Dinâmica de valorização do solo urbano próximo de unidades de conservação – estudo de caso do bairro de Campo Grande, município do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2021.169722Palavras-chave:
segregação espacial, PEU, expansão urbanaResumo
O Plano de Estruturação Urbana (PEU) de Campo Grande, no município do Rio de Janeiro, estabelece diretrizes para o uso e a ocupação do solo e define parâmetros que ajudam a conter a expansão urbana em direção às unidades de conservação - APA Gericinó/Mendanha e Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB). O bairro representa uma importante centralidade econômica, atraindo pessoas, infraestruturas e serviços, além do PEPB ser atrativo para o mercado imobiliário destinado à classe média, enquanto as faixas de renda mais baixa seguem em direção à APA. Desta forma, pode-se dizer que o PEU abriu novas frentes de expansão urbana, acompanhadas de um aumento na intensidade do uso e ocupação do solo. Nesse contexto, destaca-se a abertura de espaços para receber empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). Este artigo propõe analisar o crescimento habitacional em direção às duas citadas unidades de conservação, buscando também criar um cenário futuro para o ano de 2026, com o auxílio da ferramenta Land Change Modeler (LCM), do software Idrisi. Pretende-se discutir como tais mudanças têm reforçado a segregação socioespacial e impactado as áreas de conservação ambiental na área de estudo. Os resultados indicam que ocorreu maior perda da vegetação natural em direção ao PEPB, com aumento das residências de alto padrão, enquanto na direção da APA, houve pouca perda de vegetação natural e aumento de residências populares.
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