.

Knack, S. (2006). Measuring corruption in Eastern Europe and Central Asia: a critique of the cross-country
indicators. The World Bank. Disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/8377.

Krishnan, S., Teo, T. S., & Lim, V. K. (2013). Examining the relationships among e-government maturity,
corruption, economic prosperity and environmental degradation: A cross-country analysis. Information &
Management, 50(8), 638-649. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2013.07.003.

Teles, V. K. (2007). Institutional quality and endogenous economic growth. Journal of Economic Studies, 34(1),
29-41. DOI: http://dx.doi.org/10.1108/01443580710717200.

Lui, F. T. (1986). A dynamic model of corruption deterrence. Journal of Public Economics, 31(2), 215–236. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/0047-2727(86)90019-8.

Miller, S. (1999). Noble cause corruption in policing. African Security Studies, 8(3), 12-22.

Melo, F. L. N. B. de, Sampaio, L. M. B., & de Oliveira, R. L. (2015). Corrupção burocrática e empreendedorismo:
Uma análise empírica dos estados brasileiros. Revista de Administração Contemporânea, 19(3), 374-397.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1982-7849rac20151611.

Nascimento, J. C. H. B. do, & Silva-Macedo, M. A. da. (2016). Modelagem de equações estruturais com mínimos
quadrados parciais: um exemplo da aplicação do SmartPLS® em pesquisas em Contabilidade. Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade, 10(3), 289-313.

Pascarelli Filho, M. (2013). A nova administração pública: profissionalização, eficiência e governança. DVS
Editora.

Power, T. J., & González, J. (2003). Cultura política, capital social e percepções sobre corrupção: uma investigação
quantitativa em nível mundial. Revista de Sociologia e Política, (21), 51-69.

Puron-Cid, G., Reddick, C. G., & Ganapati, S. (2019). Public value of online financial transparency: Financial
sustainability and corruption of public officials in the US state governments. International Journal of Public
Sector Management. DOI: https://doi.org/10.1108/IJPSM-03-2018-0073.

Ringle, C. M., Silva, D. da, & Bido, D. D. S. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do
SmartPLS. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. DOI: https://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2717.

Rotberg, R. I. (2019). Corruption in North America: Canada and the United States. In Canada–US Relations, 261-
282). Palgrave Macmillan, Cham.

SANTOS, R. A. D. (2013). Institutionalising anti-corruption in Brazil: the path of the Controladoria-Geral da
Uniao (CGU). 323f (Doctoral dissertation, Tese. Department of Politics, University of Sheffield, Sheffield,
Inglaterra).

Silva, L. A. S. D. (1999). Corrupção e promiscuidade entre os setores público e privado na gestão do sistema
financeiro nacional: a liberalização financeira e a abertura da conta de capital (as contas CC-5). Brasília,
DF: Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (not published).

Speck, B. W. (2003). A compra de votos: uma aproximação empírica. Opinião Pública, 9(1), 148-169. DOI: http:
/dx.doi.org/10.1590/s0104-62762003000100006.

Srivastava, S. C., Teo, T. S., & Devaraj, S. (2016). You Can't Bribe a Computer: Dealing with the Societal Challenge
of Corruption Through ICT. Mis Quarterly, 40(2), 511-526.

Taylor, M. M., & Buranelli, V. C. (2007). Ending up in pizza: accountability as a problem of institutional arrangement in Brazil. Latin American Politics and Society, 49(1), 59-87. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1548-2456.2007.tb00374.x.

Timothy, J., & González, J. (2003). Cultura política, capital social e percepções sobre corrupção: uma investigação
quantitativa em nível mundial. Revista de Sociologia e Política, 21.

TOOLKIT, U. A. C. (2004). The Global Programme Against Corruption: UN Anti-Corruption Toolkit. UNODC.
Disponível em: https://www.un.org/ruleoflaw/blog/document/the-global-programme-against-corruption-unanti-corruption-toolkit/.

Publicado

2019-11-28

Edição

Seção

Fraudes e Corrupção: o que Contabilidade e Organizações têm a dizer?

Como Citar

Luciano, E. M., Wiedenhöft, G. C., & Callegaro, S. (2019). Entendendo os fatores de combate à corrupção: proposta de um constructo de dissuasão à corrupção. Revista De Contabilidade E Organizações, 13, 19-30. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158516