Onde trabalham os médicos formados na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo? Um estudo transversal observacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i1e-182234

Palavras-chave:

Sistemas de saúde, Educação de graduação em medicina, Recursos humanos em saúde, Mercado de trabalho

Resumo

Conhecer a inserção e a atuação dos profissionais de saúde depois de formados contribui para o aprimoramento das instituições formadoras e para o planejamento de políticas públicas de educação e saúde. O objetivo do presente estudo é avaliar a inserção no mercado de trabalho e no sistema de saúde dos médicos formados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo nos anos de 1999, 2000, 2009 e 2010. Para as características demográficas e de formação dos médicos foi utilizada a base de dados do estudo Demografia Médica no Brasil. Os dados sobre vínculos de trabalho foram extraídos de 4 plataformas digitais, e permitiram caracterizar a inserção dessa população: Plataforma Lattes, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, LinkedIn e Doctoralia. Dos 602 médicos estudados, 63,1% eram homens, com idade média de 44,7 anos; a maioria trabalhava em dupla prática pública e privada, enquanto uma minoria, apenas no Sistema Único de Saúde. O vínculo mais frequente foi com hospitais e houve baixa frequência de médicos na atenção primária. Manter a capacidade de formar especialistas em áreas fundamentais, além de fomentar vocações para a atenção primária, essencial ao sistema de saúde, é um desafio curricular e institucional a ser repensado. O estudo pode ser reproduzido para acompanhar a inserção profissional e o retorno social dos recursos humanos em saúde egressos de instituições de ensino.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Alexandre Santos Schalch, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina (FMUSP)

    Acadêmido, graduação em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

  • Alicia Matijasevich, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina (FMUSP), Departamento de Medicina Preventiva

    Graduada em Medicina pela Universidade de la República, Uruguai, em 1992, com especialização em Pediatria e Neonatologia. Tem mestrado (2000) e doutorado em Epidemiologia (2005) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). No ano 2007 realizou estágio pós-doutoral no Departamento de Medicina Social da Universidade de Bristol, Inglaterra. Professora Associada do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Comitê Científico do Núcleo de Ciência pela infância (NCPI). Atua também como Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel. Áreas de pesquisa: saúde materna e da criança, desigualdades em saúde e estudos do ciclo vital. Pesquisadora Bolsista do CNPQ PQ ?1C.

  • Mário César Scheffer, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina (FMUSP), Departamento de Medicina Preventiva

    Professor Doutor do Departamento de Medicina Preventiva (DMP) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), na área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. É Mestre e Doutor em Ciências da Saúde pelo DMP- FMUSP. Concluiu dois Programa de Pós-Doutorado. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), graduou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foi membro titular do Conselho Nacional de Saúde (CNS), da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e da Câmara de Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Integra a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Atua em Saúde Coletiva principalmente nos temas: 1) relação entre o público e o privado na saúde; 2) saúde suplementar e 3) profissão médica.

Referências

Organização Pan-Americana da Saúde. Contas nacionais da força de trabalho em saúde: um manual. Brasília, D.F.; 2020. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52728/9789275722848_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Nakamura T, Okayama M, Sekine S, Kajii E. Increase in the number of physicians and mortality/life expectancy in Japan. Jichi Med Univ J. 2013;35:19-24. Disponível em: https://jichi-ir.repo.nii.ac.jp/?action=repository_uri&item_id=29&file_id=22&file_no=1.

McPake B, Maeda A, Araújo EC, Lemiere C, Maghraby A El, Cometto G. Why do health labour market forces matter? Bull World Health Organ. 2013;91(11):841-6. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.13.118794.

Gąsiorowski J, Rudowicz E, Safranow K. Motivation towards medical career choice and future career plans of Polish medical students. Adv Heal Sci Educ. 2015;20(3):709-25. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10459-014-9560-2.

Heikkilä TJ, Hyppölä H, Vänskä J, Aine T, Halila H, Kujala S, et al. Factors important in the choice of a medical career: a Finnish national study. BMC Med Educ. 2015;15(1):169. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12909-015-0451-x.

El Koussa M, Atun R, Bowser D, Kruk ME. Factors influencing physicians’ choice of workplace: systematic review of drivers of attrition and policy interventions to address them. J Glob Health. 2016;6(2):020403. doi: http://dx.doi.org/10.7189/jogh.06.020403.

McPake B, Squires A, Agya M, Araujo E. The economics of health professional education and careers: insights from a literature review. World Bank Study. Washington, DC: World Bank©; 2015. Available from: https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/22576.

Scheffer M, Cassenote A, Guerra A, Guilloux AGA, Brandão APD, Miotto BA, et al. Demografia médica no Brasil 2020. São Paulo, SP: FMUSP, CFM; 2020.

Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD 2019). Health at a Glance 2019. OECD Indicators. Paris: OECD Publishing; 2019 [cited 202 Oct 25]. http://dx.doi.org/10.1787/4dd50c09-en.

Instituto Nacional de Geografia e Estatística. Agência IBGE Notícias. PNS 2019: sete em cada dez pessoas que procuram o mesmo serviço de saúde vão à rede pública. São Paulo; 2020 [citado 20 dez. 2020]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/28793-pns-2019-sete-em-cada-dez-pessoas-que-procuram-o-mesmo-servico-de-saude-vao-a-rede-publica.

The World University Rankings. The Times Higher Education 2020. Clinical, pre-clinical and health [cited 202 Oct 25]. Available from: https://www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/2020/subject-ranking/clinical-pre-clinical-health#!/page/0/length/25/locations/BR/sort_by/rank/sort_order/asc/cols/stats.

Ferrinho P, Van Lerberghe W, Fronteira I, Hipólito F, Biscaia A. Dual practice in the health sector: review of the evidence. Hum Resour Health. 2004;2:1-17. doi: http://dx.doi.org/10.1186/1478-4491-2-14.

Miotto BA, Guilloux AGA, Cassenote AJF, Mainardi GM, Russo G, Scheffer MC. Physician’s sociodemographic profile and distribution across public and private health care: an insight into physicians’ dual practice in Brazil. BMC Health Serv Res. 2018;18(1):299. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12913-018-3076-z.

Socha KZ, Bech M. Physician dual practice: a review of literature. Health Policy. 2011;102(1):1-7. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.healthpol.2010.10.017.

Mcpake B, Russo G, Hipgrave D, Hort K, Campbell J. Policy & practice implications of dual practice for universal health coverage. Bull World Health Organ. 2016;94:142-6. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.151894.

Scott A, Holte JH, Witt J. Preferences of physicians for public and private sector work. Hum Resour Health. 2020;18(1):1-10. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12960-020-00498-4.

Gameiro GR, Koyama LKS, Cruz ALIB, Cassenote AJF, Guilloux AGA, Segurado AAC, et al. Who and where are the University of São Paulo Medical School Graduates? Clinics. 2019;74:e1147. doi: http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2019/e1147.

Senger MH, Campos MCG, Servidoni M de FCP, Passeri SMRR, Velho PENF, Toro IFC, et al. Professional trajectory of medical course alumni from from Campinas University, São Paulo, Brazil: Graduates’ point of view in evaluating the course. Interface Commun Health Educ. 2018;22:1443-55. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622017.0190.

Magalhães APS, Esteves CC, Elias SF, Oliveira LD, Figueredo NDM, Costa ID. Perfil dos egressos de Medicina de uma Faculdade de Medicina de Juiz de Fora/MG. Rev Ciên Saúde. 2012;2(2). doi: http://dx.doi.org/10.21876/rcsfmit.v2i2.98.

Sakai MH, Cordoni-Junior L. Os egressos da medicina da Universidade Estadual de Londrina: sua formação e prática médica. Rev Espaço Saúde. 2004;6(1):34-47. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/255647019_OS_EGRESSOS_DA_MEDICINA_DA_UNIVERSIDADE_ESTADUAL_DE_LONDRINA_SUA_FORMACAO_E_PRATICA_MEDICA.

Torres AR, Ruiz T, Müller SS, Lima MCP. Inserção, renda e satisfação profissional de médicos formados pela UNESP. Rev Bras Educ Med. 2012;36(1):32-40. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022012000100005.

Publicado

2022-02-14

Edição

Seção

Artigos Originais/Originals Articles

Como Citar

Schalch, A. S., Matijasevich, A., & Scheffer, M. C. (2022). Onde trabalham os médicos formados na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo? Um estudo transversal observacional. Revista De Medicina, 101(1), e-182234. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i1e-182234