Aliando o patrimônio cultural ao geopatrimônio: um roteiro geoturístico costeiro no município de Cabedelo, Paraíba (Nordeste do Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2021.182159Palavras-chave:
Geodiversidade, Geointerpretação, Valor Cultural, CabedeloResumo
A dinâmica marinha em ambiente costeiro, entrelaçada ao fluxo turístico, o torna uma área de conflito e instabilidade, aumentando, ainda mais, os impactos ambientais deletérios. Desse modo, o espaço requer um planejamento rigoroso para amenizar os riscos. Por outro lado, a partir de valores como o estético e o científico, os ambientes costeiros, paradoxalmente, possuem um grande potencial geoturístico, próprio de sua dinâmica natural, normalmente pouco explorado, especialmente no Brasil. O Município de Cabedelo, no Estado da Paraíba, corresponde a uma extensa restinga margeada, a leste, pelo Rio Paraíba e, a oeste, pelo Oceano Atlântico. O presente artigo propõe um roteiro geoturístico que inclui quatro locais de interesse: Areia Vermelha, um banco de areia que emerge nas marés baixas, depositado sobre arenitos praiais; as Ruínas de Almagre, de origem jesuítica, datadas do século XVI, construídas com calcário e arenitos ferruginosos; a Fortaleza de Cabedelo, remanescente do triângulo defensivo construído, a partir do final do século XVI, pelos portugueses e que utiliza os mesmos georecursos de Almagre e; a Praia do Jacaré, uma praia fluvial, de onde é possível observar extensos manguezais, em sua margem direita e largos terraços fluviais, preenchidos por cana-de-açúcar, na margem esquerda.A existência de roteiros geointerpretativos assinam uma nova função aos itinerários, agora com vies geoturístico, ao enriquecer a experiência dos turistas, oferecendo a oportunidade de conhecer o meio abiótico e cultural de uma outra perspectiva, sem esquecer da necessária consciência ambiental.
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