Aneurismas intracranianos: epidemiologia e análise morfológica por angiografia digital

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i3e-180379

Palavras-chave:

Aneurisma Intracraniano, Angiografia Digital, Anatomia

Resumo

Introdução: Aneurismas intracranianos (AIC) são dilatações vasculares de elevada prevalência que podem ser identificadas por angiotomografia, angiorressonância e por angiografia de subtração digital (ASD), exame considerado padrão-ouro. Para AIC não rotos, ainda inexiste consenso absoluto sobre padronização de conduta terapêutica, que depende, intrinsecamente, de aspectos morfológicos e topográficos ao exame angiográfico. Objetivo: Analisar características epidemiológicas, morfológicas e topográficas de AIC não rotos identificados por ASD e as correlacionar com fatores de risco. Método: Foram considerados 160 prontuários eletrônicos de pacientes com AIC não rotos diagnosticados por ASD entre 2014 e 2018. Variáveis consideradas foram aspectos epidemiológicos (gênero, idade e grupo étnico), morfológicos (formato, presença ou ausência de colo e tamanho), topografia, número de AIC por paciente e fatores de risco (hipertensão arterial sistêmica, tabagismo e etilismo), com análise estatística por correlação de Spearman. Resultados: De 160 pacientes, avaliaram-se 207 AIC não rotos. Houve predomínio do sexo feminino, da faixa etária de 60 a 69 anos e da etnia branca. Em relação a fatores de risco, 58,75% apresentavam hipertensão arterial sistêmica. A maioria dos pacientes apresentava um único aneurisma, e a localização mais prevalente foi artéria carótida interna direita. Predominaram aneurismas saculares, pequenos (menor que 7 mm) e de colo largo. Demonstrou-se correlação estatística entre tamanho e localização (p < 0,001), tamanho e tipo de colo (p = 0,0005) e entre formato e tipo de colo (p < 0,001). Conclusão: Houve prevalência de AIC não rotos em indivíduos do sexo feminino de meia idade, brancos e hipertensos, com predomínio de aneurisma sacular não lobulado, único, pequeno, de colo largo em artéria carótida interna direita. Presença de correlação estatística de AIC sacular com colo largo, AIC gigante em artéria carótida interna, e de AIC pequeno com colo largo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Raquel Cristina Trovo Hidalgo, Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto

    Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto, Departamento de Neurorradiologia, São José do Rio Preto, SP. 

  • Fernando Batigália, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

    Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Departamento de Anatomia, São José do Rio Preto, SP.

Referências

Osborn AG. Diagnostic imaging brain. 2a ed. ST. Louis-Missouri: Lippincott Williams Wilkins; 2004.

Wang JL, Yuan ZG, Qian GL, Bao WQ, Jin GL. 3D printing of intracranial aneurysm based on intracranial digital subtraction angiography and its clinical application. Medicine (Baltimore). 2018;97(24):e11103. doi: 10.1097/MD.0000000000011103.

Meyers PM, Schumacher HC, Higashida RT, Derdeyn CP, Nesbit GM, Sacks D, Wechsler LR, Bederson JB, Lavine SD, Rasmussen P. Reporting standards for endovascular repair of saccular intracranial cerebral aneurysms. AJNR Am J Neuroradiol. 2010;31(1):E12-24. Disponível em: http://www.ajnr.org/content/31/1/E12.long.

Corrêa JFG. Dificuldades no tratamento microcirúrgico dos aneurismas gigantes e complexos da circulação anterior do polígono de Willis: proposta de escala técnica prognóstica [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2005. doi: 10.11606/T.5.2005.tde-27092005-145748.

Santos AA, Oliveira MA. Estudo epidemiológico retrospectivo de aneurismas cerebrais saculares. In: XI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, São José dos Campos, SP; 2008. p.2058-60. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/1571.

Wipplinger C, Griessenauer CJ. Commentary: women with first-hand tobacco smoke exposure have a higher likelihood of having an unruptured intracranial aneurysm than nonsmokers: a nested case-control study. Neurosurgery. 2020;87(6):E628-E630. doi: 10.1093/neuros/nyaa302.

Queiroz JMVP. Aneurismas cerebrais qualidade de vida e estratégias de prevenção adoptar [dissertação]. Coimbra, Portugal: FEUC; 2010. p. 12-76. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.6/862.

De Azevedo BVS, et al. Angiografia cerebral: agente modificador no desfecho do diagnóstico de aneurismas cerebrais e em seu planejamento cirúrgico. Braz J Health Rev. 2019;2(4):2990-7. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/2054.

Iachecen F, Ribeiro ER, Camelo RFMP. Comparação entre a intervenção cirúrgica convencional e a intervenção endovascular dos aneurismas intracranianos realizados no Sistema Único de Saúde. Espaço Saúde. 2017;18(1):45-53. doi: http://dx.doi.org/10.22421/1517-7130.2017v18n1p45.

Andrade GC, Oliveira JG, Dauar RFB, Nalli DR, Braga FM. Aneurisma dissecante de artéria vertebral intracraniana fenestrada submetido ao tratamento endovascular: relato de caso. Arq Neuro-Psiquiatr. 2005;63(2a):352-6. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2005000200031.

Sousa EB. A influência do número de molas destacáveis na taxa de oclusão dos aneurismas cerebrais submetidos à embolização percutânea: estudo caso controle [tese] Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2018. p.64. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/34291.

Mondragão A, Pipa S, Gregório T. Doença fibromuscular arterial com envolvimento cerebral e renal. Med Interna. 2017;24(3):226-7. doi: http://dx.doi.org/10.24950/rspmi/39/2017.

Órfão ECG. Estudo numérico e experimental do comportamento biomecânico do aneurisma quando sujeito a pressão interna [tese]. Bragança, SP: Instituto Politécnico de Bragança; 2014. p.29. Disponível em: http://hdl.handle.net/10198/11604.

Spotti AR, Lima EG, Santos MLT, Magalhães ACA. Angiografia pela ressonância magnética nos aneurismas intracranianos: estudo comparativo com a angiografia cerebral. Arq Neuro-Psiquiatr. 2001;59:384-9. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2001000300014

Gottschall CAM. 1929-2009: 80 a

nos de cateterismo cardíaco - uma história dentro da história. Rev Bras Cardiol Invas. 2009;17:246-68. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S2179-83972009000200019.

Lammoglia P. Elaboração e implementação de testes de controle de qualidade em equipamentos de angiografia por subtração digital [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares; 2001 [citado 27 dez. 2020]. doi: 10.11606/D.85.2001.tde-23072002-091706.

Hainc N, Mannil M, Anagnostakou V, Alkadhi H, Blüthgen C, Wacht L, et al. Deep learning based detection of intracranial aneurysms on digital subtraction angiography: a feasibility study. Neuroradiol J. 2020;33(4):311-7. doi: https://doi.org/10.1177/1971400920937647.

Fukujima M, Gabbai A. Recomendações nos casos de aneurisma cerebral não roto. Rev Neuroci. 2019;9. doi: 10.34024/rnc.2001.v9.8931

Thompson BG, Brown RD, Amin-Hanjani S, Broderick JP, Cockroft KM, Connolly ES, et al. Guidelines for the management of patients with unruptured intracranial aneurysms. Stroke. 2015;46(8):2368-400. doi: https://doi.org/10.1161/STR.0000000000000070.

Brown RD, Broderick JP. Unruptured intracranial aneurysms: epidemiology, natural history, management options, and familial screening. Lancet Neurol. 2014;13(4):393-404. doi: https://doi.org/10.1016/S1474-4422(14)70015-8.

Wiebers DO, Whisnant JP, Huston J 3rd, Meissner I, Brown RD, Jr., Piepgras DG, et al. Unruptured intracranial aneurysms: natural history, clinical outcome, and risks of surgical and endovascular treatment. Lancet. 2003;362(9378):103-10. doi: 10.1016/s0140-6736(03)13860-3.

Bauer L. Estimação do coeficiente de correlação de Spearman ponderado [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2007. p.10-19. 2007. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/11499.

Da Silva ACS, et al. Avaliação do software bioestat para o ensino de estatística nos cursos de graduação. Rev Univ Vale do Rio Verde. 2014;12(2):375-85. doi: http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v12i2.1485.

Dancey CP, Reidy J. Estatística sem matemática para psicologia. Porto Alegre: Artemed; 2006. p.178-216.

Von Steinkirch C, Kato MVF, Chyla MM, Correia VB, Leal AG. Avaliação dos aneurismas intracranianos tratados no Instituto de Neurologia de Curitiba. JBNC J Bras Neurocir. 2018;28(3):159-66. doi: 10.22290/jbnc.v28i3.1661.

Júnior LCMC, Barros BP, Holanda MFdC. Fatores de risco em pacientes com aneurismas intracranianos atendidos em um hospital de referência de Belém - PA. JBNC - J Bras Neurocir. 2018;22(3):95-9. doi: 10.22290/jbnc.v22i3.1011.

Dos Santos LB; Waters C. Perfil dos pacientes submetidos à neurocirurgia para tratamento de aneurismas intracranianos. Arq Méd Hosp Fac Ciências Méd Santa Casa de São Paulo. 2018;63(1):1-5. doi: https://doi.org/10.26432/1809-3019.2018.63.1.1.

Carvalho JC. Diagnósticos e intervenções de enfermagem centradas no processo familiar da pessoa com esquizofrenia. Rev Portuguesa Enfermagem Saúde Mental. 2012;(8):52-7. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602012000200008&lng=pt.

De Sá Júnior AT, et al. Estudo restrospectivo: prevalência de aneurismas cerebrais por topografia vascular no Hospital Evangélico Goiano. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2014;18(3). Disponível em: https://rbnp.emnuvens.com.br/rbnp/article/view/41.

Ho AL, Lin N, Frerichs KU, Du R. Smoking and intracranial aneurysm morphology. Neurosurgery. 2015;77(1):59-66. doi: 10.1227/NEU.0000000000000735.

Thiex R, Möller-Hartmann W, Hans FJ, Scherer K, Krings T. Are the configuration and neck morphology of experimental aneurysms predictable? A technical approach. Neuroradiology. 2004;46(7):571-6. doi: 10.1007/s00234-004-1218-y.

Santos Filho JAM. Placenta humana como modelo de treinamento para cirurgias de aneurismas cerebrais [tese]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2015. Disponível: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A32FUC.

Aletich VA, Debrun GM, Misra M, Charbel F, Ausman JI. The remodeling technique of balloon-assisted Guglielmi detachable coil placement in wide-necked aneurysms: experience at the University of Illinois at Chicago. J Neurosurg. 2000;93(3):388-96. doi: 10.3171/jns.2000.93.3.0388.

Gondar R, Gautschi OP, Cuony J, Perren F, Jägersberg M, Corniola M-V, et al. Unruptured intracranial aneurysm follow-up and treatment after morphological change is safe: observational study and systematic review. J Neurol Neurosurg Psychiatr. 2016;87(12):1277-82. doi: 10.1136/jnnp-2016-313584.

Weir B, Disney L, Karrison T. Sizes of ruptured and unruptured aneurysms in relation to their sites and the ages of patients. J Neurosurg. 2002;96(1):64-70. doi: 10.3171/jns.2002.96.1.0064.

Faleiro LCM, Pimenta NJG, Faleiro RM, Costa RA, Esmeraldo AC. Tratamento cirúrgico dos aneurismas não rotos da artéria cerebral média. Arq Neuro-Psiquiatr. 2004;62:319-21. doi: 10.1590/s0004-282x2004000200023.

Publicado

2022-05-26

Edição

Seção

Artigos Originais/Originals Articles

Como Citar

Molina, G. M. ., Figueira, G. de P. ., Paiva, N. S., Hidalgo, R. C. T., & Batigália, F. (2022). Aneurismas intracranianos: epidemiologia e análise morfológica por angiografia digital. Revista De Medicina, 101(3), e-180379. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i3e-180379