Valores intermediários de BNP são capazes de predizer eventos em pacientes com síndrome coronária aguda?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v95i2p53-59Palavras-chave:
Peptídeo natriurético cerebral, Prognóstico, Síndrome coronariana aguda.Resumo
Introdução: Diversos estudos na literatura têm relacionado valores elevados de peptídeo natriurético cerebral (BNP) com pior prognóstico em pacientes com síndrome coronária aguda (SCA). No entanto, valores entre 100 pg/mL e 400 pg/mL são considerados limítrofes e ainda questionados em relação à diagnóstico e ocorrência de eventos. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo observacional com objetivo de avaliar se o valor intermediário de BNP na admissão hospitalar é capaz de predizer prognóstico intrahospitalar. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo I: BNP < 100 pg/mL; grupo II: 100 < BNP < 400 pg/mL. Foram incluídos 405 pacientes (235 no grupo I e 170 no grupo II) com SCA. Obtiveram-se dados referentes à comorbidades e medicações utilizadas. Análise estatística: O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas. O desfecho secundário foi eventos combinados (choque cardiogênico, reinfarto, morte, acidente vascular cerebral e sangramento). A comparação entre grupos foi realizada através de Q-quadrado e ANOVA. A análise multivariada foi realizada por regressão logística, sendo considerado significativo p < 0,05. Resultados: Na comparação entre os grupos I e II, observaram-se diferenças em relação à prevalência de diabetes mellitus e angioplastia coronária prévia. Na análise multivariada, observaram-se diferenças significativas entre os grupos I e II em relação à ocorrência de choque cardiogênico (2,55% x 10,59%, OR = 4,09, p = 0,01), respectivamente. Conclusão: Valores intermediários de BNP não foram capazes de predizer mortalidade em pacientes com SCA. No entanto, observou-se uma maior incidência de choque cardiogênico.