Nossa culinária, nosso patrimônio

narrativas e registros de estudantes de Gastronomia sobre comida e memória social

Autores

  • Ana Paula Benetti Machado Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Éder da Silva Silveira Universidade de Santa Cruz do Sul

Palavras-chave:

História da alimentação - estudo e ensino, Memória social, Patrimônio cultural imaterial, Experiências de formação, Recursos audiovisuais

Resumo

Esta discussão emerge como atividade final do curso de pós-graduação especialização em História da Alimentação e Patrimônio Cultural, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no Rio Grande do Sul. Nesta lógica, o tema proposto deste estudo tem como pano de fundo o projeto Nossa culinária, nosso patrimônio, desenvolvido na disciplina de História da Alimentação: cultura e sociedade, do Curso Superior Tecnológico de Gastronomia, da mesma universidade. O projeto, desenvolvido desde o ano de 2015, possui como um de seus objetivos proporcionar aos estudantes a compreensão do alimento como categoria histórica e sua relação com o patrimônio imaterial e com a memória social de seus municípios de origem. Para tanto, após o estudo teórico, os alunos são instigados a identificar e pesquisar sobre uma prática gastronômica da Região do Vale do Rio Pardo (RS), relacionando-a com conteúdos relativos aos bens culturais, ao patrimônio cultural imaterial, à comida enquanto cultura e seus aspectos simbólicos, afetivos e identitários. Além disso, como materialização desta pesquisa, os discentes são convidados a planejar e elaborar uma produção audiovisual, com envolvimento na organização de roteiros, definição de quais os caminhos metodológicos a seguir, assim como atividades de seleção e edição de som e imagem. A escolha desse projeto como tema de estudo se deu pelo propósito em descrever e analisar algumas práticas culturais gastronômicas da Região do Vale do Rio Pardo, identificadas pelos discentes, em comunidades pesquisadas no projeto, como tendo ou não elementos de patrimônio intangível e/ou como narrativas de memória social. E para compreender como emerge a constituição histórica e de memória coletiva sobre a culinária no Vale do Rio Pardo, a história oral foi eleita como o caminho que viabiliza a escuta dessas comunidades, pois ela possibilita aos sujeitos, muitas vezes invisibilizados no campo da História, compor novos olhares e vozes sobre o que já se conhece. Quanto à análise, esta se baseou em elementos da categorização na pesquisa qualitativa, inspirada na perspectiva da análise textual discursiva. E, a partir disso, também se verificou se o projeto possibilitou aos estudantes experiências de formação para a compreensão e construção dos conceitos de comensalidade, de memória social e de patrimônio cultural imaterial no âmbito da alimentação. Para isso, como fonte, foram usadas duas produções elaboradas pelos alunos e, assim, também se abriu o espaço para a reflexão sobre os modos de preservação dos patrimônios gastronômicos e saberes locais, analisando as potencialidades das fontes audiovisuais na pesquisa em história da alimentação. Nesse sentido, os audiovisuais, além de propiciarem contribuições para a ilustração de conteúdos da história da alimentação, podem viabilizar a preservação e a divulgação de saberes e fazeres gastronômicos, assumindo a condição de dispositivos de salvaguarda do patrimônio intangível e das narrativas de memória social e identidade.

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Biografia do Autor

  • Ana Paula Benetti Machado, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Mestranda em Educação na Universidade de Santa Cruz do Sul, bolsista Capes/Prosuc Modalidade II.

  • Éder da Silva Silveira, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Doutor em História, professor titular na Universidade de Santa Cruz do Sul.

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

Nossa culinária, nosso patrimônio: narrativas e registros de estudantes de Gastronomia sobre comida e memória social. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 194-195. https://www.revistas.usp.br/revistaingesta/article/view/164646