Vive em mim toda Marielle Franco: Repressão, resistência, Arqueopoesia e a materialidade das vivências de mulheres negras

Autores

  • Lara de Paula Passos Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163772

Palavras-chave:

Arqueologia, Arqueopoesia, Repressão e Resistência, Descolonialidade

Resumo

Após o assassinato da vereadora socióloga negra, feminista e defensora dos direitos humanos Marielle Franco em 14 de março de 2018, começaram a eclodir diversas formas de manifestações de repressão e resistência envolvendo sua imagem. O caso desencadeou também em uma movimentação maior da produção e circulação de materiais (físicos ou digitais) envolvendo o genocídio do povo preto e o feminicídio que acontece em âmbito nacional e que atinge de forma particular as mulheres negras. Este trabalho se propõe observar esse fenômeno específico enquanto estudo de caso, abordando também de uma forma mais ampla o panorama material que envolve as vivências de mulheres negras sob uma ótica antropológica e arqueológica e poética no que tange às questões de repressão e resistência.

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Biografia do Autor

  • Lara de Paula Passos, Universidade Federal de Minas Gerais

    Mestra e doutoranda em Antropologia – área de concentração em Arqueologia, UFMG. <laradepaulapassos@gmail.com>

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Publicado

2020-12-21

Como Citar

PASSOS, Lara de Paula. Vive em mim toda Marielle Franco: Repressão, resistência, Arqueopoesia e a materialidade das vivências de mulheres negras. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Brasil, n. 35, p. 79–102, 2020. DOI: 10.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163772. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/163772.. Acesso em: 19 abr. 2024.