Biomarcadores de sepse: uma revisão do valor diagnóstico da presepsina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i1e-182916

Palavras-chave:

Biomarcadores, Sepse, Diagnóstico, Presepsina, Procalcitonina, PCR

Resumo

A sepse é uma síndrome prevalente e com alta morbimortalidade, sendo necessário um método diagnóstico precoce e eficaz. Estudos recentes sugerem que a presepsina pode ser um potencial biomarcador para o diagnóstico de sepse e que tem um desempenho melhor do que outros biomarcadores mais consolidados, como procalcitonina e PCR. Esta revisão sistemática tem como objetivo avaliar a acurácia da presepsina para o diagnóstico de sepse e comparar com a procalcitonina e a proteína-C-reativa. Uma pesquisa sistemática abrangente foi conduzida no PubMed e na Biblioteca Virtual em Saúde para coletar estudos publicados nos últimos dois anos com foco na precisão diagnóstica da presepsina para sepse. Oito estudos foram selecionados. Todos eles sugeriram que a presepsina tem algum valor diagnóstico para sepse. Em quatro estudos, a presepsina teve um desempenho melhor do que a procalcitonina e em dois a presepsina teve um desempenho melhor do que a PCR. Dois estudos não mostraram diferenças significativas entre a presepsina e os outros biomarcadores. Esta revisão indica que a presepsina pode ter valor significativo para o diagnóstico precoce da sepse, corroborando para aumentar a eficiência de ferramentas existentes, como a PCR e a procalcitonina. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar sua eficácia como um único marcador de diagnóstico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Thalissa Ferreira, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina

    Graduanda no curso de medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), possui formação técnica em administração pelo Instituto Técnico de Barueri (ITB) - Professor Munir José (2010-2013)

  • Marcelo Arruda Candido, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina

    Técnico mecânico pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP, 2017) e graduando em medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

  • Francisco Garcia Soriano , Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina

    Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1984) e doutorado em Fisiologia e Biofísica pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP (1995). Atualmente é professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atua na FMUSP, no Hospital das Clínicas da FMUSP e no Hospital Universitário da FMUSP. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Emergências Clínicas. A área central de pesquisa é sepse.

Referências

Implementação de Protocolo Gerenciado de Sepse. Protocolo Clínico. Atendimento ao paciente adulto com sepse / choque séptico. Instituto Latino Americano de Sepse; 2018. Disponível em: https://ilas.org.br/wp-content/uploads/2022/02/protocolo-de-tratamento.pdf

Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):801-10. doi: 10.1001/jama.2016.0287

Huang M, Cai S, Su J. The pathogenesis of sepsis and potential therapeutic targets. Int J Mol Sci. 2019;20(21). doi: 10.3390/ijms20215376

Bone RC, Balk RA, Cerra FB, Dellinger RP, Fein AM, Knaus WA, et al. Definitions for sepsis and organ failure and guidelines for the use of innovative therapies in sepsis. The ACCP/SCCM Consensus Conference Committee. American College of Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine. Chest. 1992;101(6):1644-55. doi: 10.1378/chest.101.6.1644

Chakraborty R, Burns B. Systemic inflammatory response syndrome. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK547669/

Kaukonen KM, Bailey M, Pilcher D, Cooper DJ, Bellomo R. Systemic inflammatory response syndrome criteria in defining severe sepsis. N Engl J Med. 2015;372(17):1629-38. doi: 10.1056/NEJMoa1415236

Churpek MM, Zadravecz FJ, Winslow C, Howell MD, Edelson DP. Incidence and prognostic value of the systemic inflammatory response syndrome and organ dysfunctions in ward patients. Am J Respir Crit Care Med. 2015;192(8):958-64. doi: 10.1164/rccm.201502-0275OC

Seymour CW, Liu VX, Iwashyna TJ, Brunkhorst FM, Rea TD, Scherag A, et al. Assessment of Clinical Criteria for Sepsis: For the Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):762-74. doi: 10.1001/jama.2016.0288

Jaramillo-Bustamante JC, Piñeres-Olave BE, González-Dambrauskas S. SIRS or not SIRS: Is that the infection? A critical review of the sepsis definition criteria. Bol Med Hosp Infant Mex. 2020;77(6):293-302. doi: 10.24875/BMHIM.20000202

Besen B, Romano TG, Nassar AP, Jr., Taniguchi LU, Azevedo LCP, Mendes PV, et al. Sepsis-3 definitions predict ICU mortality in a low-middle-income country. Ann Intens Care. 2016;6(1):107. doi: 10.1186/s13613-016-0204-y

Machado FR, Assunção MSCd, Cavalcanti AB, Japiassú AM, Azevedo LCPd, Oliveira MC. Chegando a um consenso: vantagens e desvantagens do Sepsis 3 considerando países de recursos limitados. Rev Bras Ter Intens. 2016;28:361-5. doi: 10.5935/0103-507X.20160068

Rhee C, Jones TM, Hamad Y, Pande A, Varon J, O’Brien C, et al. Prevalence, underlying causes, and preventability of sepsis-associated mortality in US acute care hospitals. JAMA Netw Open. 2019;2(2):e187571. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2018.7571

Caterino JM, Stevenson KB. Disagreement between emergency physician and inpatient physician diagnosis of infection in older adults admitted from the Emergency Department. Acad Emerg Med. 2012;19(8):908-15. doi: 10.1111/j.1553-2712.2012.01415.x

Raveendran AV, Kumar A, Gangadharan S. Biomarkers and newer laboratory investigations in the diagnosis of sepsis. J R Coll Physicians Edinb. 2019;49(3):207-16. doi: 10.4997/JRCPE.2019.308

Chenevier-Gobeaux C, Trabattoni E, Roelens M, Borderie D, Claessens YE. Presepsin (sCD14-ST) in emergency department: the need for adapted threshold values? Clin Chim Acta. 2014;427:34-6. doi: 10.1016/j.cca.2013.09.019

Takahashi G, Shibata S, Ishikura H, Miura M, Fukui Y, Inoue Y, et al. Presepsin in the prognosis of infectious diseases and diagnosis of infectious disseminated intravascular coagulation: a prospective, multicentre, observational study. Eur J Anaesthesiol. 2015;32(3):199-206. doi: 10.1097/EJA.0000000000000178

Wu CC, Lan HM, Han ST, Chaou CH, Yeh CF, Liu SH, et al. Comparison of diagnostic accuracy in sepsis between presepsin, procalcitonin, and C-reactive protein: a systematic review and meta-analysis. Ann Intensive Care. 2017;7(1):91. doi: 10.1186/s13613-017-0316-z

Parri N, Trippella G, Lisi C, De Martino M, Galli L, Chiappini E. Accuracy of presepsin in neonatal sepsis: systematic review and meta-analysis. Expert Rev Anti Infect Ther. 2019;17(4):223-32. doi: 10.1080/14787210.2019.1584037

Piccioni A, Santoro MC, de Cunzo T, Tullo G, Cicchinelli S, Saviano A, et al. Presepsin as Early Marker of Sepsis in Emergency Department: a narrative review. Medicina (Kaunas). 2021;57(8). doi: 10.3390/medicina57080770

Zhao J, Tan Y, Wang L, Shi Y. Discriminatory ability and prognostic evaluation of presepsin for sepsis-related acute respiratory distress syndrome. Scientific Rep. 2020;10(1):9114-. doi: 10.1038/s41598-020-66121-7

Imai Y, Taniguchi K, Iida R, Nitta M, Uchiyma K, Takasu A. Diagnostic accuracy of presepsin in predicting bacteraemia in elderly patients admitted to the emergency department: prospective study in Japan. BMJ open. 2019;9(12):e030421-e. doi: 10.1136/bmjopen-2019-030421

Venugopalan DP, Pillai G, Krishnan S. Diagnostic Value and Prognostic Use of Presepsin Versus Procalcitonin in Sepsis. Cureus. 2019;11(7):e5151-e. doi: 10.7759/cureus.5151

Brodska H, Valenta J, Pelinkova K, Stach Z, Sachl R, Balik M, et al. Diagnostic and prognostic value of presepsin vs. established biomarkers in critically ill patients with sepsis or systemic inflammatory response syndrome. Clin Chem Lab Med. 2018;56(4):658. doi: 10.1515/cclm-2017-0839

Lu B, Zhang Y, Li C, Liu C, Yao Y, Su M, et al. The utility of presepsin in diagnosis and risk stratification for the emergency patients with sepsis. Am J Emerg Med. 2018;36(8):1341-5. doi: 10.1016/j.ajem.2017.12.038

Tambo M, Taguchi S, Nakamura Y, Okegawa T, Fukuhara H. Presepsin and procalcitonin as predictors of sepsis based on the new Sepsis-3 definitions in obstructive acute pyelonephritis. BMC Urol. 2020;20(1):23. doi: 10.1186/s12894-020-00596-4

Yamamoto T, Nishimura T, Kaga S, Uchida K, Tachibana Y, Esaki M, et al. Diagnostic accuracy of presepsin for sepsis by the new Sepsis-3 definitions. Am J Emerg Med. 2019;37(10):1936-41. doi: 10.1016/j.ajem.2019.01.025

Nakamura Y, Hoshino K, Kiyomi F, Kawano Y, Mizunuma M, Tanaka J, et al. Comparison of accuracy of presepsin and procalcitonin concentrations in diagnosing sepsis in patients with and without acute kidney injury. Clin Chimica Acta. 2019;490:200-6. doi: 10.1016/j.cca.2018.09.013

Douglas IS. New diagnostic methods for pneumonia in the ICU. Curr Opin Infect Dis. 2016;29(2):197-204. doi: 10.1097/QCO.0000000000000249

Kondo Y, Umemura Y, Hayashida K, Hara Y, Aihara M, Yamakawa K. Diagnostic value of procalcitonin and presepsin for sepsis in critically ill adult patients: a systematic review and meta-analysis. J Intensive Care. 2019;7(1):22. doi: 10.1186/s40560-019-0374-4

Zhang J, Hu Z-D, Song J, Shao J. Diagnostic value of presepsin for sepsis: a systematic review and meta-analysis. Medicine. 2015;94(47):e2158-e. doi: 10.1097/MD.0000000000002158

Downloads

Publicado

2023-03-06

Edição

Seção

Artigos de Revisão/Review Articles

Como Citar

Ferreira, T., Candido, M. A. ., & Soriano , F. G. . (2023). Biomarcadores de sepse: uma revisão do valor diagnóstico da presepsina. Revista De Medicina, 102(1), e-182916. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i1e-182916