Perfil das malformações congênitas no berçário anexo à maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Autores

  • Marina de Souza Pimenta Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Maternidade
  • Vera Lúcia Jornada Krebs Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Maternidade

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v89i1p50-56

Palavras-chave:

Anormalidades congênitas/epidemiologia, Recém-nascido, Mortalidade neonata

Resumo

OBJETIVO: Descrever a incidência e os tipos de malformações congênitas, a mortalidade e o tempo de permanência hospitalar de recém-nascidos (RN) portadores de malformações congênitas admitidos em berçário de alta complexidade de um hospital universitário. MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo e prospectivo de uma coorte de recém-nascidos vivos portadores de malformações congênitas. Foram incluídos todos os neonatos com malformação, nascidos no período de um ano (2007-2008) no Berçário Anexo à Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio de análise de prontuários e avaliação dos RN. Para a descrição dos resultados, foram utilizadas a frequência relativa e absoluta das classes de cada variável qualitativa e medidas de tendência central e de dispersão (variáveis quantitativas). Na comparação entre as variáveis, foram usados o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher. RESULTADOS: Houve 1628 nascidos-vivos no período, sendo 93 (5,71%) portadores de malformações. Predominaram as malformações neurológicas (33%), urogenitais (32%) e craniofaciais (31%). Houve 46 (49,5%) RN de termo e 47 (50,5%) pré-termos; 41 (44,09%) foram RN de baixo peso. Dentre os RN com malformações, 86 (92%) apresentavam malformações maiores e 7 (8%), malformações menores. O tempo médio de internação foi de 43,8 dias. Houve 21 (22,6%) óbitos, com associação significante entre mortalidade e malformações (p<0,0001), sobretudo cardíacas (p=0,014). CONCLUSÃO: A freqüência de malformações congênitas foi elevada em relação à descrita na literatura, havendo predomínio de malformações maiores. As anomalias mais comuns foram as neurológicas, conforme verificado por outros autores. Observou-se, também, uma mortalidade superior à encontrada na literatura, o que pode ser explicado pela gravidade dos casos descritos. A permanência hospitalar foi prolongada em relação à média dos recém-nascidos da unidade. Houve associação significante entre mortalidade e presença de malformações congênitas, principalmente cardíacas.

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Biografia do Autor

  • Marina de Souza Pimenta, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Maternidade
    Doutora em Pediatria pela FMUSP, Médica Encarregada de Setor Técnico do Berçário Anexo à Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP.
  • Vera Lúcia Jornada Krebs, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Maternidade
    Livre Docente em Pediatria pela FMUSP, Chefe do Berçário Anexo à Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade 3. de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP.

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Publicado

2010-03-19

Edição

Seção

Artigos Médicos

Como Citar

Pimenta, M. de S., Calil, V. M. L. T., & Krebs, V. L. J. (2010). Perfil das malformações congênitas no berçário anexo à maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Revista De Medicina, 89(1), 50-56. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v89i1p50-56