OCULTOS E NÃO MAPEADOS: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE OS CÓRREGOS DO MANDAQUI

Autores

  • Ramón Stock Bonzi

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-2275.v0i12p13-40

Palavras-chave:

mapeamento de córregos urbanos, córregos ocultos, hidrografia urbana, córregos não mapeados, sobreposição de mapas

Resumo

Em seu crescimento, a cidade de São Paulo enterrou parte considerável de seus rios e córregos. Ainda que tenha sido investido muito capital nessa operação e que os cursos d´água transformados tenham ganhado status de infraestrutura urbana, não foi feito o registro sistemático de suas características e localizações. O resultado é que até muito recentemente era extremamente difícil saber a localização desses córregos ocultos, o que gerou conflitos e situações potencialmente perigosas. Nos últimos anos, políticas públicas e leis desencadearam a produção de um mapeamento sistemático e detalhado da hidrografia paulistana. A que pese a excelência dos profissionais envolvidos com esse levantamento, observa-se que que a rede hídrica paulistana está representada de maneira incompleta. Este artigo pretende colaborar com o seu refinamento, apresentando e discutindo técnicas utilizadas por pesquisadores para identificar córregos ocultos. Como estudo de caso, foi selecionada a bacia hidrográfica do córrego Mandaqui, na zona norte da cidade. Constata-se que os métodos são diferentes daqueles utilizados no mapeamento oficial, mas não antagonizam entre si. Conclui-se que tais procedimentos são úteis em estudos que exigem um maior detalhamento da hidrografia urbana e sugere-se que sejam utilizados no mapeamento oficial, sobretudo quando não estiver disponível do cadastro de drenagem da prefeitura.

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Biografia do Autor

  • Ramón Stock Bonzi
    Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, na área de concentração Paisagem e Ambiente. Especialista em Meio Ambiente e Sociedade (FESPSP) e em Arquitetura da Paisagem (SENAC).

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Publicado

2016-10-11

Como Citar

OCULTOS E NÃO MAPEADOS: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE OS CÓRREGOS DO MANDAQUI. (2016). Revista LABVERDE, 12, 13-40. https://doi.org/10.11606/issn.2179-2275.v0i12p13-40