GEOPROCESSAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE INVESTIGAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: UMA ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL APLICADA AO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SERTÃO DO SÃO FRANCISCO (BA), 2004 A 2006

Autores

  • Marcia Aparecida Procopio da Silva Scheer Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Creuza Santos Lage Universidade Federal da Bahia
  • Emanuel Fernando dos Reis de Jesus Universidade Federal da Bahia
  • Neyde Maria Santos Gonçalves Universidade Federal da Bahia
  • Noeli Pertile Universidade Federal da Bahia
  • Denise Silva Magalhães Universidade Federal da Bahia
  • Danilo Melo
  • Thiago de Aquino Pires

DOI:

https://doi.org/10.11606/rdg.v0i0.546

Palavras-chave:

Semiárido, Escassez Hídrica, PRONAF, Produção Agrícola, SPOT 4, Vegetation.

Resumo

As regiões tropicais semiáridas correspondem a ecossistemas frágeis, e, conseqüentemente, susceptíveis a processos de degradação socioambientais com efeitos significativos na vulnerabilidade local e com repercussões sobre a sustentabilidade de seus territórios. A deficiência hídrica atua como fator restritivo e dificulta as condições biostásicas do sistema natura,l com importantes impactos na qualidade de vida das comunidades dessas regiões. A adversidade climática, sobretudo quanto aos riscos de seca, à salinização dos solos, às práticas agrícolas inadequadas, aliados à concentração da propriedade da terra e ao acesso ao uso produtivo da água, os altos índices de pobreza, a exclusão social são exemplos, entre outros, da fragilidade socioambiental de extensas áreas do semiárido baiano, com graves consequências para a economia local. Inserido neste contexto, o presente projeto teve o objetivo de analisar a vulnerabilidade e as perspectivas de sustentabilidade do Território de Identidade Sertão do São Francisco (BA), (implantado pela Secretaria do Desenvolvimento Territorial - Ministério do Desenvolvimento Agrário) em 2005, por meio de uma metodologia de integração em ambiente de Sistema de Informação Geográfica, a partir de indicadores ambientais (escassez hídrica por meio de dados meteorológicos), sociais (população e estrutura fundiária), econômicos (produção agrícola) e político/institucionais (PRONAF), visando apresentar alternativas que contribuam para a compreensão desses problemas formulando, assim, diagnósticos positivos que impulsionem ações para sua resolução. Os materiais utilizados a priori foram: dados do meio físico, dados da Produção Agrícola Municipal (PAM- IBGE), dados referentes as verbas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e imagens de satélite SPOT 4 – Vegetation. Deve-se destacar que, é muito importante a realização deste tipo de pesquisa na área de estudo por ela abranger significativa extensão territorial, cujo perfil agrícola dá suporte a duas realidades distintas: primeira, a produção de frutas para exportação e outros produtos agrícolas destinados à indústria e, segunda, a produção familiar e de subsistência que sofrem diretamente com as adversidades do local. Também, foi considerada a discussão em âmbito nacional, quanto às políticas públicas emanadas quanto ao uso racional da água e a Transposição do Rio São Francisco, como também quanto a incentivos visando o aumento da produtividade local e de questões quanto a garantia da Soberania Alimentar para população local. A abordagem metodológica desta pesquisa foi quali-quantitativa e o referencial teórico metodológico teve como base estudos de Raffestin (1993), Silva (2003) e Santos (2006) na análise do Território, Drew (1986) e Christofoletti (1999) no estudo dos sistemas ambientais, Ayyar (1969) e Gerardi (1981) quanto às técnicas de classificação estatística, Novo (1988) e Crosta (1999) no tratamento das imagens orbitais, e Burrough (1986) e Assad (1993) quanto ao Sistema de Informação Geográfica, entre vários outros autores importantes para o desenvolvimento da pesquisa. Como resultado final, foi elaborado um banco de dados integrado (numérico e espacial) em ambiente de SIG, de fácil manipulação, que possibilitou a realização de análises e correlações sobre a área de estudo. Foram previstos como produtos desta pesquisa a caracterização dos sistemas produtivos; o mapeamento das áreas que sofrem com a escassez hídrica, a elaboração de uma metodologia de estudo fundamentada na formulação de indicadores com o uso de ferramentas de Geoprocessamento passível de ser aplicada futuramente em toda a Bahia. Deve-se ressaltar que, a originalidade desta proposta consiste no esforço de articulação de diferentes metodologias de análise, visando o desenvolvimento de um modelo que possibilite melhores aproximações analíticas da realidade. Com a conclusão desta pesquisa, pretende-se aprofundar as análises geradas até o momento, aprimorar conceitos relacionados às novas situações vivenciadas e também colaborar no processo de planejamento com a difusão do conhecimento sobre a convivência com o semiárido, por exemplos: confecção de uma cartilha paradidática feita pelos alunos da graduação da UFBA sobre o assunto e a execução de oficinas organizadas pelo intermédio de Órgãos Públicos, Organizações não governamentais e religiosas, integrando assim as diversas visões sobre realidade da área de estudo neste próximo ano.

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Biografia do Autor

  • Marcia Aparecida Procopio da Silva Scheer, Universidade Federal da Integração Latino-Americana
    Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (1996), mestrado em Geociências (Área de Concentração em Geociências e Meio Ambiente) pela UNESP/Rio Claro (2000) e doutorado em Engenharia Agrícola (Área de Concentração em Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável) pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2004). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em meio ambiente. Atua nos seguintes temas: Geografia Física, Cartografia, Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto, Sistema de Informação Geográfica. É Professora Adjunto IV na Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA. Foz do Iguaçu - PR. (Texto informado pelo autor)
  • Creuza Santos Lage, Universidade Federal da Bahia
    Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1969), Mestrado em Geociências, opção Geomorfologia pela Universidade Federal da Bahia (1980) e Doutorado em Geografia - Université de Bordeuaux III (1986). Atualmente é Professor Associado Aposentado, com atuação junto ao Mestrado em Geografia do Instituto de Geociências da UFBA. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoecologia, atuando principalmente nos seguintes temas: impactos sócioambientais, desenvolvimento sustentável, análise ambiental urbana, qualidade de vida e desenvolvimento urbano. (Texto informado pelo autor)
  • Emanuel Fernando dos Reis de Jesus, Universidade Federal da Bahia
    Possui Licenciatura em Geografia pela Universidade Católica do Salvador (1977), Mestrado em Geociências (Geomorfologia) pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (1984) e Doutorado em Geografia Física (Climatologia) pela Universidade de São Paulo - USP (1995). Atualmente é Professor Associado do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado e Doutorado) do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, Professor Pleno do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana e Professor Doutor da Fundação Faculdade Visconde de Cairu. Coordenador do Colegiado dos Cursos de Graduação em Geografia (Diurno e Noturno)do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia. Ex-professor titular de Climatologia Aplicada da Universidade Católica do Salvador - UCSal. Tem experiência na área de Geografia Física, com ênfase em Climatologia e Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Clima e Meio Ambiente (Mudanças Climáticas), Clima e Turismo, Riscos Climáticos em Ambientes Tropicais, Dinâmica do Meio Ambiente em Regiões Tropicais. Integrante do Grupo de Pesquisa GEOCLIMA do Laboratório de Estudos Ambientais e Gestão do Território - LEAGET-UFBA. (Texto informado pelo autor)
  • Neyde Maria Santos Gonçalves, Universidade Federal da Bahia
    Possui graduação em Geografia pela Universidade Católica do Salvador (1963), Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1971) e Doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (1992). Atualmente é Professor Adjunto IV - Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da UFBA (Aposentado), atuando como Professor Associado junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado/Doutorado) do Instituto de Geociências da UFBA, na orientação de Mestrandos. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Física, particularmente nas subáreas de Climatologia, Geoecologia, Análise Ambiental Urbana e Avaliação de Impactos Ambientais. (Texto informado pelo autor)
  • Noeli Pertile, Universidade Federal da Bahia
    Possui Graduação (Bacharelado e Licenciatura, 1998), Mestrado (2001) e Doutorado (2008) em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por meio do Programa de Doutorado no País com Estágio no Exterior PDEE/CAPES, realizou estágio na Université Pierre Mendès-France-Grenoble II entre 2006 e 2007. Tem experiência na área de Pesquisa e Ensino em Geografia (Ensino Fundamental, Médio e Superior). Atuou como Professora Substituta na UFSC nos anos de 2003 e 2004. Atualmente é Professora Adjunto III na Universidade Federal da Bahia atuando nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências. Exerce, ainda, o cargo de Vice-Chefe do Departamento de Geografia e é suplente do Instituto de Geociências no Conselho Acadêmico de Ensino da mesma universidade. (Texto informado pelo autor)
  • Denise Silva Magalhães, Universidade Federal da Bahia
    Possui Graduação em Geografia pela Universidade Federal da Bahia - UFBA/Salvador (1974); Especialização em Cartografia Básica pela Cartographic School Defense Mapping Agency/Inter American Geodetic Survey IAGS/Panamá (1974); Mestrado em Análise Regional pela Universidade Salvador UNIFACS (2003); Aluna regular do Doutorado em Geografia da UFBA. Atualmente é professora Assistente IV da Universidade Federal da Bahia, atuando no curso de graduação em Geografia, na área de Cartografia. Foi professora substituta do Curso de Geografia da Universidade Católica do Salvador UCSAL (1977); professora contratada do Curso de Pós-graduação Ecologia e Turismo Lato Sensu da Faculdade de Educação da Bahia (1996 e 1997); professora contratada do Curso de Geografia da Fundação Visconde de Cairu (2003); professora contratada do Curso de Turismo do Instituto de Educação Superior Unyahna (2000 a 2006). Tem experiência em Cartografia, atuando como Funcionária Pública, atualmente aposentada, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SEI, da Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia. Orienta projetos de monitoria e extensão (bolsa Permanecer/UFBA) e projetos de monografia de conclusão de curso. (Texto informado pelo autor)

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Publicado

2014-08-05

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Scheer, M. A. P. da S., Lage, C. S., Jesus, E. F. dos R. de, Gonçalves, N. M. S., Pertile, N., Magalhães, D. S., Melo, D., & Pires, T. de A. (2014). GEOPROCESSAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE INVESTIGAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: UMA ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL APLICADA AO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SERTÃO DO SÃO FRANCISCO (BA), 2004 A 2006. Revista Do Departamento De Geografia, spe, 242-285. https://doi.org/10.11606/rdg.v0i0.546