https://www.revistas.usp.br/revmae/issue/feedRevista do Museu de Arqueologia e Etnologia2023-02-07T11:22:18-03:00Maria Cristina Kormikiarirevistamaeusp@gmail.com Open Journal Systems<p>A <strong>Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia</strong> surgiu em 1991, substituindo três títulos extintos em decorrência da fusão das instituições ligadas à pesquisa nas áreas de Arqueologia e Etnologia: <strong>Revista Dédalo</strong>, <strong>Revista de Pré-História</strong> e <strong>Revista do Museu Paulista</strong>. É um periódico acadêmico destinado à publicação de trabalhos sobre Arqueologia, Etnologia e Museologia. Em 2016 a revista torna-se eletrônica, semestral e todos os números impressos foram digitalizados e disponibilizados em acesso aberto pelo <strong>Portal de Revistas USP</strong>.</p>https://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/171232Arqueologia dos gestos na indústria lítica do sítio Colônia Miranda - SE2022-03-30T16:05:02-03:00Janaína Patrícia Coutinhojanainapatricia@gmail.comPaulo Jobim de Campos Mellopaulojc.mello@gmail.com<p>O presente artigo expõe uma análise da coleção lítica do sítio Colônia Miranda (localizado no município de São Cristóvão, estado de Sergipe) baseando-se principalmente na arqueologia dos gestos. O bem acautelado foi identificado durante as atividades produzidas no projeto de levantamento arqueológico da Bacia do Rio Vaza Barris. Para essa análise foi utilizado uma perspectiva de cunho estrutural, fundamentada na antropologia das técnicas. Dessa maneira o objetivo é averiguar os aspectos tecnológicos dos grupos pretéritos que produziram tais ferramentas na região, aliado aos possíveis gestos utilizados. Tendo assente conceitos como cadeia operatória, homem total e condutas motoras, este trabalho empenhou-se em inferir sobre a relação do gesto e a influência da tradição cultural para a incorporação das técnicas na etapa de produção e funcionamento dos instrumentos</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Janaína Patrícia Coutinho, Paulo Jobim de Campos Mellohttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/162265Interfaces entre Pedologia e Arqueologia: Compreendendo a interdisciplinaridade entre as áreas com base em revisões bibliográficas2020-09-18T11:02:15-03:00Tiago Andrade Campostiago.andrade.campos@usp.br<p>O presente texto pretende servir como instrumento na busca para trazer à tona a importância da interdisciplinaridade nas ciências, mais especificamente, entre a Arqueologia e as Geociências, por meio da Geoarqueologia, uma área que tem se consolidado nas últimas décadas, mas que não é utilizada por grande parte dos pesquisadores em seus trabalhos. Dentro da Geoarqueologia, a Pedologia tem se mostrado de fundamental importância para a determinação de aspectos primordiais em escavações arqueológicas, ao passo que, análises realizadas por arqueólogos também podem servir como mais um meio na construção de novas hipóteses e constatações nos estudos dos solos. Sendo assim, com base em revisões bibliográficas e a realização de estudos mais aprofundados na área da Pedologia, realizados no âmbito do desenvolvimento de disciplinas e trabalhos do curso de Geografia, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), pretende-se traçar um paralelo entre Pedologia e Arqueologia, mostrando as contribuições e interfaces entre ambas. Tal interação entre as ciências tende a auxiliar para que suas constatações e descobertas tornem-se ainda mais completas e fomentem o aprofundamento em discussões que possam ser estabelecidas entre áreas que, apesar de aparentemente serem distintas e distantes, são diretamente interligadas.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Tiago Andrade Camposhttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/186619Paleoambiente do sudeste paulista: contribuições do refúgio Itapeva para uma discussão sobre inserção antrópica e natural2022-04-12T11:50:55-03:00Tatiane de Souzatatiane_sza@yahoo.com.brKarina Chuengkarinachueng@yahoo.com.brCarlos Alberto Rizzicarizzi91@gmail.com<p>A reconstituição do paleoclima do estado de São Paulo é resultado de esforços de pesquisa ao longo dos anos em estudos de palinologia, antracologia e isótopos estáveis. No entanto, em alguns casos, como no sul de São Paulo, os pesquisadores ainda são obrigados a extrapolar dados dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para fins de comparação. Fitólitos e sementes do sítio arqueológico Abrigo de Itapeva foram coletados de sedimentos das unidades de escavação D18 e G6 e analisados. Os resultados das sementes indicam que <em>Ocotea</em> (<em>Lauraceae</em>) está presente nos níveis iniciais, enquanto <em>Syagrus romanzoffiana</em> predomina em todos os outros níveis estratigráficos. A primeira é uma espécie da Mata Atlântica e acompanha a Floresta com Araucárias, enquanto a segunda é uma espécie de palmeira encontrada nas regiões sudeste e sul do Brasil. Os fitólitos apontam para uma mudança do clima mais seco com vegetação campestre para a contribuição de floresta lenhosa nos períodos finais de ocupação do abrigo. A conclusão é que nos níveis estratigráficos de base até o nível sete, datando de 5.510 cal BP a 730 cal BP, ocorrem tipos de vegetação campestre e florestal. Em contrapartida, do nível sete até os níveis superficiais, datados de 730 cal BP a 560 cal BP, proliferam espécies ligadas à Floresta com Araucária e podem indicar a presença de grupos Jê na área de estudo, corroborando estudos que promulgam uma possível antropização das florestas de São Paulo a partir de 1.000 BP.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Tatiane de Souza; Karina Chueng; Carlos Alberto Rizzihttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/194380Paredes que guardam pessoas que guardam paredes. Registro e sentidos de ruínas do tempo do cativeiro.2022-02-27T15:06:16-03:00Camilla Agostinicamilla.rio.br@gmail.com<p>Esse texto propõe pensar o encontro da história oral,da etnografia e do olhar arqueológico sobre ruínas e memórias do tempo do cativeiro. Aborda a confluência de metodologias quando se encontram no campo da pesquisa, se transformando no processo. O objetivo é contribuir com conceitos e caminhos para trabalhos de campo que tenham as coisas de tempos passados como foco de estudo, valorizando a participação de grupos subalternos na História, assim como a participação de pesquisadores em relação a detentores de saberes e memórias sobre esses passados.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Camilla Agostinihttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/204724Apresentação do dossiê Os Museus de Arqueologia e a Arqueologia nos museus: pesquisa, preservação e comunicação2022-11-21T17:19:26-03:00Leilane Patricia de Limaleilaneplima@gmail.com<p>Apresentação do dossiê <em>Os Museus de Arqueologia e a Arqueologia nos museus: pesquisa, preservação e comunicação </em>cujo objetivo principal é reunir artigos que tenham como referência temática as interfaces entre Arqueologia e Museologia, e, por sua vez, as interfaces entre museu, musealização e curadoria de acervos arqueológicos, considerando os museus como instituições culturais complexas e de múltiplas dimensões, que podem ser observadas por diferentes perspectivas. O dossiê é composto por 14 artigos, com abordagens teórico-metodológicas diversas e com uma variedade de estudos de caso e relatos de experiências que, certamente, contribuirão para discutir, e refletir, sobre as relações entre museu, musealização, curadoria e acervo arqueológico. Tais artigos são escritos em quatro idiomas (português, espanhol, inglês e francês) por trinta e seis docentes, investigadores e/ou profissionais de instituições museológicas, localizadas no Brasil, na Argentina, no Peru, nos Estados Unidos, na Grécia e em Portugal.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Leilane Patricia de Limahttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/188235Interfaces entre Arqueologia, Museologia e Educação: a experiência do CEOM/Unochapecó em relação ao patrimônio arqueológico do Oeste Catarinense2022-08-25T13:54:11-03:00Mirian Carboneramirianc@unochapeco.edu.brDenise Adriana Argentadeni.infinitacultura@gmail.comAndré Luiz Ongheroandreo@unochapeco.edu.brAline Bertoncelloalinebert@unochapeco.edu.brJosiane Roza de Oliveirajorozadeoliveira@gmail.com<p>O artigo apresenta a trajetória do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM), espaço de pesquisa, salvaguarda e difusão do patrimônio arqueológico regional. Criado e mantido pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), com sede na cidade de Chapecó, estado de Santa Catarina. Iniciamos com o histórico da atuação do CEOM, desde sua criação, nos anos 1980, até os dias atuais, enfatizando a consolidação do Núcleo de Pesquisa Arqueológica e do Setor Educativo. Abordamos a expansão das atividades de pesquisa, comunicação, ação educativa e destacamos a importância das parcerias e de uma equipe especializada e diversificada para dar conta dos objetivos do Centro. As fontes utilizadas foram os documentos e projetos realizados ao longo de suas três décadas de atuação. Os principais desafios identificados foram a busca por recursos financeiros para a realização e manutenção das ações de pesquisa, documentação, conservação e comunicação do acervo, e a definição de um espaço físico próprio para a realização das suas atividades. Por outro lado, a partir da análise, ficou evidente a importância de instituições como o CEOM, as quais mantêm atividades sistemáticas e são consideradas referência pela comunidade em ações de preservação de bens culturais, com destaque, neste trabalho, para os bens de natureza arqueológica. A principal conclusão é que as atividades de pesquisa, salvaguarda e extroversão do conhecimento para a proteção do patrimônio arqueológico são indissociáveis, de longo prazo e requerem continuidade, parceria com a comunidade e associação entre diferentes agentes e instituições para a efetiva consolidação.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mirian Carbonera, Denise Adriana Argenta, André Luiz Onghero, Aline Bertoncello, Josiane Roza de Oliveirahttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/201489Museos interdisciplinarios: Investigación arqueológica, conservación y comunicación en el santuario arqueológico de Pachacamac2022-10-18T11:41:57-03:00Denise Pozzi-Escotdenisepozziescot@yahoo.esSusana Abadsabad@cultura.gob.pe Rosangela Carriónrcarrion1@cultura.gob.peAngélica Isa-Adaniyaa.isa140@gmail.comSarita Fuentessfuentes@cultura.gob.peCynthia Patazcacpatazca@cultura.gob.peCarmen Rosa Uceda Brignolecuceda@cultura.gob.pe<p><span style="font-weight: 400;">El santuario arqueológico de Pachacamac, ubicado en la ciudad de Lima, es uno de los sitios más representativos de la historia prehispánica y simboliza un momento fundacional de la identidad nacional peruana. El Museo Pachacamac expone una importante colección, producto de las investigaciones arqueológicas en el sitio, que permiten el conocimiento sobre el significado de Pachacamac. Estos bienes atendidos por especialistas son analizados y sujetos a conservación preventiva para su exposición. La metodología para el manejo de las colecciones en el museo considera varias líneas de acción desarrolladas en un contexto de sostenibilidad y uso de la tecnología para la utilización de las colecciones en beneficio de la comunidad. El museo cuenta con un Programa de Desarrollo Comunitario que incluye acciones educativas y de trabajo con la comunidad local, eje prioritario de la actual gestión, ya que permite que los valores del santuario sean socializados y apropiados por la comunidad, para contribuir a su protección. Las labores que desarrolla el museo: investigación arqueológica, conservación preventiva, adecuado manejo de las colecciones, trabajo con la comunidad local, han podido potenciarse con la colaboración interinstitucional de entidades académicas y de cooperación internacional, alianzas que el museo gestiona y constituyen importantes aportes para la generación de conocimiento y preservación de los bienes culturales. El Museo Pachacamac considera importante la difusión de sus acciones y a través de un plan de publicaciones y la utilización de la plataforma digital ha logrado llegar a diversos públicos. Estas metas son posibles de cumplir con el esfuerzo de un equipo multidisciplinario que considera el uso social del patrimonio, primordial para el futuro.</span></p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Denise Pozzi-Escot, Susana Abad, Rosangela Carrión, Angélica Isa-Adaniya, Sarita Fuentes, Cynthia Patazca, Carmen Rosa Uceda Brignolehttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/174676Las colecciones de la división antropología del Museo de La Plata, Argentina2022-02-27T17:55:09-03:00Mariano Carlos Del Papamdelpapa@fcnym.unlp.edu.ar<p>La División Antropología del Museo de Ciencias Naturales de La Plata, posee bajo su guarda institucional, una de las colecciones de restos humanos más amplia de Sudamérica. Su conformación, representó el ideario imperante en las clases dominantes durante las últimas décadas del siglo XIX y principios del siglo XX, y cuyo objetivo era posicionar a ésta entre las instituciones del mundo civilizado. Ninguna de estas acciones podría ser entendidas fuera del marco social y económico que imperó en la república argentina de esa época. La necesidad de ampliar los territorios llevó a la implementación de políticas expansionistas sobre territorios aún no explorados, habitados por poblaciones originarias. De este modo, los vínculos entre los colonizadores y las poblaciones originarias fueron transformándose hacia manifestaciones con mayor grado de violencia, encontrando en la Conquista del Desierto, la expresión más acabada de la coyuntura socio-política reinante. En este contexto, la ciencia cumplió un rol preponderante en varios sentidos, ya que no sólo dio legitimidad a las acciones militares, sino también se sirvió de las mismas con el objetivo de crear grandes colecciones naturalistas y antropológicas. Ciento veinte años después, los reclamos de las comunidades originarias, las acciones de un estado presente ante los mismo y la interpelación de la comunidad científica comenzaron a revertir esta situación mediante diferentes mecanismos cuyos objetivos es la instauración de políticas reparatorias para comunidades originarias. </p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mariano Carlos Del Papahttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/188159Breve biografía de un depósito arqueológico: el D25 (Museo de La Plata, Argentina), 13 años después2022-10-13T15:49:25-03:00Ana Igaretaaigareta@gmail.com<p>El Depósito 25 del Museo de La Plata (Buenos Aires, Argentina) es la reserva arqueológica más grande de la institución fundada a fines del siglo XIX pero históricamente careció de personal fijo encargado de sus colecciones. Ello no solo limitó las posibilidades de consulta y análisis del material sino que generó un progresivo estado de desorden y descuido que impactó en todos los conjuntos. La situación comenzó a modificarse en el año 2008 cuando la designación de una encargada puso en marcha un proyecto integral de acondicionamiento de las instalaciones y de las más de 100.000 piezas que posee en guarda. Se trató de una labor compleja que inició con la limpieza total de la reserva y su contenido por primera vez en medio siglo, continuó con un trabajo minucioso de relevamiento y registro del material de colección y terminó con la elaboración de un inventario topográfico general. A ello se sumaron tareas de monitoreo y control de las plagas identificadas, el reemplazo de mobiliario y contenedores orgánicos por inorgánicos y el diseño e implementación de protocolos para la organización y registro de las actividades realizadas por el personal e investigadores visitantes. Trece años después, las colecciones de la reserva se encuentran adecuadamente acondicionadas, organizadas y accesibles, habiéndose convertido en fuente permanente de consulta para investigadores del país y el exterior, y la información obtenida es presentada en publicaciones científicas, pedagógicas, tecnológicas y de arte. El presente trabajo revisa brevemente el trayecto recorrido, dando cuenta del conjunto de complejas problemáticas enfrentadas en cada etapa y de las sencillas y concretas estrategias desarrolladas para resolverlas.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Ana Igaretahttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/188779O acervo do Heraion no Museu de Delos: entre pesquisa e expografia2022-01-09T18:08:50-03:00Gilberto da Silva Franciscogisifran@gmail.comCarolina Machado Guedescmguedes@gmail.com<p>Este texto está inserido no quadro de pesquisas sobre o Santuário de Hera (<em>Heraion</em>) de Delos, um dos projetos da École française d’Athènes (EFA) e relacionado a uma rede de colaboradores provenientes de várias universidades brasileiras. Mais especificamente, discutimos no texto a íntima relação entre as pesquisas arqueológicas sobre o santuário de Hera em Delos, que remontam ao século XIX, e o museu local, que foi construído no início do século XX. Nesse sentido, são apresentadas questões relacionadas à dinâmica da pesquisa entre sítio arqueológico e museu local, a lógica da apresentação de vários objetos provenientes do sítio arqueológico na exposição aberta ao público do museu e, além disso, estratégias baseadas em ambiente virtual de reorganizar alguns limites entre sítio arqueológico, museu local e comunicação.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Gilberto da Silva Francisco, Carolina Machado Guedeshttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/203706The Heraion Collection at the Museum of Delos: between research and expography2022-10-21T10:55:31-03:00Gilberto da Silva Franciscogisifran@gmail.comCarolina Machado Guedescmguedes@gmail.com<p>This text is part of the ongoingresearch on the Sanctuary of Hera (Heraion) in Delos, a project of the French School of Athens (École française d’Athènes - EfA) with a network of collaborators from Brazilian universities. More specifically, it addresses the close linkages between archaeological research on the Sanctuary of Hera in Delos, dating back to the 19<sup>th</sup> century, and the local museum, built in the early 20<sup>th</sup> century. We approach issues linked to the research process between the archaeological site and the museum, in addition to the prevalent logic in the presentation of many objects from the archaeological site in the museum’s public exhibition. Finally, we propose strategies based on a virtual setting with the aim of reorganizing some limits between the archaeological site, the local museum and communications.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Gilberto da Silva Francisco, Carolina Machado Guedeshttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/188397“Nossas coleções pertencem a vocês também”: Uma análise da exposição “Objects of Wonder” do National Museum of Natural History2022-08-26T14:00:59-03:00Rebeca Ribeiro Bombonatobecabombonato@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">Para quem o museu é feito? Essa pergunta pode causar grandes debates dentro da sociedade civil, mas como os museus abordam esse tema? O museu foi criado para ser visitado, para se comunicar com o público, e para ser um local onde possa existir uma troca de experiências. O museu não apenas pesquisa e preserva, mas comunica tais conhecimentos. As inúmeras pesquisas realizadas em um museu contribuem para o desenvolvimento dos saberes humanos, mas qual é o real alcance desse conhecimento? Permaneceria ele contido dentro dos muros do museu e da Academia? É pensando nesse alcance que situamos a exposição “</span><em><span style="font-weight: 400;">Objects of Wonder</span></em><span style="font-weight: 400;">” no National Museum of Natural History em Washington DC. Aberta para visitação em 2017, esta exposição tem por objetivo mostrar ao visitante a origem e uso dos objetos que fazem parte das coleções sob a guarda do museu. Por meio de vitrines temáticas, a exposição apresenta ao visitante os diferentes departamentos do museu e como os conhecimentos são gerados pelas coleções. O presente artigo faz uma análise desta exposição, desde sua estrutura até os discursos envolvidos, com especial ênfase na função comunicacional dos museus.</span></p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Rebeca Ribeiro Bombonatohttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/188388Estratigrafia de uma paisagem invisível: narrativas museais e arqueológicas sobre o Recolhimento de Santa Teresa, Niterói/RJ/Brasil2022-08-29T17:10:41-03:00Alejandra Saladinoalejandrasaladino@gmail.com Lúcia Zanatta Britoluciazbrito97@gmail.com<p>O Recolhimento de Santa Teresa de Itaipu, uma edificação do século XVIII construída com o fim de abrigar mulheres a pedido ou ordem de seus parentes do gênero masculino, bem como as de conduta social desviante, localiza-se na região oceânica de Niterói. À sua desativação, estimada na segunda metade do século XIX, sucedeu-se um processo de abandono e deterioração de suas estruturas, as quais foram aproveitadas como moradia por algumas famílias de pescadores tradicionais da região. Seus valores enquanto referência patrimonial foram reconhecidos em 1955, quando da sua inscrição no Livro de Tombo das Belas Artes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Preservado em ruínas, em 1977 foi transformado em museu regional do IPHAN, o Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI), inicialmente dedicado à arqueologia pré-colonial. Aqui objetivamos refletir sobre o lugar das recolhidas nas narrativas museais e arqueológicas que constituem o discurso do museu à luz da Arqueologia de Gênero, da Arqueologia da Paisagem e Museologia. Da análise, de base fenomenológica, advêm resultados preliminares a sugerir que o discurso da entidade ainda não se apropriou das ondas dos feminismos retroalimentadas pelos movimentos de renovação da Museologia, pois mantém, em primeiro plano, as narrativas relacionadas ao passado pré-colonial e ao passado recente, centradas na pesca artesanal e na relação com a paisagem, cujo protagonismo está no olhar e nas vivências masculinas. O significado da paisagem local se transformou sem evidenciar a multivocalidade daquele espaço, onde permanecem subterrâneas as memórias das mulheres encarceradas, a despeito da materialidade das ruínas do antigo recolhimento que proporcionam uma memória retrospectiva e materializada.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Alejandra Saladino, Lúcia Zanatta Britohttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/179951Exposição museológica inclusiva: o caso do Museu de Arqueologia Regional da FCT-UNESP, Presidente Prudente, SP2021-12-18T10:48:15-03:00Graziella Plaça Orosco de Souzagrazaorosco@gmail.comFernando Lopes da Silvafernandoeducar.educar@gmail.comPaulo Henrique da Silva Leonardophneutro_8@hotmail.comNeide Barrocá Faccionfaccio@terra.com.brThiago de Moraes dos Passosthiagomoraespassos@gmail.com<p>Este artigo busca refletir sobre a acessibilidade em museus ao analisar a contribuição de uma exposição arqueológica tátil para o aprendizado sobre aspectos da cultura Guarani. Para tanto, apresenta resultados de uma experiência prática vivenciada por monitor e visitantes cegos, desenvolvida durante visita monitorada à exposição organizada pelo Museu de Arqueologia Regional da FCT-UNESP, campus de Presidente Prudente, SP. A visita consistiu em caminhamento com mediação monitorada pela área da exposição de longa duração do museu e experiência tátil em exposição previamente preparada pelos pesquisadores do museu com a participação de um acadêmico cego. A experiência com o acadêmico ocorreu em um período de seis meses, com atividades de seleção de materiais, descrição das peças, confecção das etiquetas de identificação e treinamento para monitoria. Os visitantes, também cegos, tiveram contato com a exposição por um período de 2 horas, quando puderam conhecer por meio da experiência tátil, aspectos da cultura Guarani por meio das características de fabricação de vasilhas cerâmicas. A experiência comprovou ser possível garantir a acessibilidade da comunicação museal por meio de exposições previamente pensadas e preparadas para tal finalidade.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Graziella Plaça Orosco de Souza, Fernando Lopes, Paulo Henrique, Neide Barrocá, Thiago de Moraes dos Pashttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/189019Potencial de aproveitamento de sítios arqueológicos para fins de musealização in loco: estudo de caso no Curimataú e Seridó da Paraíba2022-10-13T15:43:52-03:00João Henrique Rosajhrusp@gmail.comJuvandi de Souza Santosjuvandi@terra.com.br<p>O objetivo do presente texto é discutir perspectivas de avaliação do potencial de criação de museus arqueológicos <em>a céu aberto</em>, propondo como ferramenta uma chave prévia de classificação baseada em aspectos físicos e institucionais, que avalia a capacidade de resposta para propostas de musealização de sítios no seu próprio local de implantação, usando como amostra parcial duas regiões arqueológicas, Curimataú e Seridó, localizadas a nor-nordeste do Estado da Paraíba. A chave utiliza quatorze características básicas que são classificadas de acordo com pesos de 0 a 2 e que, combinadas, resultam em uma pontuação supostamente indicadora da maior ou menor aptidão dos sítios analisados em receber intervenções de musealização <em>in loco</em>. O resultado obtido nessa iniciativa indicou que dos dezessete sítios classificados, 53% apresentaram Alto potencial, 29% Médio e 18% Baixo, não figurando nenhum sítio nos extremos <em>Muito alto</em> e <em>Muito baixo</em> potencial. O texto aponta ainda que essa proposta foi capaz de diagnosticar potencialidades e deficiências considerando características básicas e de fácil acesso a gestores e profissionais interessados.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 João Henrique Rosa, Juvandi de Souza Santoshttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/187956Mértola: ville-musée et champ archéologique2022-03-25T08:48:06-03:00Thomas Briamontt.briamont@outlook.comEstelle Collineauestelle.collineau@gmail.comBenoît Leystenbenoit.leysten@hotmail.comManuelina Maria Duarte Cândidommduartecandido@uliege.be<p>Em abril de 2019, os estudantes do Mestrado em Museologia da Universidade de Liège (Bélgica) tiveram a oportunidade de visitar Mértola. Situada no sul de Portugal, esta pequena cidade é herdeira de um rico patrimônio valorizado desde 1978 pelo "Campo Arqueológico de Mértola". Com base nas observações feitas durante esta viagem, este artigo analisa os aspectos inovadores e os desafios desta singular experiência de musealização arqueológica. O primeiro eixo de análise centra-se no conceito de "desenvolvimento sustentável" que está no cerne do projeto desenvolvido em Mértola. De fato, este projeto se articula em torno de uma forma alternativa de desenvolvimento baseada na riqueza do patrimônio local, enquanto que a região está ameaçada pelo despovoamento. Além disso, face aos perigos inerentes ao turismo de massas, Mértola propõe como alternativa um turismo cultural e rural que devolve à comunidade local o benefício dos seus esforços na preservação do patrimônio. Um segundo aspecto desenvolvido nesta contribuição é a integração dos espaços dos museus arqueológicos na vida quotidiana da população local. Como uma verdadeira cidade-museu, Mértola propõe uma concepção particular da Arqueologia que, como ciência aberta, não deve ser somente prerrogativa de especialistas, mas também colocar-se ao serviço da sociedade. Finalmente, a experiência singular e inovadora proposta em Mértola leva-nos a questionar a nossa concepção do museu e o seu papel na nossa sociedade.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Manuelina Maria Duarte Cândido, Thomas Briamont, Estelle Collineau, Benoît Leystenhttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/186556Arqueologia e o Museu Nacional: os primeiros cem anos2022-08-26T14:30:10-03:00Roberto da Silva Ribeirorobertoribeiro2@gmail.com<p>A ideia que se faz das pesquisas arqueológicas no Brasil no século XIX ainda não é clara. O objetivo deste artigo é fazer um levantamento da atividade arqueológica no Brasil e sua relação com as instituições museológicas em seus primeiros cem anos centrando-nos no período do reinado de D. Pedro II quando a arqueologia brasileira tem seu primeiro florescimento e alguns dos museus ainda hoje existentes têm sua origem. Podemos dividir os cem primeiros anos da nossa arqueologia em três períodos: um período formativo; uma segunda fase mais científica com missões estrangeiras e uma terceira fase centrada no Museu Nacional e que termina com a República.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Roberto da Silva Ribeirohttps://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/187333Viagens por um paraíso ilusório: notas sobre a expedição de Betty Meggers à região do Baixo Amazonas e sua rede de colaboradores (1948-1949)2022-08-29T16:31:54-03:00Mariana Moraes de Oliveira Sombriomarisombrio@gmail.com<p>Os trabalhos de Betty Jane Meggers (1921-2012) tiveram importância fundamental nos estudos sobre arqueologia amazônica e impulsionaram o desenvolvimento de novos estudos no Brasil. Sua primeira viagem ao país foi a expedição que realizou na região do Baixo Amazonas, acompanhada por seu marido e parceiro de trabalho, Clifford Evans (1920-1981), em colaboração com o Museu Paraense Emílio Goeldi e com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, entre os anos de 1948 e 1949. Neste artigo, essa viagem é retratada a partir dos diários de campo de Betty Meggers, cuja leitura permitiu mapear a rede de colaboradores que a apoiou, em toda sua diversidade, além de revelar aspectos subjetivos e pessoais envolvidos em seu trabalho de campo. São abordadas também as coleções que o casal formou e a distribuição desses conjuntos cerâmicos entre museus diversos. As descrições detalhadas redigidas por Meggers em seus cadernos de campo incluem notas diárias sobre os períodos que passou no Rio de Janeiro e em Belém, sobre as incursões às Ilhas de Marajó, Caviana, Mexiana e ao território do Amapá, e um curto período em que esteve em Belo Horizonte. Incluem também os diversos nomes de brasileiros que aparecem na narrativa, revelando toda uma estrutura de trabalho coletivo em torno do casal de pesquisadores para que a produção daquele conhecimento fosse possível.</p>2022-02-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mariana Moraes de Oliveira Sombrio