Cor-tempo, imagem-movimento

Autores

  • Lenice Barbosa Institut de Recherche sur le Cinéma et l’Audiovisuel

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-4077.v2i3p80-123

Palavras-chave:

Cor, Preto e branco, Espectatorialidade

Resumo

No cinema clássico do início do século vinte, algumas análises consideravam as misturas entre preto-e-branco e cor como espaços ou significações simbólicos, da ordem da realidade, da pintura, do sonho ou do imaginário. Nos anos que se seguiram, as cores foram intencionalmente trabalhadas por certos diretores como elementos dinâmicos e “temas” semânticos (especialmente por Eisenstein) ou como reveladores de sentimento (em Antonioni e Kurosawa, por exemplo). Se recuássemos ou avançássemos essa análise no curso do tempo, logo nos daríamos conta de que o jogo entre as cores sempre foi empregado no cinema com o objetivo de incitar o espectador a sair de seu papel passivo de simples assistência. Mas os efeitos-cor, que existem no momento das projeções dos planos que citaremos aqui, na maior parte do tempo não têm “pretensão” simbólica. Por vezes, poderíamos até supor que eles estão lá apenas para “sacudir” ou “incomodar” aquele que lhes assiste, para enviá-lo a um meio sensível e convidá-lo ao desprendimento do olhar. Este desprendimento torna possível uma inversão que revela seu pertencimento ao visível, assim como o apagamento do limite entre o visível e o vidente.

Biografia do Autor

  • Lenice Barbosa, Institut de Recherche sur le Cinéma et l’Audiovisuel

    Pesquisadora e doutora em cinema pela École Doctorale Arts & Médias – Paris III-Sorbonne Nouvelle (ASSIC – EA 185 – Institut de Recherche sur le Cinéma et l’Audiovisuel).

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Publicado

2013-02-11

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Edição

Seção

Artigos