A Flauta doce em Portinari: uma mirada complexa

Autores

  • Luciana Rodrigues Gifoni Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v22i2.203950

Palavras-chave:

Flauta doce, Representação, Candido Portinari, Retrato de João Candido, Musicologia e Estudos Visuais

Resumo

O olhar acerca da temática musical representada nas artes visuais pode contribuir com novas abordagens para se pensar a música e suas práticas culturais. Este artigo ressalta a problemática da flauta doce no século XX enquanto um objeto histórico, simbólico e cultural, a partir da análise de sua representação no Retrato de João Candido, obra de 1943 do pintor Candido Portinari (1903-1962) em que ele retrata seu filho de 04 anos soprando uma flauta doce, com trajes de arlequim. Que sentidos são construídos com a presença deste instrumento musical na obra? Como compreender a flauta doce representada nas mãos da criança frente ao contexto da ausência de sua prática no Brasil na primeira metade do século XX? A discussão dessas questões busca tecer uma aproximação entre os estudos musicológicos sobre o ressurgimento da prática de flauta doce no século XX e uma investigação sobre as características intrínsecas do retrato de Portinari à luz dos contextos profissional e pessoal do artista. As hipóteses são elaboradas e confrontadas a partir de dois caminhos: da existência ou não do instrumento na vida familiar dos Portinari. Como referências principais, a pesquisa se baseia em Josep Català (2005) e Roland Barthes (1984) para a análise da imagem; Patrícia Aguilar (2017) e Robert Ehrlich (2021) para a contextualização da flauta doce; Annateresa Fabris (1990) para a obra de Portinari. As fontes documentais foram obtidas através do acervo do Projeto Portinari (2018).

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Publicado

2022-12-22

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Artigos

Como Citar

A Flauta doce em Portinari: uma mirada complexa. (2022). Revista Música, 22(2), 1-30. https://doi.org/10.11606/rm.v22i2.203950