Manejo de via aérea no paciente obeso: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i1e-199864Palavras-chave:
Obesidade, Manuseio de vias aéreas, Intubação intratraquealResumo
Introdução: O manejo de vias aéreas do paciente obeso é uma preocupação dos anestesiologistas. Tal procedimento mostra-se mais difícil se comparado aos demais pacientes devido a alterações anatômicas e fisiológicas causadas pelo excesso de gordura. O paciente obeso possui alterações na função pulmonar que favorecem uma dessaturação mais rápida do que as demais pessoas, o que torna esse grupo mais suscetível a complicações durante a intubação orotraqueal. Objetivo: Compreender quais fatores são responsáveis pela maior incidência de via aérea difícil nos pacientes obesos. Métodos: Foi realizada busca na plataforma DeCS e em seguida PubMed e SciELO para levantamento de artigos relacionados ao tema, sendo incluídos Ensaios Clínicos Randomizados, Revisões Sistemáticas, Meta-Análises e Livros e Documentos, sendo eleitos 20 artigos totais, em português, inglês e espanhol. Resultado: Dos estudos analisados, três encontraram fatores de risco para VA difícil como Mallampati III/IV, menor mobilidade do pescoço e menor abertura da boca. Um apontou circunferência do pescoço como fator influenciador enquanto outro afirmou que não há relação da circunferência com a dificuldade em se obter uma VA definitiva. Conclusão: Não houve consenso na literatura quanto aos fatores de risco para uma VA difícil. É necessário o desenvolvimento de estudos retrospectivos que analisem pacientes com ocorrência de VA difícil e complicações para que se possa levantar quais fatores estavam presentes em cada caso e como influenciaram.
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