Medicamentos fitoterápicos: prevalência, vantagens e desvantagens de uso na prática clínica e perfil e avaliação dos usuários

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i5p463-472

Palavras-chave:

Fitoterapia, Medicamentos fitoterápicos

Resumo

Introdução: Este trabalho realizou uma revisão de literatura acerca de aspectos do uso de fitoterápicos, medicamentos compostos a partir da extração de matérias primas vegetais ativas, que passam por um processo de industrialização. Dessa forma, identificaram-se os fitoterápicos mais utilizados, a prevalência de utilização dessa prática, vantagens e desvantagens de seu uso e o perfil e avaliação de usuários do Sistema Único de Saúde. Material e Métodos: Realizou-se um levantamento bibliográfico do período de 2014 a 2018 nas bases de dados SciELO e Lilacs. Foram utilizados os descritores “fitoterapia” e “medicamentos fitoterápicos”, sendo encontrados 353 artigos da base SciELO, sendo somente 21 selecionados para leitura e 13 utilizados para formar o artigo, enquanto na base de dados Lilacs 1490 artigos foram encontrados, 46 selecionados para leitura e 8 utilizados para elaborar o artigo. Os demais foram eliminados pelo título, por repetição ou por não se encaixarem nos critérios de inclusão. Resultados e Discussão: A partir dos 21 artigos selecionados, o conteúdo destes foi agrupado em quatro categorias: fitoterápicos mais utilizados, prevalência do uso da fitoterapia, vantagens e desvantagens da prática e perfil e avaliação dos usuários do Sistema Único de Saúde. Conclusão: Os fitoterápicos mais utilizados são o Guaco (Mikania glomerata), medicamentos à base de Passiflora, chá verde e fitoterápicos a base de Curcuma. A prevalência do uso é apontada como baixa pela maior parte dos estudos. Como desvantagem menciona-se o desconhecimento de profissionais de saúde e a menor oferta de medicamentos fitoterápicos pelo Sistema Único de Saúde, por outro lado, o estreitamento do vínculo médico-paciente é um aspecto positivo do uso dos fitoterápicos. Os usuários que fazem mais uso da fitoterapia são mulheres e indivíduos acima de 50 anos. São necessários mais estudos sobre a fitoterapia, buscando difundir uma produção de cuidado que se aproxime da população dentro de suas particularidades étnico-culturais.

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Biografia do Autor

  • Clara Oliveira Esteves, Força Aérea Brasileira

    Fonoaudióloga da Força Aérea Brasileira, Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

  • Raquel Miguel Rodrigues, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé

    Fisioterapeuta e Professora Assistente da Graduação em Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé, Doutoranda em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva pelo PPGBIOS da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Federal Fluminense e Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

  • Andréia Luísa Duarte Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé.

  • Rayana de Almeida Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé.

  • Juliana Lourenço Barbosa, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé.

  • Júlia Barbosa Ferraz Vilela, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé.

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Publicado

2020-12-10

Edição

Seção

Artigos de Revisão/Review Articles

Como Citar

Esteves, C. O., Rodrigues, R. M., Martins, A. L. D., Vieira, R. de A., Barbosa, J. L., & Vilela, J. B. F. (2020). Medicamentos fitoterápicos: prevalência, vantagens e desvantagens de uso na prática clínica e perfil e avaliação dos usuários. Revista De Medicina, 99(5), 463-472. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i5p463-472