Resenha do livro: 'Histoire de la sexualité. I - La volonté de savoir'
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.1977.77311Palavras-chave:
História da Sexualidade, Foucault, Século XVIIResumo
(primeiro parágrafo do texto)
O primeiro de uma série anunciada de 6 volumes (seguir-se-ão La chair et le corps, La croisade des enfants, La femme, la mère et l'hystérique, Les pervers, Population et rates), este tomo apresenta-se como uma introdução às análises que se vão suceder. Como geralmente acontece nas obras de Michel Foucault, começa-se por apresentar as teses vigentes, aquelas que gozam de maior prestígio que parecem mais firmemente estabelecidas, para em seguida o autor desmoronar esse saber adquirido. Neste caso, a tese gloriosa seria a seguinte: a uma sexualidade livre até ao século XVII seguir-se-ia uma sexualidade reprimida, muda, hipócrita, enfim "vitoriana". Este discurso sobre a moderna repressão do sexo apresenta-se solidamente enraizado, tanto mais que uma caução política protege: "Fazendo surgir a época da repressão no século XVII, depois de algumas centenas de anos de ar livre e de livre expressão, fazem-na coincidir com o desenvolvimento do capitalismo: estaria indissociavelmente ligada à ordem burguesa" (p. 12). Porquê? Os defensores dessa tese não têm a menor dificuldade em explicá-la: se o sexo é reprimido com tanto rigor, é porque é incompatível com uma forma de trabalho geral e intensa. Numa época em que se explora sistematicamente a força de trabalho, poder-se-ia tolerar que ela se desperdiçasse em prazeres, excetuados aqueles, e mesmo assim reduzidos ao mínimo, que lhe permitem reproduzir-se? A causa do sexo e da sua liberdade assume assim as honras de uma causa política. "A idéia do sexo reprimido não é portanto apenas uma questão de teoria". É também uma atitude política de combate à "hipócrita burguesia".
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