Mapeamento das formações superficiais Quaternárias na região de Volta Grande do Rio Uruguai (Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2021.174174Palavras-chave:
Curvatura, Granulometria, ColúvioResumo
As coberturas ou formações superficiais quaternárias constituem recurso natural importante sob diferentes abordagens – desde o entendimento de suas relações com processos erosivos e das dinâmicas de esculturação da paisagem ao entendimento da história de ocupações humanas pretéritas (geoarqueologia). As formações superficiais podem ter origem in situ, ou podem ser remobilizadas pelos diversos agentes da geodinâmica superficial. Inclusos os solos em si, tais formações estão relacionadas com a topografia e se transformam conforme as características dessa topografia. Daí a dificuldade, muitas vezes, em classificá-las e mapeá-las. O presente trabalho teve como objetivo a elaboração de um mapa das formações superficiais na bacia do rio Uruguai, no trecho conhecido como Volta Grande (SC/RS), por meio de atributos do relevo derivados do SRTM GL1-Up Sampled, do solo (granulometria) e do índice MRVBF – Multiresolution Index of Valley Bottom Flatness. Os resultados encontrados foram: (i) predominância de formação coluvial; (ii) predominância de argila corroborando estudos diagnósticos realizados na região; (iii) a distribuição espacial das formações superficiais na área de estudo refletiu a dinâmica das vertentes com base na sua morfologia e posição topográfica; (iv) a ocorrência de formações coluvio-aluviais às margens do rio Uruguai, nas áreas de planície, indica contribuição das vertentes na dinâmica pedogeomorfológica da área de estudo e não somente dinâmica fluvial, considerando a característica de vale encaixado do rio Uruguai (planícies estreitas). Com base nos resultados, portanto, a metodologia aplicada neste trabalho demonstrou potencialidade, com algumas limitações, de aplicação em estudos pedogeomorfológicos, notadamente, na análise e mapeamento das coberturas superficiais.
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