Ciências Humanas: O que são, para que servem

Autores

  • Osvaldo Coggiola Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2020.173539

Palavras-chave:

Ciências do homem, Trabalho abstrato, Dialética materialista, Unidade do conhecimento

Resumo

As ciências do homem surgem no interior do processo de evolução econômica do capitalismo. A ideia de homem que constitui seu objeto provém da elaboração abstrata do conceito de trabalho em suas dimensões sociais e históricas. A crescente divisão social do trabalho, aliada à valorização das técnicas, conduziu à especialização crescente do trabalho científico que também afetou as ciências humanas. Isso se manifestou como processo de fragmentação do conhecimento que o segmenta profundamente da realidade e de si mesmo. Daí a necessidade de relativizar a divisão das ciências em exatas e humanas e a atualidade de recuperar a dialética materialista como uma perspectiva de unificação dos conhecimentos. Surgida como teoria no bojo da revolução cientifica associada ao desenvolvimento do capitalismo, ela contudo se apresentou como uma nova síntese superadora que, no mesmo momento em que se desenvolvia a fragmentação das ciências, propunha a unidade da ciência em nova base.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Osvaldo Coggiola, Universidade de São Paulo

    Graduado em Economia Política e História na Université Paris VIII (1979). É doutor em História Comparada das Sociedades Contemporâneas pela École des Hautes Études emSciences Sociales (1983). Atualmente professor titular da Universidade de São Paulo na área de História Contemporânea. Atua principalmente nos seguintes temas: marxismo, América Latina, movimento operário, capitalismo e socialismo.

Referências

BABINI, José. El Saber en la Historia. Buenos Aires, CEAL, 1971.

BARNES, Barry. T.S. Kuhn and Social Sciences. Londres, Macmillan Press, 1982.

BELL, Daniel. Las Ciências Sociales desde la Segunda Guerra Mundial. Madri, Alianza, 1982,.

CERRONI, Umberto. Introducción a la Ciencia de la Sociedad. Barcelona, Crítica, 1978.

CHADWICK, Owen. The Secularization of the European Mind in the 19th Century. Nova York/Melbourne, Cambridge University Press, 1993.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994.

COGGIOLA, Osvaldo. Biotecnologia, capitalismo e fascismo. In: Universidade e Ciência na Crise Global. São Paulo, Xamã-Pulsar, 2001

CROSBY, Alfred. W. . A Mensuração da Realidade. A quantificação e a sociedade ocidental 1250-1600. São Paulo, Unesp-Cambridge University Press, 1999.

DUMAS, Jean-Louis. Histoire de la Pensée. Vol. 3. Les temps modernes. Paris, Tallandier, 1990, p. 461.

DUMONT, Fernand. La Dialéctica del Objeto Económico. Barcelona, Península, 1972.

FONTANA, Josep. La nueva historia económica. In: Historia: Análisis del Pasado y Proyecto Social. Barcelona, Grijalbo-Crítica, 1972.

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. Uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo, Martins Fontes, 1981.

FOUCAULT, Michel. Histoire de la Folie à l’Âge Classique. Paris, Gallimard, 1977.

FOUGEYROLLAS, Pierre. Sciences Sociales et Marxisme. Paris, Payot, 1979.

FOUGEYROLLAS, Pierre. L’Obscurantisme Contemporain. Lacan, Lévi-Strauss, Althusser. Paris, SPAG-Papyrus, 1983.

FREUND, Julian. Sociologia di Max Weber. Introduzione al “Marx della borghesia”. Milão, Alberto Mondadori, 1968.

FRIEDMANN, Georges.(1936) La Crisis del Progreso. Esbozo de historia de las ideas (1895-1935). Barcelona, Laia, 1977.

GOLDMAN, Lucien. Las Ciências Humanas y la Filosofia. Buenos Aires, Nueva Visión, 1967.

HAVEMANN, Robert. Dialética sem Dogma. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.

HAWTHORN, Geoffrey. Iluminismo e Desespero. Uma história da sociologia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982.

HEISENBERG, Werner. Physique et Philosophie. Paris, Albin Michel, 1971.

HOLTON, Gerald. La Imaginación Científica. México, FCE, 1985

HOLZ, Hans Heinz. Marx, la Storia, la Dialettica. Nàpoli, La Città del Sole, 1996.

KEDROV, B. M. Kedróv. Clasificación de las Ciencias. Moscou, Progresso, 1976, 2 v.

KOURGANOFF, Vladimir. La Investigación Científica. Buenos Aires, EUDEBA, 1959, p. 22.

LACOSTE, Yves. El nacimiento del Tercer Mundo: Ibn Jaldun. Barcelona, Península, 1971.

LEAF, Murray. Uma História da Antropologia. Rio de Janeiro/São Paulo, Zahar/Edusp, 1981.

MALEK, Anouar Abdel. Ibn Khaldun, fundador da ciência histórica e da sociologia. In: CHATELET, François (ed.). História da filosofia. Vol. 2: A filosofia medieval. Rio de Janeiro, Zahar, 1983.

MANNO, Abrogio Giacomo. A Filosofia da Matemática. Lisboa, Edições 70, s.d.p., p. 117.

MARX, Karl. Fundamentos de la Crítica de la Economía Politica 1857-1858 (Grundrisse). Buenos Aires, Siglo XXI, 1973.

MARX, Karl. O Capital. Vol. 1, Livro I. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966, p. 425.

MARX, Karl.Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1843) São Paulo, Boitempo, 2005.

MAURO, Fréderic. Para uma classificação das ciências humanas. In: Do Brasil à América. São Paulo, Perspectiva, 1975, p. 45).

MC NALLY, David. Língua, história e luta de classe. In: Ellen M. Wood e John B. Foster. Em Defesa da História. Marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro, Zahar, 1999.

MEDAWAR, Peter. The Limits of Science. Oxford, Oxford University Press, 1989.

MEEK, Ronald L.. Los Orígenes de la Ciencia Social. El desarrollo de la teoría de los cuatro estadios. Madri, Siglo XXI, 1971, p. 1.

MERCIER, Paul. História de la Antropologia. Barcelona, Península, 1989.

MONDOLFO, Rodolfo. Verum Factum. Desde antes de Vico hasta Marx. Buenos Aires, Siglo XXI, 1971, p. 9.

MONDOLFO, Rodolfo. La Comprensione del Soggetto Umano nell’Antichità Clássica. Firenze, 1967.

PATY, Michel. Ciência, filosofia e sociedade. In: Osvaldo Coggiola. A Revolução Francesa e seu Impacto na América Latina. São Paulo, Edusp-CNPq, 1990, p. 95.

PIAGET, Piaget. A Situação das Ciências do Homem no Sistema das Ciências. Amadora, Bertrand, 1971.

POMAR, Pedro E. da Rocha. Verbas para humanas caem, enquanto biológicas recebem mais. Revista Adusp, São Paulo, setembro 2002.

ROMERO, José Luis. La Cultura Occidental. Buenos Aires, Legasa, 1986.

ROSENTHAL-IUDIN. Diccionário Filosófico. Buenos Aires, Universo, 1967.

ROSSI, Paolo. Os Filósofos e as Máquinas 1400-1700, São Paulo, Companhia das Letras, 1989.

ROSTAND, Jean. Introducción a la Historia de la Biología. Barcelona, Planeta-De Agostini, 1985, III).

RUBIN, Isaak Illich. A Teoria Marxista do Valor. São Paulo, Brasiliense, 1980, p. 160.

RUSS, Jacqueline. La Marche des Idées Contemporaines. Un panorama de la modernité. Paris, Armand Colin, 1994.

SCHMIDT, Alfred . El Concepto de Naturaleza en Marx. México, Siglo XXI, 1976.

SKINNER, Quentin (ed.). The Return of the Grand Theory in the Human Science. Nova York/Melbourne, Cambridge University Press, 1994.

SOKAL, Allan; BRICMONT, Jean. Imposturas Intelectuais. São Paulo: Record, 1999.

SOLOMON, Jean-Jacques. Ciencia y Política. México, Siglo XXI, 1974.

TOSEL, André. La elaboración de la filosofía marxista por Engels e Lenin. In: BELEVAL, Yves. Las Filosofias Nacionales. Siglos XIX e XX. México, Siglo XXI, 1986.

THOM, René. Ideias Contemporâneas. São Paulo, Ática.

VATIN, François. Le Travail. Economie et physique 1780-1830. Paris, PUF, 1993.

VIET, Jean. Los Métodos Estructuralistas en las Ciencias Sociales. Buenos Aires, Amorrortu, 1970.

VENTURI, Franco. Los Orígenes de la Enciclopedia. Barcelona, Crítica, 1980.

WEISHEIPL, James A.. La Teoría Física en la Edad Media. Buenos Aires, Columba, 1967.

WILSON, Edmond O.. Sociobiology: The New Synthesis. Cambridge, Harvard University Press, 1975

Downloads

Publicado

2020-08-23

Edição

Seção

Artigos