A importância do diagnóstico precoce no período neonatal para Estreptococo do grupo B

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102iespe-204159

Palavras-chave:

Estreptococo do grupo B, Streptococcus agalactiae, Infecção gestacional, Sepse neonatal

Resumo

Streptococcus agalactiae ou Estreptococo do grupo B (EGB) correspondem às bactérias Gram positivas com formato de diplococo, geralmente residentes da microbiota do trato gastrointestinal e geniturinário de gestantes. A transmissão do EGB ocorre principalmente através da ascensão vertical, sobretudo no período intraparto, sendo uma das principais bactérias responsável pelo desenvolvimento da sepse no período neonatal. O diagnóstico precoce associado à adequada profilaxia antibiótica prevê menores riscos de infecção neonatal, além de menor taxa de complicações e mortalidade infantil. Para realização da pesquisa, utilizamos periódicos de alto impacto retirados de bases das plataformas MEDLINE, SciELO, Pubmed, CNPq e LILACS (2015-2022) compilou-se a utilização de um referencial teórico recente, com exceção do referencial histórico, sob o qual não houve limitação temporal. A partir dos resultados obtidos pode-se observar na medicina preventiva: A respeito da primária, a possibilidade de desenvolvimento de vacinas é viável, mas até o momento em fase II em estudos internacionais e com carência de estudos epidemiológicos a respeito dos sorotipos capsulares específicos das regiões brasileiras, dificultando o desenvolvimento da medida. Em relação ao rastreio microbiológico do EGB indicado pelo Ministério da Saúde em 2012 deve ser realizado entre a 35º e 37º semana de gestação, contrapondo literaturas internacionais mais recentes. Na prevenção secundária há novas formas de diagnóstico para a infecção por EGB, a exemplo, o Xpert GBS, teste rápido indicado para testar mulheres com risco de parto prematuro ou em trabalho de parto que não fizeram o exame durante o pré-natal. A secundária ainda envolve o tratamento existente, o qual seria através da utilização de antimicrobianos de primeira escolha, como a penicilina cristalina ou a ampicilina, entretanto, em alguns casos já apresentam resistência, necessitando de avaliação microbiológico com antibiograma. Entende-se, portanto, que o tema é de fundamental importância para a saúde materna e infantil. A infecção por EGB é uma doença prevenível e de simples diagnóstico, entretanto, ainda há uma grande divergência literária e falta de protocolos brasileiros enfatizando a relevância do rastreio para EGB, o qual deve ser realizado de forma ampla nas gestantes, com profilaxia antibiótica somente em casos específicos e se necessário com análise de sensibilidade aos antimicrobianos prévia, com intuito de melhores resultados.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Débora Lais Justo Jacomini, Centro Universitário Claretiano

    Congresso Médico Universitário FMUSP - COMU, 15/10/2022 – São Paulo. COMU Awards (Panels Award) Premiado na categoria: Atenção Primária a Saúde.
    Projeto apresentado ao Programa de Iniciação Científica vinculado ao Núcleo de Pesquisa do Curso de Medicina como proposta de Iniciação científica inserido no Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR), Rio Claro, SP.
    Orientadora, Coordenadora do Projeto. Prof. Dra., Centro Universitário Claretiano – CEUCLAR. Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica – NUPIC. Programa de Iniciação Científica vinculado ao Núcleo de Pesquisa do Curso de Medicina. 

  • Heloisa Beraldi Murayama, Centro Universitário Claretiano

    Congresso Médico Universitário FMUSP - COMU, 15/10/2022 – São Paulo. COMU Awards (Panels Award) Premiado na categoria: Atenção Primária a Saúde.
    Projeto apresentado ao Programa de Iniciação Científica vinculado ao Núcleo de Pesquisa do Curso de Medicina como proposta de Iniciação científica inserido no Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR).
    Graduanda. Centro Universitário Claretiano – CEUCLAR de Rio Claro, SP. Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica – NUPIC. Programa de Iniciação Científica vinculado ao Núcleo de Pesquisa do Curso de Medicina. 

Referências

Cunningham FG, Leveno KJ, Bloom SL, Dashe JS, Hoffman BL, Caseu BM, et al. Williams obstetrics. 25ª ed. Mexico City: Mc Graw Hill Education; 2019. p.1209-34.

Boyer KM, Gadzala CA, Kelly PD, Gotoff SP. Selective intrapartum chemoprophylaxis of neonatal group B streptococcal early-onset disease. III. Interruption of mother-to-infant transmission. J Infect Dis. 1983;148(5):810-16. doi: https://doi.org/10.1093/infdis/148.5.810

Melo SCCS, Costa AB, Silva FTR, Silva NMMG, Tashima CM, Cardoso FR et al. Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18th Health Region of Paraná State. J Inst Trop Med São Paulo. 2017;60:e2. doi: https://doi.org/10.1590/S1678-9946201860002

Nascimento CS. Streptococcus agalactiae – Serotypic distribution and relation with virulence factors and antimicrobial resistence [master’s degree]. São Paulo: Faculty of Pharmaceutical Science sat the University of São Paulo; 2019. doi: https://doi.org/10.11606/D.9.2019.tde-07062019-174324

American College of Obstetricians and Gynecologists. Prevention of Group B Spretococcal Early-Onset Disease in Newborns: ACOG Committee Opinion, Number 797. Obstetr Gynecol. 2020;135(2):e51-e72. doi: http://dx.doi.org/10.1097/aog.0000000000003668

Dzanibe S, Madhi SA. Systematic review of the clinical development of group B streptococcus serotype-specific capsular polysaccharide-based vaccines. Expert Rev Vaccines. 2018;17:635-51. doi: https://doi.org/10.1080/14760584.2018.1496021

Vojtek I, Dieussaert I, Doherty TM, Franck V, Hanssens L, Miller J, et al. Maternal immunization: where are we now and how to move forward? Ann Med. 2018;50(3):193-208. doi: 10.1080/07853890.2017.1421320

Zhang Y, Song L, Zhang S, Zhang S, Yu Y, Yao H, et al. Development and evaluation of a multi-epitope subunit vaccine against group B Streptococcus infection. Emerg Microbes Infect. 2022;11(1):2371-82. doi: https://dx.doi.org/10.1080/22221751.2022.2122585

World Health Organization. WHO Recommendations for prevention and treatment of maternal peripartum infection. Geneva: Human Reproduction Programme; 2015.

Xie ZY, Li YJ, Lei CR. Relationship between asymptomatic bacteriuria and vaginal colonization of Group B Streptococcus in the third trimester of pregnancy. Acta Acad Med Sinica. 2022;44(3):398-402. doi: 10.3881/j.issn.1000-503X.14368

Vieira LL, Perez AV, Machado MM, Kayser ML, Vettori DV, Alegretti AP, et al. Group B Streptococcus detection in pregnant women: comparison of qPCR assay culture, and the Xpert GBS rapid test. BMC Pregnancy Childbirth. 2019;19:532. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12884-019-2681-0.

Van Dyke MK, Phares CR, Lynfield R, Thomas AR, Arnold KE, Craig AS, et al. Evaluation of universal antenatal screening for group B streptococcus. N Engl J Med. 2009;360 (25):2626-36. doi: 10.1056/NEJMoa0806820.

Collin SM, Demirjian A, Swann C, Lamagni T. Race and Ethnicity in Neonatl Group B Streptococcal disease in England: 2016-2020. Pediatrics. 2022;150(3):e2021056080. doi: https://doi.org/10.1542/peds.2021-056080

Collins A, Weitkamp JH, Wynn JL. Why are preterm newborns at increased risk of infection? Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2018;103(4):391-94. doi: http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2017-313595

Heinsen SM, Souza IF, Maikot SCV, Silva AP, Fedatto PF, Gomes ACM. Profile of pregnant women colonized by group B Streptococcus served by the unique health system in a laboratory of Medianeira Paraná. Int Res J Obstet Gynecol. 2021;4:38. https://escipub.com/Articles/IRJOG/IRJOG-2021-05-1806.pdf

Oliveira TVL, Santana FAF, Souza CL, Oliveira MV. Prevalence and factors associated with colonization by group B streptococcus in pregnant women. Rev Bras Saude Mater Infant. 2020;20(4):1173-80. https://doi.org/10.1590/1806-93042020000400013

Yow MD, Mason EO, Leeds LJ, et. al. Ampicillin prevents intrapartum transmission of group B streptococcus. JAMA. 1979;241(12):1245-47. doi: https://doi.org/10.1001/jama.1979.03290380021019.

Berardi A, Pietrangiolillo Z, Reggiani MLB, Bianco V, Gallesi D, Rossi K, et al. Are postnatal ampicillin levels actually related to the duration of intrapartum antibiotic prophylaxis prior to delivery? A pharmacokinetic study in 120 neonates. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2018;103(2):F152-F256. doi: 10.1136/archdischild-2016-312546e

Barber EL, Zhao G, Buhimschi IA, Illuzzi JL. Duration of intrapartum prophylaxis and concentration of penicillin G in fetal serum at delivery. Obstet Gynecol. 2008;112(2 Pt 1):265-70. doi: 10.1097/AOG.0b013e31817d0246.

De Cueto M, Sanchez MJ, Sampedro A, Miranda JA, Herruzo AJ, Rosa-Fraille M. Timing of intrapartum ampicillin and prevention of vertical transmission of group B streptococcus. Obstet Gynecol. 1998;91(1):112-14. doi: 10.1016/s0029-7844(97)00587-5.

Brazil. Ministry of Health. Elaboration Guide: Scope for Clinical Protocols and Therapeutic Guidelines. Brasília, DF: Ministry of Health; 2019.

Brazil. Ministry of Health. Pregnancy Handbook. Brasília, DF: Ministry of Health; 2018.

Brazil. Ministry of Health. Basic Care book: Low-risk prenatal care. Brasília, DF: Publisher of the Ministry of Health; 2013.

Brazil. Ministry of Health. High-risk pregnancy: Technical Manual. Brasília, DF: Publisher of the Ministry of Health; 2012.

American Academy of Pediatrics - Comite Committee on Fetus and Newborn, Committee on Infectious Diseases. Management of Infants at Risk for Group B Streptococcal Disease. Pediatrics. 2019;144(2):e20191881. doi: https://doi.org/10.1542/peds.2019-1881

Procianoy RS, Silveira RC. The Challenges of neonatal sepsis managment. J Pediatria. 2020;96(S1):80-86. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2019.10.004

American Academy of Pediatrics - Committee on Fetus and Newborn, Committee on Infectious Diseases. Management of Neonates Born at ≥35 0/7 Weeks’ Gestation with Suspected or Proven Early-Onset Bacterial Sepsis. Pediatrics. 2018;142(6):e20182894. doi: https://doi.org/10.1542/peds.2018-2894

São Paulo City Hall, Epidemiology and Information Coordination. Adolescent pregnancy in the city of São Paulo: 2013 to 2017. CEInfo Analysis Bull. 2019;14(16).

Publicado

2023-02-02

Edição

Seção

COMU - Panels Award - Primary Health Care

Como Citar

Jacomini, D. L. J. ., & Murayama, H. B. (2023). A importância do diagnóstico precoce no período neonatal para Estreptococo do grupo B. Revista De Medicina, 102(esp), e-204159. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102iespe-204159