Perfil epidemiológico dos óbitos por acidente vascular encefálico no Brasil entre 2007 e 2016: um estudo de base de dados nacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i4p335-342

Palavras-chave:

Acidente vascular encef´´alico, Perfil epidemiológico, Taxa de mortalidade, Brasil/epidemiologia

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes com óbito por Acidente Vascular Encefálico (AVE) no Brasil e analisar a tendência temporal da mortalidade por AVE segundo a região geográfica. Métodos: Estudo observacional descritivo de série temporal com dados secundários obtidos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes ao período entre 2007 e 2016. As categorias da Classificação Internacional das Doenças, 10ª edição, (CID-10) utilizadas foram I60-I69. Não foi necessária a submissão do projeto a um Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: No período analisado, ocorreram 998.529 óbitos por AVE no Brasil, dos quais 50,3% eram do sexo masculino, 51,2% brancos, 35,9% com idade igual ou superior a 80 anos, 37,2% casados e 46,8% com escolaridade igual ou inferior a 3 anos de estudo. Houve tendência de redução da mortalidade no país, (β=-0,262), estando fortemente associado ao tempo (r=0,861) e estatisticamente significante (p=0,001). As regiões sudeste e sul apresentaram as maiores tendências de redução da mortalidade (β=-0,519 e -0,461, respectivamente). Conclusões: Os óbitos por AVE ocorreram predominantemente em indivíduos do sexo masculino, brancos, idosos, casados e com baixa escolaridade. A redução da mortalidade por AVE aconteceu de forma desigual no país, de modo que as regiões com melhores condições socioeconômicas, sudeste e sul, tiveram as maiores tendências de queda.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Gabrielle Victória Souza Costa, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

    Apresentado no I Congresso norte nordeste de neurologia. Salvador, 07-09 nov 2019.
    Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, discente do curso de medicina. 

  • André Luis Barbosa Romeo, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

    Apresentado no I Congresso norte nordeste de neurologia. Salvador, 07-09 nov 2019.
    Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, docente do curso de medicina. 

Referências

Martins SCO, Pontes-Neto OM, Alves CV, et al. Past, present, and future of stroke in middle-income countries: The Brazilian experience. Int J Stroke. 2013;8(100 A):106-111. https://doi.org/10.1111/ijs.12062.

Johnson CO, Nguyen M, Roth GA, Nichols E, Alam T, et al. Global, regional, and national burden of stroke, 1990–2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet Neurol. 2019;18:439-58. http://dx.doi.org/10.1016/ S1474-4422(19)30034-1.

Lotufo PA. Stroke in Brazil: a neglected disease. Sao Paulo Med J. 2005;123(1):3-4. https://doi.org/10.1590/S1516-31802005000100001.

Garritano CR, Luz PM, Pires MLE, Barbosa MTS, Batista KM. Análise da tendência da mortalidade por acidente vascular cerebral no Brasil no século XXI. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):519-27. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2012005000041.

Vieira S. Introdução à bioestatística. 5a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Health Sciences Brazil - T; 2016.

Ladeia AMT, Lima BGC. Hipertensão arterial sistêmica e comorbidades associadas: relevância epidemiológica do acidente vascular cerebral no Brasil. Rev Hipertens. 2014;17:3-4.

De Santana N, Dos Santos Figueiredo F, De Melo Lucena D, Soares F, Adami F, De Carvalho Pádua Cardoso L, et al. The burden of stroke in Brazil in 2016: an analysis of the Global Burden of Disease study findings. BMC Res Notes. 2018;11(1). https://doi.org/10.1186/s13104-018-3842-3.

Norrving B, Kennard C. Oxford textbook of stroke and cerebrovascular disease. Oxford: Oxford University Press; 2014.

Lotufo P, Bensenor I. Raca e mortalidade cerebrovascular no Brasil. Rev Saúde Pública. 2013;47(6):1201-4. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004890.

Deolinda M. Análise espacial e temporal da mortalidade por Acidente Vascular Cerebral no Brasil [Mestrado]. Criciuma: Universidade do Extremo Sul Catarinense; 2017.

Boehme A, Esenwa C, Elkind M. Stroke risk factors, genetics, and prevention. Circulation Res. 2017;120(3):472-95. https://doi.org/10.1161/CIRCRESAHA.116.308398.

Lotufo P, Goulart A, Bensenor I. Race, gender and stroke subtypes mortality in São Paulo, Brazil. Arq Neuro-Psiquiatria. 2007;65(3b):752-7. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2007000500004.

Pereira A, Alvarenga H, Pereira Júnior R, Barbosa M. Prevalência de acidente vascular cerebral em idosos no município de Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil, através do rastreamento de dados do Programa Saúde da Família. Cad Saude Publica. 2009;25(9):1929-36. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000900007.

Chen R, Balami J, Esiri M, Chen L, Buchan A. Ischemic stroke in the elderly: an overview of evidence. Nature Rev Neurol. 2010;6(5):256-65. https://doi.org/10.1038/nrneurol.2010.36.

Wong C, Kwok C, Narain A, Gulati M, Mihalidou A, Wu P, et al. Marital status and risk of cardiovascular diseases: a systematic review and meta-analysis. Heart. 2018;104(23):1937-48. http://dx.doi.org/10.1136/heartjnl-2018-313005.

Lavados P, Hennis A, Fernandes J, Medina M, Legetic B, Hoppe A, et al. Stroke epidemiology, prevention, and management strategies at a regional level: Latin America and the Caribbean. Lancet Neurol. 2007;6(4):362-72. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(07)70003-0.

Pontes-Neto O, Silva G, Feitosa M, de Figueiredo N, Fiorot J, Rocha T, et al. Stroke awareness in Brazil. Stroke. 2008;39(2):292-6. https://doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.493908.

O’Donnell M, Chin S, Rangarajan S, Xavier D, Liu L, Zhang H, et al. Global and regional effects of potentially modifiable risk factors associated with acute stroke in 32 countries (INTERSTROKE): a case-control study. Lancet. 2016;388(10046):761-75. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30506-2.

Paes N. Qualidade das estatísticas de óbitos por causas desconhecidas dos estados brasileiros. Rev Saúde Pública. 2007;41(3):436-45. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000300016.

Jorge M, Laurenti R, Lima-Costa M, Gotlieb S, Filho A. A mortalidade de idosos no Brasil: a questão das causas mal definidas. Epidemiol Serviços Saúde. 2008;17(4). http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742008000400004.

Nunes KVR, Nunes SMAS, Ignotti E. Mortality due to diseases of the circulatory system among the elderly population in Brazilian Amazon: temporal and spatial analysis. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(4):838-48. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2013000400004.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Fundação João Pinheiro. Desenvolvimento humano nas macrorregiões brasileiras. Brasília: PNUD; 2016.

Lotufo P, Goulart A, Passos V, Satake F, Souza M, França E, et al. Doença cerebrovascular no Brasil de 1990 a 2015: Global Burden of Disease 2015. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(suppl 1):129-41. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050011.

Publicado

2021-10-04

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Costa, G. V. S., & Romeo, A. L. B. . (2021). Perfil epidemiológico dos óbitos por acidente vascular encefálico no Brasil entre 2007 e 2016: um estudo de base de dados nacional. Revista De Medicina, 100(4), 335-342. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i4p335-342