Perspectivas do panorama epidemiológico do câncer de boca no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i6p556-562Palavras-chave:
Câncer de boca, Políticas públicas de saúde, Serviços preventivos de saúdeResumo
Introdução: O câncer de boca acomete principalmente as vias aerodigestivas, a língua, o assoalho da boca e lábio inferior. Nota-se aumento considerável desse agravo, tornando-o fator importante na saúde pública. Diante do exposto, qual seria o atual panorama epidemiológico do câncer de boca no Brasil? Objetivo: Apresentar as perspectivas do panorama epidemiológico do câncer de boca no Brasil. Método: Estudo transversal descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa, cujos dados foram coletados ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e analisados sob auxílio de artigos publicados nas bases Pubmed, Scielo e publicações do INCA. Resultados: Foram notificados 264.829 casos, sendo 72,08% do gênero masculino, com predileção pela faixa-etária de “50 a 59 anos” (28.99%) e cor/raça branca (43,09%). No tocante aos óbitos, observou-se 30.563 casos (11,54%), com 77.75% do gênero masculino, sendo 57,07% da faixa-etária de 50-59 anos e na cor/raça caucasiana (41,00%). O câncer de boca possui alta incidência na população brasileira, sendo de etiologia multifatorial. Em relação ao sexo, isso é atribuído a maior exposição aos fatores de risco detectáveis. O investimento em prevenção, sobretudo na redução do consumo do álcool, tabaco e na mitigação da transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV) por via oral, relaciona-se diretamente com o combate a essa neoplasia. Conclusão: Observa-se que as perspectivas são consideradas promissoras, à medida que são criadas novas condições de combate ao agravo de saúde estudado e partir das ações de políticas públicas que se desenvolvem no país.
Downloads
Referências
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2017. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/115.
Ribeiro ILA, Medeiros JJ, Rodrigues LV, Valença AMG, Lima Neto EA. Fatores associados ao câncer de lábio e cavidade oral. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(3):618-29. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500030008.
Andrade JOM, Santos CAST, Oliveira MC. Fatores associados ao câncer de boca: um estudo de caso-controle em uma população do Nordeste do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2015;18:894-905. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500040017.
Correia DG. Comparação do Perfil Epidemiológico do Cancro Oral entre uma População de Portugal e uma População do Brasil. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Medicina; 2017. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/107255/2/211781.pdf.
Rodrigues FP, et al. Análise do processo diagnóstico e terapêutico do câncer de boca no município de suzano–SP. Rev Científica UMC. 2018;3(3):1-4. Disponível em: http://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/535/428.
Brasil. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde - DATASUS. Informações de Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2019. Brasília, DF; 2019. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0901&item=1&acao=26&pad=31655.
Ren J, Xu W, Su J, Rexn X, Bender N, et al. HPV status improves classification of head and neck gray zone cancers. J Dental Res. 2019;98(8):879-87. https://doi.org/10.1177/0022034519853771.
Santos LPS, Carvalho FS, Carvalho CAP, Santana DA. Características de casos de câncer bucal no estado da Bahia, 1999-2012: um estudo de base hospitalar. Rev Bras Cancerol. 2015;61:7-14. https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2015v61n1.350.
Freitas RM, Rodrigues AMX, Matos Junior AF, Oliveira GAL. Fatores de risco e principais alterações citopatológicas do câncer bucal: uma revisão de literatura. RBAC Rev Bras Anal Clin. 2016;48:13-8. Disponível em: http://www.rbac.org.br/artigos/fatores-de-risco-e-principais-alteracoes-citopatologicas-do-cancer-bucal-uma-revisao-de-literatura/.
Chen SC, Huang BS, Hung TM, Lin CY, Chang YL. Impact of physical and psychosocial dysfunction on return to work in survivors of oral cavity cancer. Psychooncology. 2019;28(9):1910-17. doi: https://doi.org/10.1002/pon.5173.
Organização Mundial da Saúde. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª ed. São Paulo, SP: Edusp; 2017. doi: 10.20873/uft.2446-6492.2017v4n4p7.
Brasil. Ministério da Saúde. Informe técnico da ampliação da oferta das vacinas papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente e meningocócica C (conjugada). Brasília, março de 2018. Disponível em: http://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/14/Informe-T--cnico-HPV-MENINGITE.pdf.
Malta D, Stopa S, Santos M, Andrade S, et al. Evolução de indicadores do tabagismo segundo inquéritos de telefone, 2006-2014. Cad Saúde Pública. 2017;33(supl. 3). doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00134915.
Boffetta P, Hashibe M. Alcohol and cancer. Lancet Oncol. 2006;72:149-56. doi: https://doi.org/10.1016 / S1470-2045 (06) 70577-0.
Silverman Jr. S, Kerr AR, Epstein JB. Oral and pharyngeal cancer control and early detection. J Cancer Educ. 2010;253:279-81. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2012.v28suppl0/s30-s39/
Menvielle G, Luce D, Geoffroy-Perez B, Chastang JF, Leclerc A. Social inequalities and cancer mortality in France, 1975–1990. Cancer Causes Control. 2005;16(5):501-13. doi: https://doi.org/10.1007/s10552-004-7114-2.
Neville B, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia oral e maxillofacial. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
Fu JY, Wu CX, Shen SK, Zheng Y, Zhang CP, Zhang ZY. Salivary gland carcinoma in Shanghai (2003-2012): an epidemiological study of incidence, site and pathology. BMC Cancer. 2019;19(1):350. doi: https://doi.org/10.1186/s12885-019-5564-x.
Michelle LS, Laurel MP, Amy EH, Laura AW. Influence of oral sex and oral cancer information on young adults’ oral sexual-risk cognitions and likelihood of HPV vaccination. J Sex Res. 2013;50:95-102. doi: https://doi.org/10.1080/00224499.2011.642904.
Lewandowski B, Czenczek-Lewandowska E, Pakla P, Frańczak J, Piskadło T, Migut M, Brodowski R. Awareness of Polish undergraduate and graduate students regarding the impact of viral infections and high-risk sexual behaviors on the occurrence of oral cancer. Medicine (Baltimore). 2018;97(41):e12846. doi: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000012846.
Emmett S, Boros S, Whiteman DC, Porceddu SV, et al. Sexual behaviour, HPV status and p16INK4a expression in oropharyngeal and oral cavity squamous cell carcinomas: a case-case comparison study. J Gen Virol. 2018;99(6):783-9. doi: https://doi.org/10.1099/jgv.0.001069.
Chaturvedi A, Graubard BI, Broutian T, Xiao W, Pickard RKL, Kahle L, Gillison ML. Prevalence of oral HPV infection in unvaccinated men and women in the United States, 2009-2016. JAMA. 2019;322(10):977-9. doi: https://doi.org/10.1001/jama.2019.10508.
Ablanedo-Terrazas Y, Romero-Mora K, Gómez-Palacio M, Alvarado-de la Barrera C, Ruiz-Cruz M, Hernández-Juan R, Reyes-Terán G. Prevalence and risk factors for oral human papillomavirus infection in Mexican HIV-infected men. Salud Publica Mex. 2018;60(6):653-7. doi: https://doi.org/10.21149/9834.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 José Ismair de Oliveira dos Santos, Júlia Silva Ferreira, Isabela Gomes Alves Munhoz, Dayane Lima Pereira de Lemos, Danielle de Paula Queiroz Tenório, Luis Otávio Rodas Ferreira de Almeida, Marinília Cristina Barbosa Fernandes, Lays Lorene Matos Vieira, Maria Eduarda de Freitas Melo, Mariana Silva Gois de Almeida, Camila Maria Beder Ribeiro Girish Panjwani
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.