Hostis humani generis: métamorphoses d’un concept jusqu’au contexte révolutionnaire

Autores

  • Marta Nunes da Costa Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2021.188727

Palavras-chave:

Carl Schmitt, Hostis humani generis, República, Robespierre, Terror

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender como se construiu o projeto republicano, tendo a distinção amigo/inimigo no centro dos seus discursos e práticas. O artigo tem três momentos: primeiro, regresso às origens do conceito de hostis humani generis. Depois, analiso como este conceito aparece na história da filosofia política, primeiro com Bodin e sua definição de república, mais tarde com Locke que contribuindo para a consolidação da tradição do contrato social, cria, na descrição do estado de natureza, estado de guerra e estado civil, uma nova forma de entender a relação entre política e moral com a introdução do conceito de humanidade. No terceiro momento mostro como esta mutação opera na época da Revolução Francesa, sobretudo no período do Terror e do Grande Terror, e como isso se traduz na outra face da República. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marta Nunes da Costa, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

    Possui doutorado em Filosofia e Ciência Política - New School for Social Research (2006) com uma tese intitulada Redefining Individuality - Reflections on Kant, Adorno and Foucault. A sua tese foi publicada em 2011 pela Húmus Editora (Portugal). As suas áreas de especialização são Ética, Teoria e Filosofia Política, Teorias da democracia, filosofia moderna e filosofia contemporânea. É professora adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde ministra aulas de graduação do curso de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Sociais.

Referências

ARENDT, H. Entre o Passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2016.

BODIN, J. Les Six Livres de la République - un abrégé du texte de l’édition de Paris de 1583. Édition et présentation de Gérard Mairet, Paris,:Librairie générale française, 1993.

DERRIDA, J. "Autoimmunity: Real and Symbolic Suicides", entretien avec Giovanna Borradori. Philosophy in a Time of Terror: Dialogues with Jürgen Habermas and Jacques Derrida. Chicago,:Chicago University Press, 2003, p.105.

GREENE, J. Hostis Humani Generis. Critical Inquiry, 34, no. 4 (Summer 2008), pp. 683-705

EDELSTEIN, D. The Terror of Natural Right - Republicanism, the Cult of Nature & the French Revolution. Chicago: Chicago University Press, 2009.

HOBBES, T. (1651). Leviathan. São Paulo, Pensadores, 1979.

LOCKE, J. Traité du gouvernement civil. Paris: Flammarion, 1999.

LUBAN, D. The Enemy of All Humanity. Netherlands Journal of Legal Philosophy, 2, 2018, pp.112-137

MALTHIEZ, A. La dictature économique du Comité de Salut public. Annales révolutionnaires, T.15, n.6 (Novembre-Décembre 1923), pp.457-481

MAQUIAVEL, N. Le Prince. Paris: Folio, 2007.

MAZEAU, G. Scripting the French Revolution, Inventing the Terror: Marat’s Assassination and its Interpretations. Scripting Revolution, K. Baker et D. Edelstein Ed., Stanford, Stanford University Press, 2015.

RECH, W. Enemies of Mankind: Vattel’s Theory of Collective Security. Leiden-Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 2013.

ROBESPIERRE, M. The Project Gutenberg EBook of Discours par Maximilien Robespierre -- 17 Avril 1792-27 Juillet 1794, en ligne le 1er septembre 2009, consulté le 10 mai 2020. URL: https://www.gutenberg.org/files/29887/29887-h/29887-h.htm#17931225

SAINT-JUST, A. Discours sur le Jugement de Louis XVI, prononcé à la convention nationale le 13 novembre 1792 : https://www.antoine-saint-just.fr/textes/13-11-92.html acesso 23 julho 2020.

SCHILLINGS, S. Enemies of All Mankind - Fictions of Legitimate Violence, Hanover: Dartmouth College Press, 2017.

SCHMITT, C. O Conceito do Político. Lisboa: Edições 70, 2015.

SERNA, P. Que s’est-il dit à la Convention les 15, 16 et 17 pluviôse an II ? Ou lorsque la naissance de la citoyenneté universelle provoque l’invention du « crime de lèse-humanité. La Révolution française [En ligne], 7 | 2014, mis en ligne le 03 février 2015, URL : http://journals.openedition.org/lrf/1208 ; DOI : https://doi.org/10.4000/lrf.1208. acesso a 20 de março de 2020.

SERNA, P., Barère, penseur et acteur d'un premier opportunisme républicain face au directoire exécutif. Annales historiques de la Révolution française [En ligne], 332 | avril-juin 2003, mis en ligne le 22 avril 2008. URL : http://journals.openedition.org/ahrf/828 ; DOI : 10.4000/ ahrf.828 . Acesso a 20 de abril de 2020.

SIMONIN, A. Le déshonneur dans la république, une histoire d l’indignité 1791-1958, Paris: Grasset, 2008.

WAHNICH, S. L'étranger dans la lutte des factions. Mots, n°16, mars 1988. Numéro spécial. Langages. Langue de la Révolution française. pp. 111-130.

DE WILDE, M., Enemy of All Humanity: The Dehumanizing Effects of a Dangerous Concept. Netherlands Journal of Legal Philosophy 2, 2018, pp.158-175

Downloads

Publicado

2021-08-14

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Hostis humani generis: métamorphoses d’un concept jusqu’au contexte révolutionnaire. (2021). Intelligere, 11, 1-21. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2021.188727