Francisco António de Sampaio e sua História Natural da Vila da Cachoeira: Circulação, reconfiguração e validação da produção de conhecimento na segunda metade do século XVIII

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.131877

Palavras-chave:

Francisco António de Sampaio, Reconfiguração e circulação do conhecimento, Ciência e Poder, história da medicina

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender os processos de construção de conhecimento sobre a natureza do Brasil, no século XVIII, a partir do estudo de caso de Francisco António de Sampaio e seu trabalho de filosofia natural. Busco compreender tais processos como sendo resultantes de dinâmicas de circulação de conhecimento, trocas e negociações, e o estabelecimento de relações de poder entre os agentes envolvidos neste processo. Pretendo demonstrar como estas dimensões foram fundamentais para o processo de produção de trabalhos científicos nos espaços coloniais, bem como para sua circulação e a validação pelos círculos letrados metropolitanos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Gisele Cristina da Conceição, Universidade do Porto. Faculdade de Letras

    Doutora em História pela Universidade do Porto, Portugal. Pesquisadora integrada do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória/CITCEM/Portugal. Tenho trabalhado na área de História da Ciência. O foco da minha pesquisa é sobre os processos de construção e circulação do conhecimento nos espaços coloniais, enfatizando nas dinâmicas da produção de conhecimento, e importância dos agentes locais em sua construção histórica. Alguns dos meus interesses específicos incluem História da Filosofia Natural, História da Medicina, Filosofia da Ciência, Viagens Filosóficas e Expedições Científicas, no Império Português ao longo do Período Moderno. Faculdade de Letras da Universidade do Porto - Portugal.CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória»

Referências

Fontes documentais

Correspondência endereçada à Academia das Ciências entre 1780–1790. Cartas de Francisco António de Sampaio para a Academia das Ciências de Lisboa. Manuscrito. ACL, Série Azul de Manuscritos, cod. 1944, p. 233, p. 282, p. 402.

Francisco António de Sampaio. História dos reinos vegetal, animal e mineral pertencente a medicina, tomo I. 1782. FBN, manuscritos, I–12,01,019. Disponível em: FBNRJ–Digital. Cota: Mss 22949: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss22949/mss22949.pdf.

Francisco António de Sampaio. História dos reinos vegetal, animal e mineral pertencente a medicina, tomo II. 1789. Manuscrito. FBN, manuscritos, I–12,01,020. Disponível em: FBNRJ–Digital. Cota: Mss 22950: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss22950/mss22950.pdf.

LINNÉ, Carl von. Systema naturae: per regna tria natura, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Holmiae: Impensis direct. Laurentii Salvii, 1766–1768. Disponível em: http://www.biodiversitylibrary.org/item/137337#page/5/mode/1up.

Bibliografia

BIAGIOLI, Mario. Galileu, cortesão. A prática da ciência na cultura do Absolutismo. Coordenação da Coleção: Ana Simões e Henrique Leitão. Porto: Porto Editora, 2003.

BRACHT, Fabiano. Ao ritmo das monções. Medicina, farmácia, história natural e produção de conhecimento na Índia portuguesa no século XVIII. Tese de doutorado, Universidade do Porto, 2017.

BRIGOLA, João Carlos. Coleções, gabinetes e museus em Portugal no século XVIII. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

CONCEIÇÃO, Gisele C. Natureza ilustrada: estudos sobre filosofa natural no Brasil ao longo século XVIII. In: POLÓNIA, Amélia; BRACHT, Fabiano; CONCEIÇÃO, Gisele Cristina da; PALMA, Monique (org.). História e ciência: ciência e poder na primeira idade global. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, 2016.

CONCEIÇÃO, Gisele C. & SANTOS, C. F. M. Quando ameijoas eram como leriuçús: identificação de espécies de peixes e crustáceos pelos colonizadores na América portuguesa do século XVI. Revista da Faculdade de Letras. Série de História, vol. 3, 2014, p. 29-40.

DAMASCENO, Darcy (edição e pesquisa). Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Escrito por Francisco António de Sampaio – “História dos reinos vegetal, animal e mineral do Brasil, pertencente à medicina – tomos I e II”, de 1782. Rio de Janeiro, 1969.

DIAS, José Pedro Sousa. Droguistas, boticários e segredistas: ciências e sociedade na produção de medicamentos na Lisboa de Setecentos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação para Ciência e a Tecnologia, 2007.

DOMINGUES, Ângela. Oficiais, cavalheiros e concorrentes: o “Brasil” nas viagens de circum-navegação do século das Luzes. Revista de Indias, vol. LXXIII, n.º 258, 2013, p. 365–398. Disponível em: http://revistadeindias.revistas.csic.es/index.php/revistadeindias/article/view/928/1001. Acesso em: 05 fev. 2017. doi: https://doi.org/10.3989/revindias.2013.012.

DOMINGUES, Ângela. Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a constituição de redes de informação no Império português em finais dos Setecentos. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, vol. VIII (suplemento), 2001, p. 823–38. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702001000500002&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 05 mai. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702001000500002.

FURTADO, Júnia Ferreira. Oráculos da geografia iluminista: dom Luís da Cunha e Jean-Baptiste Bourguignon D’Anville na construção da cartografia do Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2012.

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. Lisboa: Guerra e Paz, 2009.

KURY, Lorelai. A filosofia das viagens. In: Idem (org.). O gabinete de curiosidades de Domenico Vandelli. Editora Dantes, 2008.

LIVINGSTONE, David N. Putting science in its place: geographies of science knowledge. Chicago: University of Chicago Press, 2013.

MARGÓCSY, Dániel. Commercial visions: science, trade and visual culture in the Dutch golden age. Chicago: The University Chicago Press, 2014.

MARTINS, Anna Paula (edição e pesquisa). Eu observo e descrevo/ Francisco António de Sampaio. Rio de Janeiro: Dantes, 2008.

PATACA, Ermelinda Moutinho. Terra, água e ar nas viagens científicas portuguesas (1755–1808). Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, 2006.

PEREIRA, Magnus R. M. & CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da (org.). Os naturalistas do Império; O conhecimento científico de Portugal e suas colônias (1768-1822). 1ª edição. Rio de Janeiro: Versal Editores, 2016, 426p.

PEREIRA, Magnus R. M. & CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da. Os colonos cientistas da América portuguesa: questões historiográficas. Revista de História Regional, vol. 19, 2014, p. 7-34. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/5419/4085. Acesso em: 05/05/2017. doi: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.19i1.0001.

POLÓNIA, Amélia & ANTUNES, Cátia (ed.). Mechanisms of global empire building. Oporto: Citcem, 2017.

PRATT, Mary Louise. Imperial eyes: studies in travel writing and transculturation. Londres/Nova York: Routledge, 1992.

RAMINELLI, R. J. Ilustração e patronagem; estratégias de ascensão social no Império português. Anais de História de Além-Mar, vol. VI, Lisboa, 2005, p. 297-326.

RAJ, Kapil. Relocating modern science: circulation and the construction of knowledge in South Asia and Europe, 1650–1900. Hampshire: Palgrave Macmillian, 2010.

RAJ, Kapil. Beyond postcolonialism… and postpositivism: circulation and the global history of science. Isis, vol. 104, n. 2, junho 2013, p. 337–347. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/10.1086/670951. Acesso em: 05 mai. 2017.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. A cultura luso-brasileira. Da reforma da universidade à independência do Brasil. Lisboa: Editorial Estampa, 1999.

SIMON, William Joel. Scientific expeditions in the Portuguese overseas territories (1783–1808) and the role of Lisbon in the intellectual-scientific community of the late eighteenth century. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, 1983.

SHAPIN, Steven. The scientific revolution. Chicago: University of Chicago Press, 1996.

WALKER, Timothy D. Global cross-cultural dissemination of Indigenous medical practices through the Portuguese colonial system: evidence from sixteenth to eighteenth-century ethno-botanical manuscripts. In: WENDT, Helge (ed.). The globalization of knowledge in the Iberian colonial world. Berlim: Max Planck Research Library for the History and Development of Knowledge, 2016, p. 161-192. Disponível em: http://edition-open-access.de/proceedings/10/8/index.html.

Downloads

Publicado

2018-12-13

Edição

Seção

República das Letras: evangelização, conhecimento e administração colonial

Como Citar

Francisco António de Sampaio e sua História Natural da Vila da Cachoeira: Circulação, reconfiguração e validação da produção de conhecimento na segunda metade do século XVIII. Revista de História, [S. l.], n. 177, p. 01–38, 2018. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.131877. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131877.. Acesso em: 29 mar. 2024.