Prevalência de infecção urinária em crianças e adolescentes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v104i1e-228137Palavras-chave:
Bacteriuria, Infecção do Trato Urinário, Pielonefrite, UrinaResumo
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns entre as crianças, sendo mais frequente entre os neonatos, além de muito recorrente. Neste contexto, maior agilidade em estabelecer o diagnóstico da ITU em crianças e adolescentes pode ajudar a estabelecer precocemente a terapêutica assertiva e prevenir consequências tardias. OBJETIVO: Verificar a prevalência dos microrganismos encontrados nas urinas positivas das crianças e adolescentes, bem como sua a resistência e sensibilidade. MÉTODOS: Foi conduzido um estudo transversal com amostras de urina de crianças e adolescentes coletadas em 2019. As análises foram realizadas pelo Laboratório Carlos Chagas Grupo Sabin em Cuiabá, MT. Os dados foram submetidos a análises estatísticas descritivas. RESULTADOS: Entre as 532 amostras analisadas, 81,76% foram enterobacteriales, sendo a E. coli a mais prevalente (64,13%). O sexo feminino apresentou maior incidência em todas as faixas etárias, sendo mais expressivo entre 0 a 2 anos e 11 meses. A análise por faixa etária revelou que 57% das ITUs ocorreram em crianças de 0 a 2 anos e 11 meses. O perfil de sensibilidade das enterobacteriales indicou alta sensibilidade a meropenem, ertapenem, ceftriaxona e ceftazidima, enquanto houve resistência significativa a ampicilina, amoxicilina e sulfametoxazol/trimetoprim. DISCUSSÃO: A prevalência da E. coli como agente causador de ITUs nas crianças é consistente com estudos anteriores. A resistência da E. coli a certos antibióticos destaca a necessidade de considerar opções alternativas de tratamento. CONCLUSÃO: Conclui-se que a E. coli é o principal microrganismo de ITUs em crianças, com prevalência no sexo feminino e faixa etária de 0 a 2 anos e 11 meses. Em relação ao perfil de sensibilidade as bactérias foram mais sensíveis aos carbapenêmicos e aminoglicosídeos. O diagnóstico precoce é crucial para prevenir complicações a longo prazo associadas à ITU em crianças.
Downloads
Referências
Riyuzo MC, Macedo CS, Bastos HD. Fatores associados à recorrência da infecção do trato urinário em criança. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2007;7(2):151-157. Doi: https://doi.org/10.1590/S1519-38292007000200005.
Haddad JM, Fernandes DA. Infecção do trato urinário. Femina. 2019;47(4):241-4.
Silva ACS, Oliveira EA. Update on the approach of urinary tract infection in childhood. J Pediatr. 2015;91(6 Suppl 1):S2-10. Doi: 10.1016/j.jped.2015.05.003
Oliveira ALG, Soares VC, Faria LP, Roland LSM, Castro VP, Alcântara NN, et al. Infecções do trato urinário na infância: condutas e tratamento. Braz J Develop. 2021;7(8), 84518-25. Doi: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-592
Swei Lo D, Ragazzi SLP, Gilio AE, Martinez MB. Infecção urinária em menores de 15 anos: etiologia e perfil de sensibilidade antimicrobiana em hospital geral de pediatria. Rev Paul Pediatr. 2010;28(4):299-303. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-05822010000400003.
Foxman, B. Urinary tract infection syndromes: occurrence, recurrence, bacteriology, risk factors, and disease burden. Infect Dis Clin North Am. 2014;28(1):1-13. Doi: 10.1016/j.idc.2013.09.003.
Guidoni EBM. Toporovski J. Infecção urinária na adolescência. J Pediatr. 2001;77 (Supl.2): S165-S169.
Nashivochnikova NA, Leanovich VE. Clinical and pathogenetic aspects of the treatment and prevention of pyelonephritis in children. Urologia. 2022;(6):97-104. Doi: 10.18565/urology.2022.6.97-104
Forster CS, WANG J. Symptom- and urinalysis-based approach to diagnosing urinary tract infections in children with neuropathic bladders. Pediatr Nephrol. 2020;35(5):807-14.Pediat Nephrol. 2020. Doi: 10.1007/s00467-019-04448-8.
Kunin CM. Detection, Prevention and Management of Urinary Tract Infections: A manual for the Physician, Nurse and Allied Health Worker, 2nd edition, Lea & Febiger, Philadelphia, 1974.
Clinical and Laboratory Standards Institute (2019). Padrões de desempenho para testes de suscetibilidade antimicrobiana: trigésima edição. Documento CLSI M100-Ed30 . (Wayne, PA). Clinical and Laboratory Standards Institute.
Ronchi MP, Vallandro CF, Endo AL, Medeiros GJ, Camargo JR, Padilha MD. Diagnóstico e tratamento de infecção urinária na infância: revisão de literatura. 8º Congresso Internacional em Saúde. 2021.
Malinovski E, Estorillo ALA. Bactérias Mais Frequentes em Infecções do Trato Urinário. Rev Saúde Meio Ambiente, Três Lagoas. 2021;12(1):121-34.
Leung AKC, Wong AHC, Leung AAM, Hon KL. Urinary Tract Infection in Children. Recent Pat Inflamm Allergy Drug Discov. 2019;13(1):2-18. Doi: 10.2174/1872213X13666181228154940
Shaikh N, Craig JC, Rovers MM, Dalt L, Gardikis S, Hoberman A, et al. Identification of children and adolescents at risk for renal scarring after a first urinary tract infection: a meta-analysis with individual patient data. JAMA Pediatr. 2014;168(10):893-900. Doi: 10.1001/jamapediatrics.2014.637.
Garcia CD, Marques D, Souza V. Infecção do Trato Urinário em Pediatria – Existe consenso entre os consensos? – Atualização 2021. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2021.
Singh-grewal D, Macdessi J, Craig J. Circumcision for the prevention of urinary tract infection in boys: a systematic review of randomised trials and observational studies. Arch Dis Child. 2005;90(8):853-8. Doi: 10.1136/adc.2004.049353.
Shaikh N, Morone N, Bost J, Farrel J. Prevalence of Urinary Tract Infection in Childhood: A Meta-Analysis. Pediatr Infect Dis J. 2008;27(4):302-8. Doi: 10.1097/INF.0b013e31815e4122.
Gun S, Ciatelli GL, Takahashi MAU, Brabo AM, Morais LA, Figueiredo CB. Fusão renal completa em criança com infecção recorrente do trato urinário. Radiol Bras. 2012;45(4):233-4.
Korbel L, Howell M, Spencer JD. The clinical diagnosis and management of urinary tract infections in children and adolescentes. Paediatr Int Child Health. 2017;37(4):273-9. Doi: 10.1080/20469047.2017.1382046.
Carnevale J, Miranda EG, Silveira A, Tiburcio MA. Tratado de Urologia Pediátrica. 2ed. 2022.
Tullus K, Shaikh N. Urinary tract infections in children. Lancet. 2020;395(10237):1659-68. Doi: 10.1016/S0140-6736(20)30676-0
Berdichevski EH, Mattos SG, Bezerra S, Vilas ER, Baldisserotto M. Prevalência de pielonefrite aguda e incidência de cicatriz renal em crianças menores de dois anos de idade com infecção do trato urinário avaliadas por cintilografia renal com Tc-DMSA: a experiência de um hospital universitário. Radiol Bras. 2013;46(1):30-4. Doi: https://doi.org/10.1590/S0100-39842013000100010
Goldraich NP, Manfroi A. Febrile urinary tract infection: Escherichia coli susceptibility to oral antimicrobials. Pediatr Nephrol. 2002;17(3):173-6. Doi: 10.1007/s00467-001-0808-8.
Erol B, Culpan M, Caskurlu H, Sari U, Cag Y, Vahaboglu H, et al. Changes in antimicrobial resistance and demographics of UTIs in pediatric patients in a single institution over a 6-year period. J Pediatr Urol. 2018;14(2):176.e1-176.e5. Doi: 10.1016/j.jpurol.2017.12.002.
Esposito S, Biasucci G, Pasini A, Predieri B, Vergine G, Crisafi A, et al. Antibiotic Resistance in Paediatric Febrile Urinary Tract Infections. J Glob Antimicrob Resist. 2022;29:499-506. Doi: 10.1016/j.jgar.2021.11.003
Soares LA, Nishi CYM, Wagner HL. Isolamento das bactérias causadoras de infecções urinárias e seu perfil de resistência aos antimicrobianos. Rev Bras Med Fam. 2006;2(6):84-92. Doi: 10.5712/rbmfc2(6)29.
Vazouras E, Velalid K, Tassioue I, Anastasiou-Katsiardanif A, Athanasopoulou E, Barbouni UM, et al. Antibiotic treatment and antimicrobial resistance in children with urinary tract infections. J Global Antimic Resist. 2020;20: 4-10.
Santos MJA, Porcy C, Menezes RAO. Etiologia e perfil de resistência bacteriana em uroculturas de pacientes atendidos em um hospital público de Macapá-Amapá, Brasil. Um estudo transversal. Diagn Tratamento. 2019;24(4):135-42.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cristiane de Paula, Marina Caloi Lóss, Walkiria Shimoya-Bittencourt, Maria Izabel Ferreira Robes Ubraus, Diniz Pereira Leite Junior, João Pedro Castoldo Passos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
