Imagens em movimento: sintomas e frestas em experiência da pandemia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8354.v10i10p57-89Palavras-chave:
São Paulo, Sintoma, Fresta, Pandemia, Experiência, ImagemResumo
O objetivo do artigo é refletir sobre a representação da cidade de São Paulo durante o isolamento para o combate à pandemia do vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, e constituir memória desse período invulgar. Para tanto, apresenta imagens realizadas pela autora durante o ano de 2020 em percursos pela cidade nos quais o solo, os corpos sentados ou deitados no meio-fio e nas calçadas surgem como importantes sintomas das fissuras do atual arranjo social vigente. Organização que exclui completamente milhares de pessoas da cidadania, tratando-as como restos, refugo a ser descartado, desconsiderado e apagado, corpos que, no entanto, resistem e sobrevivem. A partir de experiência da autora, o trabalho visa restituir ao coletivo as imagens e postular a urgente necessidade de se imaginar novas perspectivas, frestas abertas para novas composições possíveis.
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