Previsão de escorregamentos no município de Maceió (AL) a partir do modelo AHP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/rdg.v39i0.161388

Palavras-chave:

Geomorfologia, Suscetibilidade, Escorregamentos, AHP, Nordeste brasileiro

Resumo

A previsão de escorregamentos é bastante relevante para o planejamento territorial, na medida que indica os locais com maior probabilidade de serem atingidos por estes processos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é avaliar a suscetibilidade a escorregamentos no litoral norte de Maceió, Nordeste do Brasil, por meio do modelo AHP (Analytic Hierarchy Process) em ambiente SIG (Sistemas de Informação Geográfica). Na hierarquização do modelo foram utilizados parâmetros relativos à geologia, à geomorfologia, aos solos, à declividade e à forma da encosta. A análise espacial foi realizada por meio de métodos multicritérios e álgebra de mapas com a ponderação das variáveis via AHP. Para a validação dos resultados, foi utilizado um mapa de inventário com 29 cicatrizes de escorregamentos mapeadas do ano de 2017. Os resultados mostraram que o mapa de suscetibilidade apresentou um predomínio da classe de suscetibilidade média, ou seja, com médio potencial para ocorrência de escorregamentos. Nesse sentido, as classes de suscetibilidade baixa, média e alta, apresentaram, respectivamente, uma frequência de 26%, 64% e 10%. Ao validar os resultados, 69% das cicatrizes de escorregamentos concentraram-se na classe de suscetibilidade alta; 30% na classe de suscetibilidade média e, apenas, 1% na classe de suscetibilidade baixa, indicando sucesso na previsão realizada. Os mapeamentos indicaram que os locais mais suscetíveis a escorregamentos se situam nas áreas de encostas, principalmente quando correlacionadas com a forte influência da declividade e dos padrões côncavos do terreno.

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Biografia do Autor

  • Fabrizio de Luiz Rosito Listo, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutor em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP), é professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), atuando no Departamento de Ciências Geográficas. Na Graduação, é responsável pelas disciplinas da área de Geotecnologias. Membro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É Líder do Grupo de Pesquisa ENPLAGEO (Grupo de Pesquisa em Geotecnologias Aplicadas a Geomorfologia de Encostas e Planícies) junto ao Departamento de Ciências Geográficas da UFPE. É membro do Conselho da União da Geomorfologia Brasileira (Gestão 2017-2020). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia e Geotecnologias aplicadas à Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: processos de dinâmica superficial em ambientes tropicais úmidos e semiáridos; cartografia de risco; geoprocessamento, modelos matemáticos de previsão e desastres naturais. Recebeu em 2013 o prêmio Young Geomorphologists durante a 8th International Conference on Geomorphology realizada em Paris pela International Association of Geomorphologists (IAG).

  • Nivaneide Alves de Melo Falcão, Universidade Federal de Alagoas

    Possui graduação em Geografia (Bacharelado) pela Universidade Federal da Paraíba (1998), mestrado (2001) e doutorado (2007) em Geociências pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora do curso de bacharelado e licenciatura em Geografia e também do Mestrado em Geografia da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: análise ambiental por geoprocessamento, mapeamento geomorfológico, diagnóstico ambiental, degradação ambiental e educação ambiental. É coordenadora do Laboratório de Geomorfologia e Solos - GEOMORFOS da Universidade Federal de Alagoas.

  • Danielle Gomes da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

    Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2005), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2007) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2013). Atualmente é docente da Universidade Federal de Pernambuco e líder do Grupo de Estudos em Mapeamento Geomorfológico e do Quaternário Continental (GEODEQC) e vice-líder do Grupo de Pesquisa em Geotecnologias Aplicadas a Geomorfologia de Encostas e Planícies da Universidade Federal de Pernambuco, onde atua como pesquisadora. Tem experiência na área de Geografia Física, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Geomorfologia do Quaternário, Cartografia Geomorfológica e Geomorfologia de Ambientes Semiáridos.

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Publicado

2020-07-06

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Artigos

Como Citar

Previsão de escorregamentos no município de Maceió (AL) a partir do modelo AHP. (2020). Revista Do Departamento De Geografia, 39, 88-101. https://doi.org/10.11606/rdg.v39i0.161388