Irmãs em conflito: música e texto em Elektra (1909) de Richard Strauss

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v20i2.169716

Palavras-chave:

Richard Strauss, Elektra, Música e Texto, Leitmotif Perspectival, Chrysothemis

Resumo

Este artigo analisa a primeira conversa de Chrysothemis com sua irmã (“Elektra!/Ich kann nicht sitzen und ins Dunkel starren”), na ópera Elektra (1909) de Richard Strauss e Hugo von Hofmannsthal. O artigo identifica uma tensão entre música e texto na caracterização da personagem Chrysothemis: enquanto o texto de Hofmannsthal tende a aproximar as irmãs ao utilizar imagens que aludem à herança familiar comum a ambas, a música de Strauss – por meio de mudanças de estilo e desenvolvimento harmônico-melódico – apresenta as irmãs em polos diametralmente opostos diante da tragédia familiar. O artigo também investiga a ontologia dos leitmotifs de Klytämnestra, cuja utilização perspectival diagnostica uma desigualdade de poder entre Elektra e Chrysothemis em relação à orquestra.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • David Gomiero Molina, Universidade de Chicago

    Nascido no Brasil, David G. Molina é Joint Ph.D. no Comitê de Pensamento Social e no Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Chicago. Sua pesquisa é dedicada principalmente ao Cinema Russo e Soviético; Andrei Bely e a poesia russa da Idade da Prata; polinização cruzada artística na Rússia (literatura e música, cinema e artes visuais); alusão e intertextualidade; e a teoria e prática da tradução literária. Tendo recebido um M.A. em Filosofia pela Universidade de Chicago em 2017, Molina também trabalha em paralelos promissores entre a filosofia continental e a arte russa. Sua dissertação se envolve em uma leitura inspirada em Hegel da obra de Kira Muratova com um olhar para a maneira como seu trabalho lança luz sobre as falhas do conhecimento intersubjetivo entre sujeitos autoconscientes.

Referências

ABBATE, Carolyn. “Elektra’s Voice: Music and Language in Elektra” in Richard Strauss: Elektra, ed. Derrick Puffett. Cambridge: Cambridge University Press, 1989, p. 107-27.

ADORNO, Theodor W. “Musik, Sprache, und ihr Verhältnis im gegenwärtigen Komponieren.” Jahresing, Stuttgart, 1956, p. 56-57.

BAYERLEIN, Sonja. Die Drei Frauengestalten in der Opera Elektra. Tutzing: Hans Schneider, 1996.

BONNELLIER, Rosaline. “Le poète et l’opéra : à propos d’Elektra, tragédie en un acte d’Hugo von Hofmannsthal, musique de Richard Strauss (1909) », L’Esprit du temps, vol 129, no. 4, 2014, p. 159-170.

CHESSICK, Richard. “On the Unique Impact of Richard Strauss’ Elektra.” American Journal of Psychotherapy, Vol. XLII, no. 4, 1988, p. 585-596.

CRAFT, Robert. Current Convictions. New York: Alfred A. Knopf, 1977.

DAHLHAUS, Carl. Die Musik der 19. Jahrhunderts. Wiesbaden: Akademische Verllagsgesellschaft Athenaion, 1980, p. 291-293.

DEL MAR, Norman. Richard Strauss: A Critical Commentary on his Life and Works: Volume One. Ithaca: Cornell University Press, 1962.

KIVY, Peter. “Musical Morality.” In Antithetical Arts: On the Ancient Quarrel between Literature and Music, 215-34. Oxford: Oxford University Press, 2009.

KRAMER, Lawrence. “Fin-de-siècle Fantasies: Elektra, Degeneration and Sexual Science.” Cambridge Opera Journal, Vol. 5, No. 2, 1993, p. 141-165.

PUFFET, Kathryn Bailey. Derrick Puffet on Music. New York: Routledge, 2001.

PUFFETT, Derrick. “The Music of Elektra: Some Preliminary Thoughts” in Richard Strauss: Elektra. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.

STRAUSS, Richard. Elektra. New York: Dover Publications, 1991, comp. 1906-8.

TARUSKIN, Richard. “The Danger of Music and the Case for Control.” In The Danger of Music and Other Anti-Utopian Essays, 168-180. Berkeley: University of California Press, 2008.

WIKSHALAND, Stale. “Elektra’s Oceanic Time: Voice and Identity in Richard Strauss.” 19th-Century Music, vol. 31, no.2, 2007 p. 164-174.

Downloads

Publicado

2020-12-20

Como Citar

Irmãs em conflito: música e texto em Elektra (1909) de Richard Strauss. (2020). Revista Música, 20(2), 99-118. https://doi.org/10.11606/rm.v20i2.169716