Interfaces entre Arqueologia, Museologia e Educação: a experiência do CEOM/Unochapecó em relação ao patrimônio arqueológico do Oeste Catarinense
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.188235Palavras-chave:
Museu, Patrimônio arqueológico, Comunicação museológica, Curadoria, MuseologiaResumo
O artigo apresenta a trajetória do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM), espaço de pesquisa, salvaguarda e difusão do patrimônio arqueológico regional. Criado e mantido pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), com sede na cidade de Chapecó, estado de Santa Catarina. Iniciamos com o histórico da atuação do CEOM, desde sua criação, nos anos 1980, até os dias atuais, enfatizando a consolidação do Núcleo de Pesquisa Arqueológica e do Setor Educativo. Abordamos a expansão das atividades de pesquisa, comunicação, ação educativa e destacamos a importância das parcerias e de uma equipe especializada e diversificada para dar conta dos objetivos do Centro. As fontes utilizadas foram os documentos e projetos realizados ao longo de suas três décadas de atuação. Os principais desafios identificados foram a busca por recursos financeiros para a realização e manutenção das ações de pesquisa, documentação, conservação e comunicação do acervo, e a definição de um espaço físico próprio para a realização das suas atividades. Por outro lado, a partir da análise, ficou evidente a importância de instituições como o CEOM, as quais mantêm atividades sistemáticas e são consideradas referência pela comunidade em ações de preservação de bens culturais, com destaque, neste trabalho, para os bens de natureza arqueológica. A principal conclusão é que as atividades de pesquisa, salvaguarda e extroversão do conhecimento para a proteção do patrimônio arqueológico são indissociáveis, de longo prazo e requerem continuidade, parceria com a comunidade e associação entre diferentes agentes e instituições para a efetiva consolidação.
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