Transplante cardíaco na doença de Chagas

Autores

  • Layara Fernanda Lipari Dinardi Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Jaqueline Fabiano Palazzo Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Thiago Vicente Pereira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Augusto Quaresma Coelho Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Rebecca Rossener Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Marcela Malheiro Santos Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Vicente Pereira dos Santos Júnior Faculdade de Medicina do ABC.
  • Bruno Canizares Faculdade de Medicina do ABC.
  • Alfredo Inácio Fiorelli Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
  • Noedir Antônio Groppo Stolf Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Instituto do Coração

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v91i4p229-240

Palavras-chave:

Doença de Chagas, Cardiomiopatias, Transplante de coração, Rejeição de enxerto/prevenção & controle, Imunossupressão, Transplante, Cardiomiopatia chagásica/diagnóstico.

Resumo

Dentre as diversas etiologias da insuficiência cardíaca, a miocardiopatia chagásica é considerada a mais agressiva. Como não há tratamento capaz de reverter a evolução da doença o transplante cardíaco torna-se a única opção. Foram analisados 107 pacientes portadores da doença de Chagas submetidos a transplante cardíaco, com idades compreendidas entre 11 e 62 anos (42,7±15,3 anos). Os pacientesportadores de megaesôfago e megacólon sintomáticos são automaticamente excluídos dos programas de transplante devido a uma maior possibilidade de complicações no pós-operatório a curto e longo prazo. A expectativa de resultados inferiores para o transplante em chagásicos em relação às demais cardiomiopatias não foi confirmada e, paradoxalmente, se encontram melhores taxas de sobrevida. Notou-se uma mortalidade imediata de 17,7% (19 casos), sendo as principais causas de morte: infecção (6 casos, 31,5%), disfunção do enxerto (6 casos, 31,5%), rejeição (4 casos 21,1%), parada cardiorrespiratória súbita (2 casos 10,5%) e incompatibilidades ABO (1 caso 5,3%). Tardiamente ao transplante, 27 (25,2%) pacientes morreram, sendo as principais causas de morte: rejeição (6 casos, 22,2%), infecção (6 casos, 22,2%), linfoma(4 casos, 14,8%), Kaposi (2 casos, 7,4%), pericardite constritiva (2 casos, 7,4%) e reativação da doença de Chagas no sistemanervoso central (1 caso, 7,1%). Por fim, pode-se concluir que: 1) o transplante cardíaco ainda é a única forma capaz de modificar a evolução natural da cardiomiopatia chagásica; 2) o diagnóstico precoce aliado à rápida introdução de benzonidazolleva a um reconhecimento de padrões histológicos normais do miocárdio sem que haja sequelas e 3) as doses de imunossupressores empregadas devem ser inferiores às utilizadas em outras etiologias.

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Biografia do Autor

  • Layara Fernanda Lipari Dinardi, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Jaqueline Fabiano Palazzo, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Thiago Vicente Pereira, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Augusto Quaresma Coelho, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Rebecca Rossener, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Marcela Malheiro Santos, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Vicente Pereira dos Santos Júnior, Faculdade de Medicina do ABC.
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina do ABC.
  • Bruno Canizares, Faculdade de Medicina do ABC.
    Acadêmicos de Medicina, Faculdade de Medicina do ABC.
  • Alfredo Inácio Fiorelli, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
    Diretor da Unidade de Perfusão Cardíaca e Assistência Cardiorrespiratória, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Noedir Antônio Groppo Stolf, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Instituto do Coração
    Professor, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2012-12-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dinardi, L. F. L., Palazzo, J. F., Pereira, T. V., Coelho, A. Q., Rossener, R., Santos, M. M., Santos Júnior, V. P. dos, Canizares, B., Fiorelli, A. I., & Stolf, N. A. G. (2012). Transplante cardíaco na doença de Chagas. Revista De Medicina, 91(4), 229-240. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v91i4p229-240