Percepção dos pacientes oncológicos sobre a comunicação verbal e não verbal no recebimento de más notícias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i6p561-569

Palavras-chave:

Comunicação em Saúde, Oncologia, Preferência do Paciente, Comunicação não verbal, Revelação da verdade, Relação médico-paciente

Resumo

A má notícia consiste em toda comunicação de caráter informativo que afeta negativamente as perspectivas futuras de um indivíduo. Quando relacionada à oncologia, pode permear diferentes fases da doença a partir do próprio diagnóstico. Então, este trabalho tem como objetivo avaliar a percepção dos pacientes oncológicos sobre a comunicação verbal e não verbal no recebimento de más notícias em um hospital do oeste catarinense. Posto isto, os métodos da pesquisa baseiam-se em dados qualitativos, realizados entre dezembro de 2019 até janeiro de 2020, com 15 pacientes entre 18 e 60 anos, internados na clínica oncológica ou de quimioterapia de um hospital do oeste catarinense. A seleção dos participantes foi feita por conveniência, com o quantitativo determinado pela saturação teórica dos dados. A coleta de informações foi realizada por meio de uma entrevista narrativa, que foi transcrita e analisada pelo programa IRAMUTEQ®. O programa resultou em quatro classes nomeadas conforme as palavras de maior representatividade, e assim, foi evidenciada a preferência dos pacientes na utilização de uma linguagem clara e compreensível, sem omitir dados clínicos, levando em conta as singularidades de cada indivíduo. Além disso, percebe-se a importância da fé e espiritualidade no momento da comunicação, sendo chave do processo a abordagem centrada na pessoa.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Agnes Fátima Pereira Cruvinel, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

    Professora da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

  • Brenda Thomas, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó.

  • Georgia Baldo Klaus, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

    Graduanda em Medicina pela Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. 

  • Tatiana Gaffuri da Silva , Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

    Professora da Universidade Federal da Fronteira campus Chapecó. 

Referências

Buckman R. How to break bad news: a guide for health care professionals. Baltimore: University of Toronto Press; 1992.

Derry HM, Epstein AS, Lichtenthal WG, et al. Emotions in the room: common emotional reactions to discussions of poor prognosis and tools to address them. Expert Rev Anticancer Ther. 2019;19:689-96. doi: 10.1080/14737140.2019165164.

Luna-Solis Y. Cómo decir malas noticias sin faltar al compromiso con la humanidad del paciente. Rev Peru Med Exp Salud Publica. 2019;36(1):123-7. doi: 10.17843/rpmesp.2019.361.3921.

Ranjan P, Kumari A, Chakrawarty A. Como os médicos podem melhorar suas habilidades de comunicação? J Clin Diagn Res. 2015;9(3):1-4. doi: http://dx.doi.org/10.7860/JCDR/2015/12072.5712.

Fan Z, Chen L, Meng L, Jiang, H, Zhao Q, Zhang L, et al. Preference of cancer patients and family members regarding delivery of bad news and differences in clinical practice among medical staff. Supportive Care Cancer. 2018;27(2):583-9. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s00520-018-4348-1.

Boissy A, Windover AK, Bokar D, et al. Communication skills training for physicians improves patient satisfaction. J Gen Intern Med. 2016;31:755-61. doi: 10.1007/s11606-016-3597-2.

Marschollek P, Bąkowska K, Bąkowski W, Marschollek K, Tarkowski R. Oncologists and Breaking Bad News-From the Informed Patients’ Point of View. The Evaluation of the SPIKES Protocol Implementation. J Cancer Educ. 2019;34(2):375-80. doi: 10.1007/s13187-017-1315-3.

Cruz CO, Riera R. Comunicando más notícias: o protocolo SPIKES. Diagn Tratamento. 2016;21(3):106-8. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2016/08/1365/rdt_v21n3_106-108.pdf.

Johnson J, Panagioti M. Intervenções para melhorar a divulgação de notícias ruins ou difíceis por médicos, estudantes de medicina e internos/residentes: uma revisão sistemática e meta-análise. Acad Med. 2018;93(9):1400-12. doi: 10.1097/ACM.0000000000002308

Seifart C, Hofmann M, Bär T, Knorrenschild Jr, Seifart U. Breaking bad news–what patients want and what they get: evaluating the SPIKES protocol in Germany. Ann Oncol. 2014;25(3):707-11. doi: http://dx.doi.org/10.1093/annonc/mdt582.

Weilenmann S, Schnyder U, Parkinson B, et al. Emotion transfer, emotion regulation, and empathy-related processes in physician-patient interactions and their association with physician well-being: a theoretical model. Front Psychiatry. 2018;9:389. doi: 10.3389/fpsyt.2018.00389.

Minayo MC. Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa: consensos e controvérsias. Rev Pesqui Qualitativa. 2017;5(7):1-12. Disponível em: https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/82/59.

Camargo BV, Justo AM. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas Psicol. 2013;21(2):513-8. doi: http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16.

Camacho RG. Classes de palavras na perspectiva da Gramática discursivo-funcional: o papel da nomização no continuum categorial. São Paulo: Editora Unesp; 2011.

Austregésilo SC, Leal MCC, Figueiredo N, Góes PSA. A Interface entre a Atenção Primária e os Serviços Odontológicos de Urgência (SOU) no SUS: a interface entre níveis de atenção em saúde bucal. Ciênc Saúde Coletiva. 2015;20(10):3111-20. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152010.12712014.

Gorniewicz J, Floyd M, Krishnan K, Bishop TW, Tudiver F, Lang F. Dando más notícias a pacientes com câncer: Um ensaio de controle randomizado de um breve módulo de treinamento de habilidades de comunicação que incorpora as histórias e preferências de pacientes reais. Patient Educ Couns. 2017;100(4):655-66. doi: 10.1016/j.pec.2016.11.008.

Freiberger MH, Bonamigo EL. Attitude of cancer patients regarding the disclosure of their diagnosis. Mundo Saúde. 2018;42(2):393-414. doi: http://dx.doi.org/10.15343/0104-7809.20184202393414.

Rao A, Ekstrand M, Heylen E, Raju G, Shet A. Breaking bad news: patient preferences and the role of family members when delivering a cancer diagnosis. Asian Pacific J Cancer Prevent. 2016;17(4):1779-84. doi: http://dx.doi.org/10.7314/APJCP.2016.17.4.1779.

Rodrigues DMV, Abrahão AL, Lima FLT. Do começo ao fim, caminhos que segui: itinerações no cuidado paliativo oncológico. Saúde Debate. 2020;44(125):349-61. doi: 10.1590/0103-1104202012505.

Bastos LOA, Andrande EN, Andrade EO. Relação médico-paciente na oncologia: estudo a partir da perspectiva do paciente. Rev Bioética. 2017;25(3):563-76. doi: https://dx.doi.org/10.1590/1983-80422017253213.

Sobczak K, Obczak K, Leoniuk K, Janaszczyk A. Delivering bad news: patient‘s perspective and opinions. Patient Preference Adherence. 2018;12:2397-408. doi: https://dx.doi.org/10.2147/PPA.S183106.

Mirza RD, Ren M, Agarwal A, Guyatt GH. Assessing patient perspectives on receiving bad news: a survey of 1337 patients with life-changing diagnoses. Ajob Empirical Bioethics. 2018;10(1):36-43. doi: https://dx.doi.org/10.1080/23294515.2018.1543218.

Taylor BH, Warnock C, Tod A. Communication of a mesothelioma diagnosis: developing recommendations to improve the patient experience: developing recommendations to improve the patient experience. BMJ Open Respir Res. 2019;6(1):412-22. doi: https://dx.doi.org/10.1136/bmjresp-2019-000413.

Herrera A, Ríos M, Manríquez JM, Rojas G. Dando más notícias na prática clínica. Rev Méd. 2014;142(10):1306-15. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014001000011.

Brown VA, Parker PA, Furber L, Thomas AL. Patient preferences for the delivery of bad news: the experience of a UK cancer centre. Eur J Cancer Centre. 2011;20(1):56-61. doi: http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2354.2009.01156.x.

Hillen MA, Haes HCJM, Smets EMA. Cancer patients’ trust in their physician: a review. Psycho-Oncology. 2011;20(2):27-241. doi: http://dx.doi.org/10.1002/pon.1745.

Barbosa MS, Ribeiro MMF. O método clínico centrado na pessoa na formação médica como ferramenta de promoção de saúde. Rev Med Minas Gerais. 2016;26(8):216-22. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/2152.

Hillen MA, de Haes HC, van Tienhoven G, Bijker N, van Laarhoven HW, Vermeulen DM, Smets EM. All eyes on the patient: the influence of oncologists’ nonverbal communication on breast cancer patients’ trust. Breast Cancer Res Treat. 2015;153(1):161-71. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10549-015-3486-0.

Nejat N, Whitehead L, Crowe M. The use of spirituality and religiosity in coping with colorectal cancer. Contemp Nurse. 2017;53(1):48-59. doi: 10.1080/10376178.2016.1276401.

Neumayer AC, Aguiar MCM, Schettini Sobrinho ESM, Gonçalves ASR. Efeito do diagnóstico e sugestões para comunicação diagnóstica na visão dos pacientes. Rev Bras Cancerol. 2018;64(4):489-97. doi: http://dx.doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n4.197.

Guerrero GP, Zago MMF, Sawada NO, Pinto MH. Relação entre espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente. Rev Bras Enferm. 2011;64(1):53-9. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672011000100008.

Pinto AC, Marchesini SM, Zugno PL, Zimmermann KG, Dagostin VS, Soratto MT. A importância da espiritualidade em pacientes com câncer. Rev Saúde Com. 2015;11(2):114-22. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/rsc/article/view/351.

Abazari P, Taleghani F, Hematti S, Ehsani M. Exploring perceptions and preferences of patients, families, physicians, and nurses regarding cancer disclosure: a descriptive qualitative study. Support Care Cancer. 2016;24(1):4651-9. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s00520-016-3308-x.

Publicado

2021-12-26

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Cruvinel, A. F. P., Thomas, B., Klaus, G. B. ., & Silva , T. G. da. (2021). Percepção dos pacientes oncológicos sobre a comunicação verbal e não verbal no recebimento de más notícias. Revista De Medicina, 100(6), 561-569. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i6p561-569