Produção da delinquência e rebelião: a fuga de presos da ilha Anchieta em 1952
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.134220Palavras-chave:
Rebelião prisional , encarceramento, produção da delinquência , ilha Anchieta, São PauloResumo
Neste artigo apresentaremos alguns resultados alcançados em recente pesquisa sobre a rebelião e fuga em massa dos presos do Instituto Correcional da Ilha Anchieta, ocorrida em junho de 1952. Num primeiro momento, demonstraremos como o estudo do perfil dos presos da ilha contribuiu para compreender o processo que levou à primeira grande rebelião e fuga em massa de um presídio brasileiro. Sob esse aspecto, a rebelião em 1952 foi o ápice trágico e dramático de uma prática de encarceramento e gestão da delinquência e, de modo complementar, sua ocorrência foi determinada pela natureza das relações estabelecidas entre os agentes ligados ao controle social. Sob este último aspecto, num segundo momento da exposição, demonstraremos de que maneira os conflitos entre funcionários e militares tiveram papel decisivo na deflagração daquela insurgência, fato que repercutiu de modo decisivo na expansão do encarceramento em São Paulo.
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