FLUTUAÇÕES CLIMÁTICAS EM CABO FRIO

Resumo

Na atualidade, fala-se muito em “mudança climática” em torno da Lagoa de Araruama, no Estado do Rio de Janeiro. Procuramos testar tal afirmativa na localidade de Cabo Frio, ao longo de sessenta anos de observações meteorológicas contínuas (1921-1980), na procura de identificar qualquer “mudança climática” por menor que fosse, de algum significado, que pudesse afetar as condições geoecológicas locais. Na realidade, o que se observou em Cabo Frio, após exaustivos exercícios de tabulação de dados, construção de gráficos e análise numa escala decenal-sazonal das informações, foi a ocorrência de ligeiras flutuações no ritmo de comportamento, interdécadas, das diversas variáveis climáticas, decorrentes da diversidade natural da dinâmica evolutiva da circulação atmosférica atuante nesse trecho do Estado. Flutuações estas que, a rigor, se autocompensaram de um decênio para outro, o que torna bastante temerária e imprópria a indução para um conceito de “mudança climática”. Com maior adequação, e não tanto com rigor, a interpretação mais apropriada seria a de uma tendência voltada para “estabilidade climática”, uma vez que as flutuações da dinâmica da circulação atmosférica revestem-se de um fato natural e rotineiro.