Percepção dos estudantes de graduação em medicina sobre o uso de práticas integrativas e complementares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i2e-198717

Palavras-chave:

Terapias Complementares, Educação Médica, Educação de Graduação em Medicina

Resumo

Introdução: O crescente uso de métodos não convencionais que proporcionam um cuidado holístico do paciente é um fenômeno global. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 80% da população dos países em desenvolvimento faz uso de Medicina Tradicional e Complementar (CAM). No Brasil muitas destas práticas são reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como parte integrante do plano terapêutico de condições diversas. Segundo o Ministério da Saúde, 29 delas são oficializadas e passíveis de serem disponibilizadas à população. Tais fatos demonstram a importância dos acadêmicos do curso de graduação em Medicina serem qualificados no tema, objetivando a capacidade de garantir a assistência integral aos seus futuros pacientes. Objetivo: Verificar o conhecimento dos estudantes do curso de graduação em Medicina de uma faculdade particular de Curitiba/PR sobre o uso de Práticas Integrativas e Complementares na área de saúde e conhecer a percepção pessoal destes sobre a importância da abordagem do tema na graduação. Método: Estudo de natureza quantitativa de cunho descritivo realizado por meio da aplicação de um questionário semiestruturado via Google Formulários com estudantes do curso de graduação em Medicina de uma instituição particular de ensino superior de Curitiba/PR. Resultados: Foram obtidas 212 respostas, nas quais observou-se que os estudantes consideram seu conhecimento sobre as terapias complementares insuficiente, uma vez que somente 2% dos participantes julgaram-se capazes de orientar seus futuros pacientes em relação ao uso de terapias alternativas. Entretanto, 93,4% deles demonstram interesse em aprender formalmente sobre o tema. Conclusão: É essencial que o médico generalista tenha conhecimentos básicos sobre as modalidades alternativas de tratamentos, tanto para desenvolver uma relação médico-paciente humanizada, quanto para garantir a segurança nas suas decisões terapêuticas. Ao adquirir informações científicas e identificar possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas dessas terapias, a assistência médica se torna mais qualificada e integral.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Contatore OA, Barros NF de, Durval MR, Barrio PCC da C, Coutinho BD, Santos JA, et al. Uso, cuidado e política das práticas integrativas e complementares na Atenção Primária à Saúde. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2015;20(10):3263-73. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320152010.00312015

Ministério da Saúde (BR). Práticas Interativas e Complementares (PICS): quais são e para que servem [Internet]. [Brasília]: Ministério da Saúde (BR); 2019. https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/praticas-integrativas-e-complementares

Ribeiro G. SBMFC entrevista Lucas Gaspar Ribeiro: vamos falar sobre PICS [Internet]. [Brasília]: Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade; 2018. https://www.sbmfc.org.br/noticias/sbmfc-entrevista-lucas-gaspar-ribeiro-vamos-falar-sobre-pics/

Tesser CD, Dallegrave D. Práticas integrativas e complementares e medicalização social: indefinições, riscos e potências na atenção primária à saúde. Cad Saúde Pública [Internet]. 2020;36(9):e00231519. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00231519

Telesi Júnior E. Práticas integrativas e complementares em saúde, uma nova eficácia para o SUS. Estud Av. [Internet]. 2016;30(86):99-112. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-40142016.00100007.

Boing AC, Santiago P HR, Tesser C, Furlan IL, Bertoldi AD, Boing AF. Prevalence and associated factors with integrative and complementary practices use in Brazil. Compl Ther Clin Pract. 2019;37:1-5. Doi:10.1016/j.ctcp.2019.07.009

Faqueti A, Tesser C. (2018). Utilização de Medicinas Alternativas e Complementares na atenção primária à saúde de Florianópolis/SC, Brasil: percepção de usuários. Ciênc Saúde Colet. 2018;23:2621-30. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232018238.22012016

International Conference on Primary Health Care (1978: Alma Ata,URSS). report of the international Conference on Primary Health Carejointly sponsored by the World Health organization and the united nations organization and United nations Children s Fund, Geneva], WHo, 1978.

Ministério da Saúde (BR). Dia Nacional da Homeopatia [Internet]. [Brasília]: Ministério da Saúde (BR); 2023 [cited 2024 Jan 10]. https://bvsms.saude.gov.br/21-11-dia-nacional-da-homeopatia-2/

Tesser CD. Práticas integrativas e complementares e racionalidades médicas no SUS e na atenção primária à saúde: possibilidades estratégicas de expansão. J Manag Prim Health Care [Internet]. 2018;8(2):216-32. https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/528

Silveira JC. Atitudes de estudantes de medicina frente às terapias alternativas e complementares. Rev Med Saude Br. 2019;138(8):25-44.

Christensen MC, Barros NF. Medicinas alternativas e complementares no ensino médico: revisão sistemática. Rev Bras Educ Med. 2010;34(1):97-105.

Feitosa MHA, Soares ll, Borges GA, Andrade MM, Costa SM. Inserção do conteúdo fitoterapia em cursos da área de saúde. Rev Bras Educ Med. 2016;40(2):197-203.

Nicácio RAR, Pinto GF, Oliveira FRA de, Santos DA da S, Matos M de, Goulart LS. Potenciais interações entre medicamentos alopáticos e fitoterápicos/ plantas medicinais no Município de Rondonópolis – MT. cmbio [Internet]. 2020;19(3):417-22. https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/33253

Cordeiro CHG, Chung MC, Sacramento LVS. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev Bras Farmacol. 2005;15(3):272-8.

Teixeira MZ, Lin CA. Educação médica em terapêuticas não convencionais. Ver Med. 2013;92(4):224. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i4p224-235

Christensen MC, Barros NF. Medicinas alternativas e complementares no ensino médico: revisão sistemática. Rev Bras Educ Med. 2010;34(1):97-105.

Kulkamp IC, Burin GD, Souza MHM, Silva P, Piovezan AP. Aceitação de práticas não-convencionais em saúde por estudantes de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina. Rev Bras Educ Med. 2007;31(3):229-35.

Jessé ARB, Gurgel LGD, Silva DMA, Alencar PSLL, Jordán APW, Daniel NAA. Práticas integrativas e complementares: interesse da comunidade acadêmica e os desafios do ensino médico [Internet]. Faculdade Pernambucana de Saúde; 2020. http://tcc.fps.edu.br:80/jspui/handle/fpsrepo/907.

Colalto C. What phytotherapy needs: evidence-based guidelines for better clinical practice. Phytother Res. 2017;32(3):413-25.

Albuquerque LVC, Lima JWO, Silva ABG, Correia ICM, Maia LROG, Bessa MC, et al. Complementary and alternative medicine teaching: evaluation of the teaching-learning process of integrative practices in Brazilian medical schools. Rev Bras Educ Med. 2019;43(4):109-16.

Joyce P, Wardle J, Zaslawski C. Medical student attitudes towards complementary and alternative medicine (CAM) in medical education: a critical review. J Complement Integr Med. 2016;13(4).

Publicado

2024-05-10

Edição

Seção

Artigos Originais/Originals Articles

Como Citar

Pereira, L. de A., Piasecki, V. P. ., Czepula, A., & Santos, H. P. dos. (2024). Percepção dos estudantes de graduação em medicina sobre o uso de práticas integrativas e complementares. Revista De Medicina, 103(2), e-198717. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v103i2e-198717