Meningites purulentas

Autores

  • José Mário Tacques Bittencourt Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v47i2p90-101

Resumo

O sucesso da terapêutica nas meningites bacterianas depende da observância de três normas. A primeira determina o início precoce do tratamento. O diagnóstico clínico nas pessoas com mais de um ano de idade e que não tinham sido medicadas anteriormente é fácil pela presença dos sinais das síndromes infecciosa, hipertensiva intracraniana e radicular antálgica. Nas crianças com menos de um ano, o diagnóstico é difícil pela falta de qualquer sinal ou conjunto de sinais que, pela sua constância, possam servir de base para o raciocínio. Nesses casos é aconselhável praticar exame do líquido cefalorraqueano todas as vezes que um processo infeccioso grave permanecer sem diagnóstico após três dias de evolução. É o exame do líquido cefalorraqueano que comprova o diagnóstico das meningites bacterianas: a hipercitose com inversão da fórmula leucocitária, a queda das taxas de cloretos e glicose e a possível
presença do germe ao exame bacterioscópico ou na cultura.
A segunda norma determina o uso de antibiótico e de quimioterápico em
doses suficientes para alcançar rapidamente níveis terapêuticos. Antes de obtido o antibiograma e determinado o agente terapêutico específico, aconselha-se o uso de sulfadiazina 0,2 g/kg de peso ao dia, penicilina 1 a 2 milhões de unidades cada 3 ou 4 horas e cloranfenicol 0,5 a 1 g cada 12 horas. O uso da via intratecal é aconselhado nos casos em que se deseja o efeito imediato da medicação e em que a espera de 6 ou 8 horas, necessárias para o medicamento alcançar níveis terapêuticos no líquido cefalorraqueano, seja desaconselhada.
A terceira norma determina a duração da terapêutica até a eliminação
completa do agente infeccioso. Só suspender a medicação quando todos os sinais clínicos e laboratoriais indicarem que a infecção foi eliminada.

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Biografia do Autor

  • José Mário Tacques Bittencourt, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Chefe da Seção de Líquido Cefalorraqueano do Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Publicado

1963-06-30

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Bittencourt, J. M. T. (1963). Meningites purulentas. Revista De Medicina, 47(2), 90-101. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v47i2p90-101