Aspectos moleculares das craniossinostoses: implicações no diagnóstico e aconselhamento genético
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v80i1p7-13Palavras-chave:
Craniossinostose/diagnóstico, Craniossinostose/genética, Diagnóstico diferencial, Aconselhamento genético, Fatores de risco.Resumo
Graniossinostose caracteriza-se pelo fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas. As craniossinostoses formam um grupo bastante heterogêneo, com uma incidência de 1 para 2000-3000 nascimentos. Tanto fatores ambientais como genéticos podem estar relacionados com o surgimento das craniossinostoses. Na última década, verificou-se que mutações em 4 genes (FGFR1, FGFR2, FGFR3, TWIST) podem causar formas sindrômicas de craniossinostose bem definidas clinicamente, a saber: Sindromes de Apert, Pfeiffer, Crouzon, Jackson-Weiss, Beare-Stevenson e Saethre-Chotzen. Ainda, duas novas síndromes foram clinicamente e molecularmente caracterizadas: a síndrome de Muenke e a de Boston. O quadro clínico associado com estas duas formas de craniossinostose é bastante variado. incluindo desde paciente com crânio em trevo até aqueles com apenas craniossinostose da sutura coronal (bilateral ou unilateral), os quais são classificados como portadores de craniossinostose não sindrômica. Uma precisa correlação fenótipo-genótipo têm sido difícil na grande maioria dos casos devido à sobreposição do quadro clínico e pela heterogeneidade genética do grupo, e portanto o teste molecular pode ser importante para o diagnóstico de um grande número de pacientes. O padrão de herança das craniossinostoses acima referidas é o autossômico dominante, o que significa que um indivíduo afetado possui 50% de chance de vir a ter um filho afetado com a mesma condição. Outros padrões de herança também têm sido relatados, sendo sempre importante uma avaliação genética e clínica de todos os membros da família do afetado. Exemplificamos com dois casos atendidos em nosso laboratório, a importância do uso de testes moleculares para a confirmação do diagnóstico e realização precisa do aconselhamento genético.