Soluções baseadas na natureza: quadro da ocupação da cidade de São Paulo por células de biorretenção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-2275.labverde.2021.189292

Palavras-chave:

Soluções baseadas na Natureza, Célula de biorretenção, Jardim de chuva, Zoneamento ambiental, Adaptação

Resumo

O planejamento da paisagem urbana para aplicação sistêmica de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) difere do planejamento urbano convencional ao valorizar a conservação da biodiversidade existente, junto a gerir o crescimento das cidades e aumentar a provisão de Serviços Ecossistêmicos (SE). Neste contexto, tem-se observado na cidade de São Paulo, através do incentivo de poderes públicos locais, a implantação de células de biorretenção como jardins de chuva, canteiros pluviais e biovaletas, tipos de SbN, que promovem uma gama de SE e contribuem principalmente à melhoria da qualidade das águas do escoamento superficial urbanas. Estas pequenas intervenções que rompem concreto e criam espaços permeáveis no tecido urbano produzem benefícios notáveis, mas precisam de atenção técnica de forma a garantir seu bom desempenho a longo prazo. Para que uma rede de infraestrutura verde urbana voltada à gestão de águas pluviais seja efetiva, é necessário criar espaços interconectados, incorporar sistemas de abatimento da poluição difusa, além de adotar tecnologias que apoiem os sistemas de macrodrenagem. Este artigo traz o quadro atualizado da implantação de células de biorretenção na cidade de São Paulo, destacando seus benefícios e trazendo uma visão crítica de sua aplicação corrente. Discute-se seu projeto, como seus fatores estruturais e cálculos básicos para parâmetros geométricos, planejamento e considerações geográficas, monitoramento e manutenção, incluindo aspectos participativos de planejamento destas estruturas. Desta forma, o artigo mapeia o que tem sido feito e o que é necessário melhorar para possibilitar a aplicação efetiva de células de biorretenção, de forma a tornar estas SbN reconhecidamente parte do arcabouço de tecnologias correntes para drenagem pluvial urbana em São Paulo.

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Biografia do Autor

  • Maria Cristina Santana Pereira, Universidade de São Paulo. Escola Politécnica

    Engenheira Ambiental, Mestra em Recursos Hídricos, Doutoranda em Recursos Hídricos na Escola Politécnica da USP, São Paulo, SP.

  • Lucas Gobatti, Universidade de São Paulo. Escola Politécnica

    Engenheiro Civil e Arquiteto pelo programa POLI/FAU, Mestrando em Inovação na Construção Civil na Escola Politécnica da USP, São Paulo, SP. 

  • Mariana Corrêa Soares, Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteta graduada em 2004, Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, São Paulo, SP. 

  • Brenda Chaves Coelho Leite, Universidade de São Paulo. Escola Politécnica

    Professora doutora do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, São Paulo, SP. 

  • José Rodolfo Scarati Martins, Universidade de São Paulo. Escola Politécnica

    Professor associado do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP, São Paulo, SP. 

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Publicado

2021-12-14

Como Citar

Soluções baseadas na natureza: quadro da ocupação da cidade de São Paulo por células de biorretenção. (2021). Revista LABVERDE, 11(1), 95-120. https://doi.org/10.11606/issn.2179-2275.labverde.2021.189292