Tratamento cirúrgico da espasticidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v83i1-2p17-27Palavras-chave:
Espasticidade muscular/cirurgia, Espasticidade muscular/fisiopatologia, Relaxantes musculares centrais/uso terapêutico.Resumo
A espasticidade decorre de uma reorganização funcional de circuitos, em geral, medulares espinais após uma lesão que afeta total ou parcialmente as vias moduladoras da
motricidade e controle das interações sensitivas. Agrava-se devido a estímulos nociceptivos ou sensitivos de outra natureza, aumento de citocinas e emoções. A Avaliação da espasticidade fundamenta-se nos dados de história e no exame físico ressaltando-se a ocorrência de fatores
desencadeantes e agravantes e nas possíveis complicações de sua ocorrência. O tratamento fundamenta-se na remoção das possíveis causas da lesão neurológica e na eliminação de
fatores desencadeantes das crises de espasticidade, incluindo as escaras, os processos inflamatórios e dor. Os procedimentos de medicina física são importantes para a reabilitação, prevenção de complicações e melhora da função motora. Dentre os medicamentos miorrelaxantes destacando-se o baclofeno e o diazepam. Os procedimentos neurocirúrgicos funcionais ablativos, ou seja, as neurotomias super-seletivas, a rizotomia super-seletiva, a lesão do trato de Lissauer e do corno posterior da medula espinal e as mielotomias são indicadas em casos de ausência de melhora com procedimentos conservadores. A infusão de fármacos miorrelaxantes no compartimento liquórico é opção interessante especialmente no doente em que a atividade motora é útil.