Biogenic structures in soils under a primary Atlantic Rain Forest in SE-Brazil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/rdg.v40i0.164903

Palavras-chave:

Morfologia, Bioturbação, Minhocas, Pedogênese

Resumo

As minhocas desempenham papeis importantes na formação do solo, contudo pouca atenção é dada à bioturbação pelos pedólogos. A descrição morfológica tradicional, assim como os procedimentos de caracterização física e química do solo, não contemplam as estruturas biogênicas, que nem mesmo são consideradas pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as feições biogênicas como canais, câmaras e dejeções, produzidas pela atividade de minhocas no solo da Estação Biológica de Boracéia, em São Paulo. As bioestruturas foram coletadas, medidas, fotografadas e organizadas por tipo (cilíndricos e blocos irregulares) e tamanho (muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande). Foram realizadas análises físicas e químicas destes materiais e do solo: granulometria, carbono orgânico, bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+, P). Alguns canais biogênicos encontravam-se preenchidos por solo revolvido (as crotovinas) e outros não. As características redoximórficas são muito comuns nas paredes dos canais, porque esses dutos biogênicos contribuem para a difusão de O2 do solo e a remoção de CO2 no perfil. As dejeções têm textura arenosa, o conteúdo de carbono orgânico nelas é três vezes superior comparado ao da matriz do solo, indicando a eficiência de certos grupos ecológicos de anelídeos na incorporação de matéria orgânica em subsuperfície. Os coprólitos também apresentaram maiores quantidades de fósforo, cálcio e magnésio do que o solo. As minhocas cumprem funções fundamentais no solo, como aeração, agregação, incorporação de matéria orgânica e aumento de sua fertilidade. Portanto, os agregados biogênicos influenciam fortemente na pedogênese, especialmente na zona tropical.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALMEIDA, F.F.M. Fundamentos geológicos do relevo paulista. São Paulo: USP, Série Teses e Monografias – 14; 1974.

BACHELIER, G. La faune des sols. Son écologie et son action. Paris: Orstom. Init. Doc. Tech. n. 38; 1978.

Bal, L. Zoological Ripening of Soils. Wageningen: Centre for Agricultural Publishing and Documentation; 1982.

BAROIS, I.; VILLEMIN, G.; LAVELLE, P.; TOUTAIN, F. Transformation of the soil structure through Pontoscolex corethrurus (Oligochaeta) intestinal tract. Geoderma. v. 56, 57-66, 1993. DOI: 10.1016/B978-0-444-81490-6.50010-8

BARTHOD, J.; DIGNAC, M. F.; LE MER, G.; BOTTINELLI, N.; WATTEAU, F.; KÖGEL-KNABNER, I.; RUMPEL, C. How do earthworms affect organic matter decomposition in the presence of clay-sized minerals? Soil Biology and Biochemistry. v. 143, p. 107730, 2020. DOI: 10.1016/j.soilbio.2020.107730

BLANCHART, E.; LAVELLE, P.; BRAUDEAUS, E.; LE BISONAIS, Y.; VALENTIN, C. Regulation of soil structure by geophagous earthworm activities in humid savannas of Côte d´Ivoire. Soil Biology and Biochemistry., v. 29, 431-439, 1997. DOI: 10.1016/S0038-0717(96)00042-9

BLANCHART, E.; ALBRECHT, A.; CHEVALLIER, T.; HARTMANN, C. The respective roles of roots and earthworms in restoring physical properties of Vertisol under a Digitaria decumbens pasture (Martinique, WI). Agriculture, ecosystems & environment. v. 103, n. 2, p. 343-355, 2004. DOI: 10.1016/j.agee.2003.12.012.

CAMPANHA, G. A.; ENS, H. H.; PONÇANO, E.; WALDIR L. Análise morfotectônica do Planalto do Juqueriquerê, São Sebastião (SP). Brazilian Journal of Geology. v. 24, 32-42, 1994.

CURI, N. Vocabulário de ciência do solo. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; 1993.

CURRY, J. P. Factors affecting earthworm abundance in soils. In: EDWARDS, C. A. (Orgs.). Earthworm ecology. Boca Raton: CRC Press LCC, 1998, p. 37-64.

CUSTÓDIO FILHO, A. Flora da Estação Biológica de Boracéia: Listagem de espécies. Revista do Instituto Florestal. v.1. 161‑199, 1989.

DONAGEMMA, G.K., CAMPOS, D.V.B., CALDERANO, S.B., TEIXEIRA, W.G., VIANA, J.H.M. Manual de métodos de análise do solo. 2nd ed. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa do Solo - Embrapa Solos; 2011.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS; 1997.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Brasília: EMBRAPA; 2018.

FAO (Food and Agricultural Organization of the United Nations). Guidelines for soil description. Rome: Food and Agricultural Organization of the United Nations; 2006.

FRAGOSO, C.; LAVELLE, P. Earthworm communities of tropical rain forests. Soil Biology and Biochemistry. v. 24, n. 12, 1397-1408, 1992. DOI: 10.1016/0038-0717(92)90124-G

HOLE, F. D. Effects of animal on soil. Geoderma. v. 25, 75-112, 1981. DOI: 10.1016/0016-7061(81)90008-2

HOLT, J. A.; LEPAGE, M. Termites and soil properties. In: ABE, T.; BIGNELL, D. E.; HIGASHI, M. (Orgs.). Termites: evolution, sociality, symbioses, ecology. Netherlands: Springer Science & Business Media, 2000, p. 389-407.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Manual Técnico de Pedologia, 2 ed. Rio de Janeiro, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Mapas Interativos, 2005. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Manual Técnico da vegetação brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro, 2012.

IUSS WORKING GROUP WRB. World reference base for soil resources 2006. A framework for international classification, correlation and communication. World Soil Resources Reports No. 103. Rome, FAO; 2006.

IUSS WORKING GROUP WRB. World Reference Base for Soil Resources 2014, update 2015 International soil classification system for naming soils and creating legends for soil maps. World Soil Resources Reports No. 106. Rome, FAO; 2015.

JOHNSON, D. L. Biomantle evolution and the redistribution of earth materials and artifacts. Soil Science. v. 149, 84-102, 1990. DOI: 10.1097/00010694-199002000-00004

JOHNSON, D.; WATSON-STEGNER, D.; JOHNSON, D. N.; SCHAETZL, R. J. Proisotropic and proanisotropic processes of pedoturbation. Soil Science. v. 143, 278-292, 1987. DOI: 10.1097/00010694-198704000-00005

JOHNSON, D. L.; DOMIER, J. E. J.; JOHNSON, D. N. Reflections on the nature of soil and its biomantle. In: Annals of the Association of American Geographers, v. 95, 11-31, 2005. DOI: 10.1111/j.1467-8306.2005.00448.x

JONES, C. G; LAWTON, J. H; SHACHAK, M. Organisms as ecosystem engineers. Ecosystem Management. v. 14, 130-147, 1994. DOI: 10.1007/978-1-4612-4018-1_14

JOUQUET, P.; HARTMANN, C.; CHOOSAI, C.; HANBOONSONG, Y.; BRUNET, D.; MONTOROI, J. P. Different effects of earthworms and ants on soil properties of paddy fields in North-East Thailand. Paddy and Water Environment. v. 6, n. 4, p. 381-386, 2008. DOI: 10.1007/s10333-008-0134-x

KRETZSCHMAR, A. Earthworm interactions with soil organization. In: EDWARDS, C. A. (Orgs.). Earthworm ecology. Boca Raton: CRC Press LCC, 1998. p. 163-176.

KRETZSCHMAR, A.; MONESTIEZ, P. Physical control of soil biological activity due to endogeic earthworm behaviour. Soil Biology and Biochemistry. v. 24, 1609-1614, 1992. DOI: 10.1016/0038-0717(92)90158-T

LAVELLE, P.; BIGNELL, D.; DHILLION, S.; HEAL, O.W.; INESON, P.; LEPAGE, M.; ROGER, P.; WOLTERS, V. Soil function in a changing world: the role of invertebrate ecosystem engineers. European Journal of Soil Biology. v. 33, 159-193, 1997.

LEE, K. E. Some trends and opportunities in earthworm research or: Darwin's children—the future of our discipline. Soil Biology and Biochemistry. v. 24, 1765-1771, 1992. DOI: 10.1016/0038-0717(92)90185-Z

LEE, K. E. Earthworms: their ecology and relationships with soils and land use. London: Academic Press Inc.; 1985.

LEMOS, R. C; SANTOS, R. D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 3. ed. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; 1996.

LEUE, M.; GERKE, H. H.; GODOW, S. C. Droplet infiltration and organic matter composition of intact crack and biopore surfaces from clay‐illuvial horizons. Journal of Plant Nutrition and Soil Science. v. 178, n. 2, p. 250-260, 2015. DOI: 10.1002/jpln.201400209

LYNCH, J. M.; BRAGG, E. Microorganisms and soil aggregate stability. In: STEWART, B.A. (Orgs). Advances in soil science. Springer New York, 1985, p. 133-171.

MANFREDINI, S.; FURIAN, S. D. M.; QUEIROZ NETO, J. P.; OLIVEIRA, D.; FERREIRA, R. Técnicas em Pedologia, In: VENTURI, L. A. B. (Orgs). Praticando Geografia, 1, 2005, p. 85-98.

MELO JÚNIOR, H. B. Estruturas biogênicas em latossolos de chapadões, Uberlândia – MG. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, 2012.

MEYSMAN, F. J. R.; MIDDELBURG, J. J.; HEIP, C. H. Bioturbation: a fresh look at Darwin's last idea. Trends in Ecology & Evolution. v. 21, 688-695, 2006. DOI: 10.1016/j.tree.2006.08.002

MIKLOS, A. A. W. Biodynamique d´une couverture pédologique dans la région de Botucatu. Brésil. Thèse de doctorat. Université Paris VI. Académie de Sciences de Paris, 1992, p.438.

MIKLÓS, A. A. W. Biogênese do solo. Revista do Departamento de Geografia–USP. Volume Especial 30 Anos, 190-229, 2012. DOI: 10.7154/RDG.2012.0112.0011

MIKLÓS, A. A. W. Conceito Ecológico do Solo: O Papel da Biodiversidade na Organização e Dinâmica da Cobertura Pedológica. Agricultura Biodinâmica. v. 14, 11-16, 1997.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R.A.; MITTERMEIER, C.G.; DA FONSECA, G.A.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature. v. 403, 853-858, 2000. DOI: 10.1038/35002501

ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A.; 1983.

OLIVEIRA, J. D.; CAMARGO, M. D.; ROSSI, M.; CALDERANO, F, B. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: legenda expandida. Campinas: Instituto Agronômico; 1999.

RIBEIRO, M.C.; J.P. METZGER; A.C. MARTENSEN; F.J. PONZONI.; M.M. HIROTA. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological conservation. v. 142, 1141-1153, 2009. DOI: 10.1016/j.biocon.2009.02.021

RIGHI, G. OLIGOCHAETA, A. Diversidade e agroecologia, 1999. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil. São Paulo: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; 1995.

ROBERT, M.; BERTHELIN, J. Role of Biological and Biochemical Factors in Soil Mineral Weathering. Interactions of soil minerals with natural organics and microbes. 453-495, 1986. DOI: 10.2136/sssaspecpub17.c12

ROSS, J.L.; MOROZ, F.C. Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. Escala 1:500000, v.1, São Paulo: FFLCH-USP, IPT, FAPESP; 1997.

ROSSI, M.; QUEIROZ NETO, J. P. Relações solo/paisagem em regiões tropicais úmidas: o exemplo da Serra do Mar em São Paulo, Brasil. Revista do Departamento de Geografia. v. 14, 11-23, 2001. DOI: 10.7154/RDG.2001.0014.0001

RUIZ, M. P.; RAMAJO, M.; JESÚS, J. B.; TRIGO, D.; COSÍN, D. D. Selective feeding of the earthworm Hormogaster elisae (Oligochaeta, Hormogastridae) in laboratory culture. European journal of soil biology. v. 42, p. S289-S295, 2006. DOI:

SCHAEFER, C. E. R. Brazilian latosols and their B horizon microstructure as long-term biotic constructs. Soil Research. v. 39, n. 5, p. 909-926, 2001. DOI: 10.1071/SR00093

SCHAETZL, R. J; ANDERSON, S. Soil genesis and geomorphology. New York: Cambridge University Press; 2005.

SHIPITALO, M. J.; PROTZ, R. Chemistry and micromorphology of aggregation in earthworm casts. Geoderma. v. 45, 357-374, 1989. DOI: 10.1016/0016-7061(89)90016-5

SIMS, R. W.; GERARD, B. M. Earthworms: Keys and Notes for the Identification and Study of the Species. London: Brill/Backhuys; 1985.

SMETTEM, K. R. J. The relation of earthworms to soil hydraulic properties. Soil Biology and Biochemistry. v. 24, 1539-1543, 1992. DOI: 10.1016/0038-0717(92)90147-P

SYERS, J. K.; SPRINGETT, J. A. Earthworm ecology in grassland soils. In: EDWARDS, C. A. (Orgs.). Earthworm ecology. Boca Raton: CRC Press LCC, 1998, p. 67-83.

Downloads

Publicado

2020-12-24

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Diogo Filho, G. J., & Queiroz Neto, J. P. de. (2020). Biogenic structures in soils under a primary Atlantic Rain Forest in SE-Brazil. Revista Do Departamento De Geografia, 40, 26-39. https://doi.org/10.11606/rdg.v40i0.164903

Dados de financiamento