Os desafios dos produtores e comerciantes de orgânicos no Mercado Kinjo Yamato de São Paulo

Autores

  • Rafael Reckziegel de Lucena Centro Universitário Senac São Paulo
  • Paulo Donizete Centro Universitário Senac São Paulo
  • Henrique Ianaze Centro Universitário Senac São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p221-222

Palavras-chave:

Produtores orgânicos, Agricultura sustentável, Pacote tecnológico na agricultura, Cinturão verde

Resumo

A agricultura surgiu há mais de dez mil anos, conforme Ernesto Paterniani, em sua obra Agricultura sustentável nos trópicos (2001). Ela foi uma das ferramentas mais importantes para a obtenção regular de alimentos e, consequentemente, para o combate à fome. Chegamos à metade do século XX ainda com problemas de fome no mundo. No período pós-Segunda Guerra Mundial, a fome se agravou ainda mais e justificou o início do chamado Pacote Tecnológico da Agricultura. Apesar da melhoria de produtividade, tal modelo tem sido contestado por causar danos ao meio ambiente e à saúde da população. José Lutzenber em seu artigo “O absurdo da agricultura” (2001) já alertava para os riscos do uso intensivo de agrotóxicos e da monocultura. A agricultura sustentável ressurge, então, como uma alternativa capaz de oferecer alimentos saudáveis e com minimização de impactos ambientais. A engenheira agrônoma Ana Maria Primavese, em seu artigo “Revisão do conceito de agricultura orgânica: conservação do solo e seu efeito sobre a água” (2003), apresenta os benefícios e as vantagens de uma agricultura agroecológica. Esta pesquisa propõe a elaboração de um estudo de caso utilizando a metodologia de pesquisa exploratória, apoiada na pesquisa de campo realizada no Mercado Municipal paulistano Kinjo Yamato, objetivando entender, perante os produtores de orgânicos e comerciantes, integrantes do cinturão verde de São Paulo, suas características, conexões e principais dificuldades em escoamento e venda de produção. Nesse mercado encontram-se apenas quatro bancas, mas que estão nessa região há mais de 20 anos e enfrentam muitas dificuldades desde as alterações na localização, comercialização da produção e até mesmo incertezas sobre a possibilidade de continuidade em função de processos licitatórios de responsabilidade da Prefeitura Municipal. No Brasil, a defesa de um modelo de agricultora ecológica e sustentável vem sendo feita desde a década de 1970 por pesquisadores como José Lutzenberger e Ana Maria Primavese, que por sua atuação denunciavam a agricultura baseada no uso de agrotóxicos que levariam ao esgotamento dos solos, poluição de mananciais hídricos e extinção de animais. Ainda assim, o consumo de agrotóxicos não para de crescer. Entre 2000 e 2017, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis apontou que o Brasil aumentou em 135% o uso de agrotóxicos. A agricultura orgânica é uma alternativa para equilibrar os absurdos da agricultura química. É neste contexto que assume importância conhecer a realidade dos produtores de orgânicos e contribuir para entender os entraves ao seu desenvolvimento. Nessa pesquisa exploratória, procuraremos compreender as dificuldades encontradas pelos produtores na comercialização de seus produtos no Mercado Kinjo. E assim contribuir para que também a gastronomia seja um elemento de apoio a agricultores agroecológicos, visando à sustentabilidade dos produtores e à saúde da população.

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Biografia do Autor

  • Rafael Reckziegel de Lucena, Centro Universitário Senac São Paulo

    Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pós-graduando em Gastronomia – Cozinha Brasileira no Centro Universitário Senac, em São Paulo.

  • Paulo Donizete, Centro Universitário Senac São Paulo

    Pós-graduando em Gastronomia – Cozinha Brasileira no Centro Universitário Senac, em São Paulo.

  • Henrique Ianaze, Centro Universitário Senac São Paulo

    Pós-graduando em Gastronomia – Cozinha Brasileira no Centro Universitário Senac, em São Paulo.

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Publicado

2019-12-01

Como Citar

Os desafios dos produtores e comerciantes de orgânicos no Mercado Kinjo Yamato de São Paulo. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 221-222. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p221-222