Libras na formação médica: possibilidade de quebra da barreira comunicativa e melhora na relação médico-paciente surdo

Autores

  • Andrezza Resende Dias Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais
  • Cinthya Rodrigues Coutinho Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina
  • Deborah Rocha Gaspar Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina
  • Leticia Moeller Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina
  • Marcelo Mamede Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade Medicina, Departamento Anatomia e Imagem http://orcid.org/0000-0001-5818-0954

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i4p209-214

Palavras-chave:

Linguagens de sinais, Comunicação, Barreiras de comunicação, Linguagem, Pessoas com deficiência auditiva, Pessoal de saúde/educação, Estudantes de medicina, Educação médica.

Resumo

INTRODUÇÃO: Mudanças curriculares para a graduação em Medicina incluem o desenvolvimento de habilidades de comunicação na graduação do aluno. O conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelo médico visa romper barreiras comunicativas com os pacientes surdos e é um bom método para se obter escuta qualificada e excelência do cuidado em saúde. OBJETIVO: Avaliar o contingente de médicos recém-formados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que domina a Libras. MÉTODOS: Entrevista aplicada aos alunos do 12° período do curso de Medicina da UFMG, utilizando um questionário online na plataforma Google Forms. RESULTADOS: Foram entrevistados 102 alunos. Nenhum deles tinha domínio sobre a língua e apenas 7% possuíam alguma habilidade. Desses, o que os motivaram a aprender Libras foi a proximidade com deficientes auditivos, o interesse em romper a barreira comunicativa entre profissionais de saúde e surdos ou a curiosidade. O meio utilizado para aprender Libras foi variado. Um quarto dos alunos não sabia da existência da disciplina optativa “Fundamentos de Libras” disponibilizada pela UFMG e, dentre os que sabiam, apenas três fizeram a disciplina. Para atender um deficiente auditivo, mais da metade dos alunos disseram que escreveria, desenharia e/ou faria mímicas, e 8 deles não saberiam o que fazer. Dentre os que possuem alguma habilidade na Libras, todos utilizariam a língua mesmo que de maneira limitada. Quase 80% dos entrevistados acreditam que é importante para a formação médica saber se comunicar com surdos por meio da Libras. CONCLUSÃO: Existe uma barreira comunicativa entre os estudantes de medicina recém-formados da UFMG e os surdos que utilizam a Libras. Tal estudo mostra, portanto, a noção da grandiosidade desse impasse, indicando a necessidade de iniciativas que preconizem pesquisas que possam divulgar as situações problemas e, posteriormente, tentar resolvê-las.

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Biografia do Autor

  • Marcelo Mamede, Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade Medicina, Departamento Anatomia e Imagem
    Anatomia e Imagem

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Publicado

2017-12-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dias, A. R., Coutinho, C. R., Gaspar, D. R., Moeller, L., & Mamede, M. (2017). Libras na formação médica: possibilidade de quebra da barreira comunicativa e melhora na relação médico-paciente surdo. Revista De Medicina, 96(4), 209-214. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i4p209-214