Anatomia política de uma crise bancária, praça do Rio de Janeiro, Brasil, primeiro semestre de 1875

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.171540

Palavras-chave:

crise bancária, bancos, império brasileiro, século XIX, política

Resumo

A proposta deste artigo é analisar o debate parlamentar brasileiro sobre a intervenção do Estado na crise bancária de 1875. De modo geral, enquadra-se no conjunto de contribuições que tratam da reação do mundo político às crises econômicas. Seu objetivo é compreender as diferentes visões da crise que se estabeleceram no parlamento, a fim de identificar, na prática, como argumentos econômicos se misturavam a interesses políticos na definição da atuação do Estado num momento de dificuldade para os bancos do império. Em outras palavras, o artigo procurará mostrar como o governo e o parlamento lidaram com essa crise no Brasil. A documentação fundamental utilizada na análise foram os anais da câmara e do senado, por meio dos quais percorremos as extensas e intensas discussões sobre o projeto de “auxílio aos bancos”. 

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Biografia do Autor

  • Thiago Fontelas Rosado Gambi, Universidade Federal de Alfenas

    Doutor pelo Programa de Pós-graduação em História Econômica do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Professor associado do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, Brasil. 

Referências

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Publicado

2021-04-27

Edição

Seção

História e Economia

Como Citar

GAMBI, Thiago Fontelas Rosado. Anatomia política de uma crise bancária, praça do Rio de Janeiro, Brasil, primeiro semestre de 1875. Revista de História, São Paulo, n. 180, p. 1–30, 2021. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.171540. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/171540.. Acesso em: 24 abr. 2024.