OS NOVOS ENFOQUES DA GEOGRAFIA COM O APOIO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Autores

  • Reinaldo Paul Pérez Machado Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia

DOI:

https://doi.org/10.11606/rdg.v0i0.548

Palavras-chave:

Geografia Quantitativa, Geografia Qualitativa, Geografia Humana, Ciência da Informação Geográfica, Cartografia Digital, Mapas Mentais

Resumo

Resumo: Tratou-se neste artigo de relevar o papel da Cartografia e das formas de analisar e representar o espaço, utilizando métodos qualitativos e quantitativos. Foram consideradas, em especial, as novas tendências e desafios das Tecnologias da Informação Geográfica, diante dos principais paradigmas que estão em foco no debate atual na Geografia. A partir do trabalho de Kuhn, em 1970, muitos geógrafos e estudiosos da evolução do pensamento geográfico aplicaram o modelo da mudança de paradigmas ao desenvolvimento conceitual desta ciência. No entanto, analisando a evolução da Geografia do século XX e início do XXI, tem-se observado certa regularidade de mudanças paradigmáticas entre os chamados “períodos de desenvolvimento da ciência normal”, com ciclos de duração entre 20 e 25 anos (Buzai, 1999). Mas também verificou-se que em nenhum momento um paradigma eliminava por completo o anterior, mas o deslocava no tempo. Assim vemos o atual ressurgimento da Geografia Quantitativa, com uma quantidade expressiva de trabalhos e novas propostas de cálculo, análise e modelagem temática complexa, derivadas do impacto que têm exercido as tecnologias da informação neste campo, o que tem dado lugar às denominadas Tecnologias da Informação Geográfica, ou Geotecnologias. No entanto, percebe-se também a presença ativa do chamado Paradigma Humanista, mediante o qual se tem construído uma visão espacial alternativa e independente, seguindo certos fundamentos iniciais, a partir dos estudos culturais de vertentes geográfico-antropológicas (Sauer, 1925, 1927, 1963), e daqueles outros relacionados com os mapas mentais urbanos (Cauvin, 2002; Strauss, 1987; Lynch, 1960). Aqui, a Geografia Humana centra seu foco na relação do mundo interior com o mundo exterior do ser humano, tais como a percepção, as atitudes e a valoração do meio geográfico. Neste sentido, foram analisados diferentes exemplos de aplicações dos SIG diante de uma série de problemáticas territoriais cujos propósitos, estratégias de investigação e conhecimento obtidos se agrupam dentro do reforço do paradigma quantitativo e também na construção de modelos qualitativos, mapas mentais, participativos e colaborativos, dentro do Paradigma Humanista. Estas aplicações mostraram, em geral, opções de soluções aplicadas, com base no desenvolvimento tecnológico e na Geografia atual, como disciplina central. Embora os Sistemas de Informação Geográfica, isoladamente, não sejam considerados como parte da Ciência da Informação Geográfica (Capel, 2005), o desenvolvimento recente (e crescente) das Tecnologias da Informação Geográfica indica que sim, está acontecendo uma mudança paradigmática, que levará, mediante o estabelecimento de fundamentos teóricos, conceituais e ontológicos profundos, à consolidação da Ciência da Informação Geográfica. O desenvolvimento deste processo beneficiará incontestavelmente, todas as expressões do conhecimento geográfico, independentemente de ter ênfase maior nos aspectos físicos ou humanos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Reinaldo Paul Pérez Machado, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia
    Possui graduação em Geografia - Universidad de La Habana (1981), pós-graduação no International Institute for Aerospace Survey and Earth Sciences ITC da Holanda (1990), doutorado em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2001) e Livre Docência pela Universidade de São Paulo (2012). Realizou pós-doutorado na Universitat de Barcelona (2006-2007), e no Center for International Earth Science Information Network CIESIN da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (2009). É professor da Universidade de São Paulo na graduação e na pós-graduação do Departamento de Geografia desde 1994. Participante como Professor Convidado do Programa Erasmus Mundus na Faculty of Geoinformation Science and Earth Observation ITC da University of Twente em Holanda, e na University of Lund, de Suécia (2010). Presidente da Comissão Organizadora e do Comitê Científico do II Simpósio Internacional Caminhos Atuais da Cartografia na Geografia 2º CARTOGEO, celebrado no DG - USP (2010). Tem experiência na área de Cartografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: geoprocessamento, sistemas de informações geográficas, análise espacial, sensoriamento remoto e as aplicações das Tecnologias da Informação Geográfica nos temas sociais. (Texto informado pelo autor)

Downloads

Publicado

2014-08-05

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

OS NOVOS ENFOQUES DA GEOGRAFIA COM O APOIO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA. (2014). Revista Do Departamento De Geografia, spe, 203-241. https://doi.org/10.11606/rdg.v0i0.548